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Reino Unido: carne de cavalo é encontrada em produtos vendidos como 100% de carne bovina

Sérios pedidos para uma investigação imediata estão ocorrendo após testes feitos pela Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda que descobriu produtos de carne bovina com algum nível de DNA de cavalo vendidos nas redes Tesco, Lidl, Aldi, Iceland e Dunnes Stores. O Governo questiona por que as autoridades de segurança alimentar britânicas não detectaram o problema, disse a secretária de Estado do Meio-Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais, Mary Creagh.

No produto Tesco Everyday Value Beef Burgers, que foi retirado das vendas, a carne de cavalo representava aproximadamente 29% do total. A Agência de Padrões Alimentícios (FSA, sigla em inglês) deverá se reunir para discutir o problema. “Os compradores querem garantias de que devem buscar certa marca que garante os padrões de qualidade britânicos. Esse é um alerta ao Governo e aos varejistas que de que a regulamentação que protege nosso alimento não está funcionando. Esses varejistas afetados precisam agora trabalhar para garantir a todos os compradores sobre de onde vem sua carne”.

O parlamentar britânico, Barry Gardiner, que participa do comitê de alimentos, meio-ambiente e assuntos rurais, disse que parece que houve “fraude, deturpação e incompetência” no mais alto nível e pediu por uma investigação imediata. “Grandes companhias como Iceland e Tesco são responsáveis por sua cadeia de fornecimento e por verificar se seus fornecedores estão dando a eles o que deveria ser dado. É abominável que os fornecedores pareçam ter adulterado os hambúrgueres dessa forma, mas os compradores dessas grandes companhias de hambúrgueres são responsáveis pelo público”.

Uma investigação foi feita pela Autoridade de Segurança Alimentícia da Irlanda (FSAI) com a FSA, descobriu que a Grã-Bretanha fazia parte da área afetada. Mais de um terço (37%) dos produtos testados na Irlanda continham DNA de cavalo, enquanto a maioria (85%) também continha DNA de suíno.

Carne de cavalo e DNA de suíno foram encontrados em 27 produtos de hambúrgueres de carne bovina. Outros 31 alimentos, incluindo torta cottage, torta de carne bovina com curry e lasanhas, foram analisados, e 21 apresentaram resultados positivos para DNA de suíno. Traços de DNA de cavalo também foram detectados em lotes de ingredientes crus.

O professor Patrick Wall, ex-chefe da FSAI, disse que a descoberta foi feita por uma força tarefa buscando fraudes alimentícias que testa produtos para garantir que os consumidores estão obtendo o que compram. Ele disse em programa de rádio: “A cadeia de alimentos é tão segura quanto seu elo mais fraco. Então, se um fornecedor é um operador de qualidade inferior, então esse é o elo mais fraco”.

As descobertas levantam preocupações sobre “a rastreabilidade dos ingredientes de carne e dos produtos que entram na cadeia de alimentos”, dissera os pesquisadores. Elas também provavelmente preocuparão os judeus e muçulmanos, que comeram carne suína sem saber, o que é proibido em sua cultura.

Os hambúrgueres contendo DNA de cavalo foram produzidos por duas plantas processadoras na Irlanda, Liffey Meats e Silvercrest Foods, e uma planta no Reino Unido, Dalepak Hambleton, em North Yorkshire. Em nove de 10 amostras de hambúrgueres bovinos, os nivels de DNA de cavalo eram bem baixos.

Embora possa haver uma explicação plausível para a presença de DNA de suíno, já que a carne de diferentes animais é processada nas mesmas plantas, a presença de DNA de cavalo deixou os investigadores perplexos. O público obteve a garantia de que não há ameaça para a saúde. Todas as companhias envolvidas negaram qualquer conhecimento sobre como a carne de cavalo foi encontrada em seus produtos, com a Liffey Meats e a Silvercrest culpando os produtos importados.

A Tesco pediu desculpas pelo ocorrido. Tim Smith, o diretor técnico do grupo, disse: “A presença de carne ilegal em nossos produtos é extremamente séria. Nossos clientes têm o direito de esperar que o alimento que compram é produzido com os mais altos padrões”. Eles removeram todos os produtos contaminados da venda.

Um porta-voz do Aldi Ireland disse que eles estavam tirando o Oakhurst Beef Burgers da venda. Somente sua divisão irlandesa foi afetada. A rede Iceland, cujos hambúrgueres de marca própria foram encontrados contendo traços de carne de cavalo, disse que estaria “trabalhando de perto” com os fornecedores para descobrir como isso aconteceu.

A reportagem é do The Telegraph, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

11 Comments

  1. Mauricio Adinolfi disse:

    Fico imaginando o que estamos comendo e bebendo por aqui !… melhor nem pensar muito…

  2. Silmar Serafim disse:

    Com mais esta, será que ainda vão ficarem querendo sufocar nossa pecuária e a nossa cadeia de Frigorificos.
    Pois agora me digam quem é que fica dando um jeitinho?
    Esta passando da hora de nossas autoridades competentes mostrarem lá fóra o que é que temos produzido por aqui. Só produto de primeira.
    Será que estes cavalos éram novos ou velhos ( Braganças )? rsrsrsrs.

  3. Rodrigo Proto Siqueira disse:

    Prezados,
    Essa reportagem abre uma discussão muito interessante. Procurei as normas que regem a exportação e venda interna de produtos cárneos industrializados e tive um insucesso em encontrar a normativa. Gostaria de saber quais os testes de laboratórios são requisitados às empresas exportadoras para garantir que não haja contaminação cruzada como aconteceu na Inglaterra. Parabéns pela reportagem e espero que o Brasil, referência em produção de carne no mundo, cerque suas empresas e evite a vergonha global agora enfrentada pelas industrias irlandesas. Att Rodrigo

  4. Anilton de Rezende Lopes disse:

    Talvez seja um reflexo da crise financeira, estimulando a “criatividade” britânica e irlandeza! Isso me leva a pensar… se neste mercado interno exigente e fiscalizado por autoridades pouco chegadas a propinas, imagino o que não pode estar chegando no País tupiniquin?!

  5. Carlos Armando S Ribeiro Jr disse:

    Estão procurando culpar quais produtos importadas, caras pálidas?

  6. Alcides Pereira Leite Filho disse:

    Parece incrível, não é ? Na condição de neto de meu saudoso avô, fazendeiro em Jaú, ficamos indignados com notícias como essa, vindas do “primeiro mundo”.

    Primeiro no quê ? Em imoralidade, em manipulação de países “periféricos” como o Brasil?

    Respeito é bom, e nós merecemos.

    Atenciosamente,

    Adm. Alcides Pereira Leite Filho

  7. Jader Bahia disse:

    Precisamos refletir: Se acontece este tipo de fraude, que pessoalmente classifico como “malandragem¨”, em cadeias produtivas de alta tecnologia internacional e ferrenha fiscalização sanitária, imaginem o que podemos estar ingerindo ao adquirir produtos artesanais, populares ou de fiscalização sanitária reduzida, como acontece em diversos municípios do Brasil? Voçê é o que voçê come… Pensem nisso…

  8. Jonilson Lopes de Aguiar disse:

    É muito bom saber disso, pois as máscaras sempre caem um dia….Enquanto Europa, EUA e Ásia vêm aqui fazer mil exigências, colocar defeitos em nosso sistema de defesa sanitária, na inspeção, lá fazem de tudo….Brasil , acorde, chega de agir como colonizado!!!! É aquele velho ditado: pimenta no dos outros é colírio……

  9. Paulo Roberto Goi Filho disse:

    Boa noite,
    Sou estudante de Medicina Veterinária e filho de pecuarista, estou estudando em Portugal, e conhecendo um pedaço da Europa, o primeiro mundo tão bem falado talvez não seja tudo isso, tirando segurança e otimos meios de transporte oque de mais que eles tem? Esta ai a prova de muitos ‘furos’ nos países desenvolvidos. Claro que é muito bom viver em um lugar seguro, e bem conceituado, mas, devemos olhar para dentro do nosso e não ver só as coisas ruins, tem sim é que buscar onde possa melhorar! Buscar valorizar a cadeia de produtores, dar valor ao trabalho que vem sendo realizado no nosso país, incentivar, pois aqui na Europa as pessoas estão tendo um ponto de vista diferente do que tinham a tempos atraz.
    Busquei em vários restaurantes comer uma carne de verdade, carne com sabor, textura, marmoreio, enfim, uma decepção total, ou uma oportunidade imensa! Decepção pelas carnes serem de qualidade MUITO inferior a nossa, e oportunidade, pois ta ai um lugar onde o Brasil talvez possa vir a explorar! Eles não tiraram tudo oque a gente tinha de bom no passado? Com as pessoas que converso, entre essas professores doutores em Medicina Veterinária, fiz perguntas sobre o que eles achavam da nossa carne, aos que conhecem, só uma resposta… É FANTÁSTICA!!!

  10. Felipe Syuffi Flávio de Castro disse:

    Olá, também sou estudante de Veterinária , e não discordo do nosso amigo Paulo Roberto Filho. Porém, penso que isso que ele disse se aplica em restaurantes “Premium” onde pedimos o corte específico, em que o Brasil realmente se destaca muito na área. Desse modo fica difícil a fraude. Porém, acredito sim que em nossas redes de “fast-food” podemos encontrar irregularidades, quando se trata de Hambúrgueres, carnes processadas e industrializadas. Que tal fazermos o teste também?

  11. Luiz Antonio Marques de Resende disse:

    Reportagem interessante, que me despertou uma constatação. A Europa como um todo é altamente exigente e seletiva quando importadora de produtos cárneos, assunto da matéria em comento. Colocam barreiras sanitárias e normas técnicas que dificultam e encarecem o acesso ao seu rico mercado consumidor. No caso brasileiro impuseram normas de rastreabilidade que foram enfiadas goela abaixo no pecuarista, como condição de continuarem importando nossa carne bovina, onerando o custo de produção do gado gordo e provocando prejuízos, quando o Sisbov, mudando regras aleatoriamente, sem consulta técnica séria aos produtores, provocou, como no meu caso, a perda de mais de mil brincos.
    A Irlanda, foco da matéria, moveu uma campanha sórdida contra a carne brasileira em passado recente, com acusações de que utilizamos trabalho escravo e infantil e destruímos florestas compulsivamente. A matéria prova que eles precisam primeiro cuidar do seu quintal, parar de esconder as centenas de casos de EEB – Doença da vaca louca – que tem todos os anos, e parar de competir de modo desonesto, desleal, sujo, contra nossa pecuária que, com capim verde, sol e chuva, produz boi e vaca gorda a pasto o ano inteiro, carne limpa, pura, a melhor do mundo.

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