Marfrig volta a exportar carne produzida na Argentina
25 de junho de 2021
Campo Futuro levanta custos de produção de pecuária de corte, pecuária de leite e grãos
28 de junho de 2021

Relatório da FAO apresenta aumento da produção de alimentos a ser atendido por forte demanda

As primeiras previsões apontam para um comércio global de alimentos resiliente em 2021-22, com o aumento da oferta atendendo a uma forte demanda, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O relatório semestral da FAO apresenta as prováveis perspectivas e motivações para os próximos meses, em uma análise setor a setor. 

Cereais

No geral, a produção de cereais deve ter um crescimento moderado pelo terceiro ano, atingindo níveis recordes, de acordo com o relatório. As previsões da produção mundial (incluindo arroz) estão estimadas em quase 2,82 bilhões de toneladas, um aumento de 1,9% em 2020.

O principal aumento da produção está na safra de milho, que está prevista em 3,7% a mais que no ano passado. No entanto, prevê-se que o uso exceda o total produzido, com a demanda crescendo 1,7%, para 2,83 bilhões de toneladas.

No total, as previsões de produção de trigo são de 1,4%, para um recorde. Prevê-se que a demanda por trigo aumente 2,5% no geral, com um aumento de 7,5% na absorção de rações devido aos altos preços do milho e outros grãos grossos.

O mercado de grãos grossos parece apertado, apesar de um aumento de 2,5% para 1,52 bilhão de toneladas, impulsionado principalmente pela produção de milho. A utilização está estimada em 1,53 bilhão de toneladas, deixando os estoques finais caídos em 1,7% para apenas 328 milhões de toneladas.

A demanda é liderada pela China, mas a Europa também deve comprar estoques maiores em 2021.

As safras de sementes oleaginosas devem ficar aquém da demanda em 2021, apesar de uma recuperação global de 3,8% causada pela área na produção de soja e colza. Espera-se que a produção mundial chegue a 610 milhões de toneladas, mas a FAO sugeriu que a demanda veria os estoques de final de ano despencar para uma baixa de sete anos.

Carnes

Prevê-se que a produção mundial de carne em 2021 se recupere de dois anos de redução na produção devido à peste suína africana (ASF). A produção global deve aumentar 2,2% para 346 milhões de toneladas.

Aumentos de produção estão previstos nos EUA, Europa, Vietnã e Brasil. No entanto, o principal fator é a China, que está reconstruindo seu rebanho suíno após a crise da ASF. A produção global de carne de suíno deve chegar a 114 milhões de toneladas, alta de 4,2% em relação aos níveis do ano anterior.

Dentro deste total, a produção chinesa pode aumentar em 10% em comparação com 2020 para 46 milhões de toneladas. Isso representa cerca de 85% do pico de produção da China antes do início da crise da ASF em 2018.

A produção chinesa também ajudará a impulsionar outras formas de produção de carne. A produção global de carne bovina e de vitelo deve crescer 1,2%, para 72 milhões de toneladas, com China, EUA e Brasil tendo o principal crescimento.

Da mesma forma, a produção mundial de carne ovina é sustentada pela China, que aumentará a produção em cerca de 1%, para 16 milhões de toneladas. No entanto, o volume do comércio global deverá estagnar.  

A recuperação da China pós-ASF significa que o comércio mundial de carne de suíno cairá 0,6%, para 12,8 milhões de toneladas. O comércio de carne ovina cairá 0,8%, para pouco mais de 1 milhão de toneladas, devido à redução das exportações do Reino Unido e da Nova Zelândia para o Oriente Médio, Estados Unidos e UE.

Espera-se que essas quedas marginais sejam compensadas pelo comércio de carne bovina de 12 milhões de toneladas, um aumento de 1,1%. Isso se deve principalmente à forte demanda de importação da China, com Brasil, Estados Unidos, Uruguai e Canadá esperando atender a demanda adicional.

Fonte: Suinocultura Industrial.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress