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Reino Unido assina primeiro grande acordo comercial pós-Brexit com Japão

Reino Unido e Japão assinaram um acordo comercial bilateral nesta sexta-feira (23), o primeiro grande tratado pós-Brexit desse tipo para Londres, enquanto negociações complexas prosseguem com a União Europeia (UE).

O acordo, que inclui setores que vão do têxteis a novas tecnologias, passando por queijos e autopeças, e que havia sido anunciado em 11 de setembro em Londres, reproduz em grande parte o acordo existente entre a UE e o Japão, que deixará de valer no Reino Unido a partir de 1º de janeiro.

Londres, no entanto, destacou que o texto “vai além” do acordo UE-Japão, com avanços especialmente em termos de livre circulação do comércio digital.  O Reino Unido afirmou que quase 99% das exportações entre os países ficarão isentas de tarifas com o pacto.

O comércio entre o Reino Unido e o Japão totalizou mais de 30 bilhões de libras (39 bilhões de dólares) no ano passado, apenas 2% do total do comércio exterior britânico.

O valor é muito pequeno, no entanto, em comparação com o comércio entre Londres e a UE, que em 2019 era se aproximou de 700 bilhões de libras (915 bilhões de dólares).

Os Parlamentos dos dois países precisam ratificar o acordo até ao final do ano para que entre em vigor no dia 1 de janeiro de 2021, para coincidir com o final do período de transição com a União Europeia pós-Brexit, que teve início em 31 de janeiro de 2020.

O acordo com o Japão foi assinado em uma breve cerimônia pela ministra do Comércio Internacional do Reino Unido, Liz Truss, e pelo ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi.

“Alguns diziam que um Reino Unido independente não conseguiria concluir acordos comerciais separados ou que levaria anos. Mas, hoje, demonstramos aos céticos que estavam equivocados”, disse Truss após a assinatura.

Este acordo “prepara o caminho” para estreitar os laços entre o Reino Unido e 11 países do PACífico no âmbito do Acordo Comercial Transpacífico (TPP), completou o governo britânico.

Motegi recordou que o Japão considera o Reino Unido como uma “porta de entrada para a Europa continental” e destacou a importância de concluir com calma o período de transição do Brexit.

Ele celebrou o “acesso melhorado” ao mercado britânico para alguns produtos japoneses em relação ao acordo com a UE, como peças para os setores ferroviário e automobilístico.

A montadora japonesa Nissan, sócia da francesa Renault, opera uma grande fábrica em Sunderland (nordeste de Inglaterra), cujo futuro será gravemente comprometido em caso de ‘não acordo’ entre Londres e Bruxelas.

Urgência com a UE

Reino Unido e UE retomaram na quinta-feira as complexas negociações sobre a futura relação comercial, após uma paralisação de uma semana. As partes esperam alcançar um acordo até o fim do mês para evitar o caos econômico no próximo ano, mas persistem grandes obstáculos.

Gravemente afetada, como o restante da Europa, pela crise derivada da pandemia de covid-19, a economia britânica sofre ainda as consequências da decisão de abandonar a UE.

“A economia britânica já é 2,5% menor do que seria sem o Brexit, o que equivale a um quarto de ponto percentual a menos de crescimento a cada trimestre desde o referendo de 2016 sobre a saída da UE”, afirmou um relatório da agência de classificação financeira Moody’s publicado na quinta-feira.

Fonte: Exame.

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