Reino Unido: FSA quer filmar operações de abate

A Agência de Padrões de Alimentos (FSA, sigla em inglês) do Reino Unido fez uma proposta de introduzir câmeras de circuito fechado de televisão (CCTV) em abatedouros em uma tentativa de evitar abusos na questão de bem-estar animal.

O diretor de operações da FSA, Andrew Rhodes, está pedindo pela introdução voluntária de câmeras de vigilância após uma filmagem secreta feita pelo grupo de direitos dos animais, Animal Aid, no ano passado, ter mostrado abusos nos abatedouros britânicos. A proposta deverá ser feita aos chefes da agência em breve, buscando aprovação.

O relatório diz que, embora não haja requerimentos legais para instalar o CCTV, operadores de negócios de alimentos podem estar sob pressão dos varejistas para instalar os sistemas. A FSA reconhece que existem questões práticas – como o filme será monitorado, quem teria acesso a ele e por quanto tempo o filme será mantido – que precisam ser resolvidas.

A agência alertou que se a indústria não for capaz de parar com as violações referentes ao bem-estar animal e se recusar a instalar as câmeras, considerará colocar uma equipe extra de inspeção nos locais e cobrar das empresas até que “o cumprimento possa ser satisfatoriamente demonstrado”.

Entre agosto de 2009 e maio de 2010, a organização Animal Aid mostrou à FSA cinco vídeos feitos secretamente e um relatório, baseado nos filmes, mostrando abusos no manejo dos animais antes do abate, atordoamento e sangria de animais em abatedouros. A agência disse que investigou todas as violações e suspendeu os homens responsáveis pelo abate apropriadamente como resultado dessas acusações.

A FSA descreveu as violações das leis de bem-estar animal nos abatedouros como “totalmente inaceitáveis”. A agência disse que está “se esforçando para melhorar o cumprimento da indústria” e que um CCTV seria uma ferramenta útil.

Uma pesquisa sobre bem-estar animal feita pelo Official Veterinarian mostrou que somente 6% dos abatedouros na Grã-Bretanha (Reino Unido e Irlanda do Norte) não estavam cumprindo as exigências de bem-estar animal. Somente 1% dos locais estavam realizando práticas que resultariam em “danos diretos” aos animais.

A FSA reconheceu que “a indústria geralmente não apoia” a introdução do CCTV, com o setor argumentando que a inspeção pelos agentes do Governo seria suficiente. A agência disse que as companhias de alimentos eram responsáveis por garantir o cumprimento das leis.

“Existem evidências claras de que alguns operadores de negócios de alimentos não estão cumprindo com suas responsabilidades e, dessa forma, o CCTV é uma ferramenta adicional útil em garantir o cumprimento e fornecer garantias para sua gerência, para a FSA como órgão regulador e, no final das contas, aos consumidores”, disse o relatório da FSA.

A reportagem é do Meatprocess.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.