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Reino Unido: fazendas grandes e intensivas contribuem para sustentabilidade

Uma percepção comum é que a agricultura “sustentável” precisa ser mais orgânica, com poucos insumos ou menos intensiva. Esses sistemas de produção, entretanto, tipicamente têm menor rendimento por unidade de terra, significando que mais fazendas extensivas são requeridas para suprir a demanda de alimentos.

Um relatório feito pelo Programa de Economia Rural e Uso da Terra do Reino Unido indicou que sistemas de produção de alto rendimento podem contribuir para metas de sustentabilidade como conservação do vida silvestre. O segredo, disseram os pesquisadores, é olhar para a fazenda e para o habitat dos animais silvestres em grande escala, ao invés de fazenda por fazenda.

O relatório chamado “Panoramas sustentáveis agrícolas: pensando além dos limites da fazenda” diz que a população global e a demanda por alimento estão aumentando, enquanto a terra disponível para agricultura está diminuindo. A agricultura precisa se tornar mais sustentável, enquanto produz mais.

Uma percepção comum é que a agricultura “sustentável” precisa ser mais orgânica, com poucos insumos ou menos intensiva. Esses sistemas de produção, entretanto, tipicamente têm menor rendimento por unidade de terra, significando que mais fazendas extensivas são requeridas para suprir a demanda de alimentos.

Um argumento alternativo afirma que a seleção de algumas terras para agricultura intensiva e de alto rendimento usando tecnologias modernas de produção pode ajudar a preservar o habitat de animais silvestres em outros locais. Nos Estados Unidos, o Programa de Conservação de Reservas (CRP, sigla em inglês) serve como um bom exemplo de mistura de agricultura intensiva com proteção de terras sensíveis valiosas como habitat.

Os pesquisadores apontam os prós e contras entre os tipos de sistemas de produção agrícola. Fazendas intensivas produzem com altos rendimentos, mas grandes campos plantados com uma única colheita frequentemente prejudicam o habitat da fauna silvestre. Além disso, o uso de fertilizantes sintéticos e pesticidas é intensivo e pode ter efeitos ambientais negativos. As fazendas orgânicas com pequenos campos, mais biodiversidade, rotações de colheitas e sem o uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos podem ser melhores para a vida silvestre, pelo menos em escala local. Porém, como dito anteriormente, esses sistemas requerem mais terras por unidade de produção. Além disso, esses sistemas podem envolver custos ambientais ocultos, como demanda não suprida por alimentos que podem resultar em habitat da fauna silvestre em outros locais sendo desenvolvidos para produção agrícola.

Os autores recomendaram olhar as interações entre agricultura e habitat silvestre em uma escala mais ampla. Embora uma fazenda pequena e diversificada para colheitas e vida silvestre forneça melhor habitat do que um grande campo de milho ou soja, eles sugerem que se pense sobre como tornar a terra como um todo melhor para a produção de alimentos e para a fauna silvestre. Dependendo das características da terra, pode ser melhor adaptada para agricultura orgânica ou extensiva. Em muitas áreas, “uma mistura de fazenda de alto rendimento e intensiva e terra manejada para natureza pode produzir mais alimentos e mais vida silvestre do que buscar fazendas que sejam mais adequadas à vida silvestre em toda a paisagem”.

Um dos pesquisadores, o professor Tim Benton da Universidade de Leeds, destacou a necessidade de uma estratégia que trabalhe a nível nacional e veja como uma produção intensiva com terras sustentáveis em algumas localidades pode ser balanceada priorizando a vida silvestre a um grau maior em outras. “Somente com um pensamento de escala maior podemos conseguir a meta de aumentar a produção que é sustentável e não prejudicar de forma irreparável processos naturais dos quais todos dependemos”.

Veja o relatório completo (em inglês) aqui.

A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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