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Rede lança certificação socioambiental para pecuária

A indústria da carne agora tem um parâmetro global de sustentabilidade. São as normas da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), divulgadas ontem. Trata-se da primeira certificação independente para esse setor, que atesta a origem e a rastreabilidade do produto final (da carne, do leite ou seus derivados) do pasto à mesa do consumidor. O produto certificado pela Rede de Agricultura Sustentável poderá ser identificado pelo selo Rainforest Alliance Certified aplicado na embalagem e representa o compromisso do produtor com boas práticas ambientais e responsabilidade social. Não desmatar, garantir a rastreabilidade do produto, respeitar meio ambiente e trabalhador são alguns dos requisitos para a certificação.

A indústria da carne agora tem um parâmetro global de sustentabilidade. São as normas da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), divulgadas ontem. Trata-se da primeira certificação independente para esse setor, que atesta a origem e a rastreabilidade do produto final (da carne, do leite ou seus derivados) do pasto à mesa do consumidor. O produto certificado pela Rede de Agricultura Sustentável poderá ser identificado pelo selo Rainforest Alliance Certified aplicado na embalagem e representa o compromisso do produtor com boas práticas ambientais e responsabilidade social. Não desmatar, garantir a rastreabilidade do produto, respeitar meio ambiente e trabalhador são alguns dos requisitos para a certificação.

“As normas são factíveis, adequadas à nossa realidade e de fácil implementação”, diz Cláudio Haddad, professor associado do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo.

Luis Fernando Pinto, secretário do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora, única entidade brasileira apta a representar a Rede de Agricultura Sustentável), diz que as normas foram testadas em seis países, incluindo o Brasil. “A grande dificuldade é a rastreabilidade do animal. Mas as normas são compatíveis com nossa realidade.”

Para ser certificada, uma fazenda ou empreendimento é submetida a uma auditoria, baseada no cumprimento de requisitos sociais e ambientais, acordados no âmbito da RAS e que pressupõe ainda a adesão do produtor a alguns artigos da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT, organismo da ONU), além do respeito à legislação trabalhista brasileira. Entre esses pontos, estão:

• A comprovação de que na fazenda não há desmatamento, nem destruição de ecossistemas de alto valor de conservação;
• A identificação individual do animal (com chip ou brinco), de maneira a permitir sua rastreabilidade do nascimento ao abate;
• A permanência do animal na propriedade certificada por, pelo menos, seis meses. O empreendimento deve comprovar vacinas e boa saúde do animal;
• A adoção de medidas para reduzir a emissão de carbono (como a presença de árvores no pasto para capturar CO2 e medidas que facilitem a digestabilidade de alimentos para reduzir emissões);
• Comprovação de que não há trabalho infantil;
• Comprovação de que não há trabalho forçado;
• Comprovação de que não há discriminação de qualquer tipo;
• A indústria (frigorífico e demais etapas da cadeia produtiva) também é submetida à auditoria pelo Imaflora e deve comprovar que o produto embalado e que será enviado aos fornecedores é aquele que foi avaliado em seu local de origem.

Ainda na fase de consultas públicas da norma, o Imaflora recebeu diversas manifestações de interesse de vários segmentos: “Temos a intenção de conquistá-la o mais rápido possível” afirmou Arnaldo Josef Eijsink, diretor-geral do Grupo JD, empresa que já possui e certificação da RAS para a produção de uvas, em Petrolina, Pernambuco e pretende levá-la às fazendas de gado, do Grupo, no Mato Grosso. O empresário Roberto Klabin também comemora a chegada das normas para a pecuária: “Chegam em ótimo momento. O Brasil já aprendeu que pode agregar valor ao setor florestal com a certificação socioambiental, agora é a vez do boi”, afirma o empresário que possui diversas fazendas de gado na região do Pantanal.

As informações são do Imaflora e do jornal O Estado de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Sucesso a Imaflora na certificação deste novo protocolo e parabéns a Arnaldo Josef Eijsink e Roberto Klabin pelo apoio a idéia.

    Certamente haverão desafios a serem superados, mas estamos seguros que nossos softwares podem contribuir com os produtores no controle de rastreabilidade.

    Mas tão importante quanto a adesão dos produtores é o apoio do varejo e especialmente do consumidor.

  2. Mario Ribeiro Paes Leme disse:

    Muito bom tudo isto e espero que consigamos provar ao EXTERIOR que “eles” não têm necessidade de ficar comprando propriedades aqui e de forma uma pouco provocante nos “mostrando” que eles fazem o correto e nós não. Já está na hora de mostrarmos que somos autonomos e conhecemos toda uma cadeia de melhoramento e dentro de nossoas próprias terras,desde que toda fiscalização seja dentro de um certo teor de raciocínio com bom senso para todos.

  3. Fábio Henrique Ferreira disse:

    O FATO é que o volume que tanto se fala em recuperar e fornecer (fala esta de tantas pessoas e entidades) não será alcançado pois o mercado comprardor não tem este interresse.

    Vejo isto como um desvio de foco dos objetivos que na verdade estão atrás dos bastidores dessa tal simplificação. Todos queremos desburocratização, mas a que custo? O que poderá ocorrer de prejuízo com uma desburocratização? De acordo com o próprio texto acima “as indústrias de processamento de carne bovina não remuneram os pecuaristas pelos gastos em rastreabilidade”, imaginem então um sistema simplificado onde existirá mais oferta que a ATUAL o que ocorrerá então não será como o afirmado “que não em 100% verdade” a não remuneração, OCORRERÁ COMO NO PASSADO O DESÁGIO DO BOI, onde a industria só vai comprar se for rastreado e ai teremos que rastrear para vender pelo mesmo preço e ainda prejudicaremos quem não rastrear que de fato vai perder.

    Digo que a afirmação não é 100% verídica porque ontem mesmo um produtor postou aqui no beefpoint

    https://beefpoint.com.br/mapa-espera-implantar-novas-mudancas-no-sisbov-em-2011_noticia_65747_15_155_.aspx

    se me permiti o senhor José Ricardo Skowronek Rezende – São Paulo – São Paulo – Produção de gado de corte -Grupo Rezende – Diretor, o mesmo afirma que abateu a alguns dias com diferencial de R$4,00 a mais por @.

    Falo por mim que abati a R$3,00, e a verdade escrevi aqui no beefpoint a alguns dias atrás, e ISTO ESTE PESSOAL NÃO CORRE ATRÁS.

    https://beefpoint.com.br/uruguai-falta-identificar-cerca-de-25-milhoes-de-bovinos-adultos_noticia_65392_15_155_.aspx

    Vamos ser bem lógicos, se a EUROPA tivesse interresse em muitas fazendas e sistema simples, não demorava tanto para publicar as fazendas aprovadas (tem época que a europa demorar meses para liberar fazendas) e também tinha aceito o pedido do brasil de flexibilização, este não autorizado e publicado neste mesmo beefpoint.

    Vejo que isto tudo leva o BRASIL ao descredito perante este mercado, conforme informação também deste mesmo beefpoint, que em visita ao BRASIL o sistema atual foi bastante elogiado, após isto foram lá e não tiveram o pedido de flexibilização aceito e ainda continuam com tudo isto, PORQUE??? Querem perder o mercado??? Ou qual é a inteção.

    O CERTO E MAIS RACIONAL SERIA, se o atual sistema foi elogiado como nunca pelo mercado que BANCA tudo isto “EUROPA”, o certo seria tirar tanta burocracia que nada mais é que PÊLO em OVO que o próprio pessoal do ministério da agricultura fica procurando durante auditoria, e sim ajustar os detalhes do que ai está que gradativamente está lista aumentaria sem que estejamos sujeitos a PERCA DE TUDO que foi construido nestes últimos anos.

    Agora que o mercado comprador aceitou fica com essa história de mundança, PRA QUE??? POR QUE??? PRA QUEM???

  4. Fábio Henrique Ferreira disse:

    DesBURROcratização para beneficiar FRIGORÍFICO e prejudicar PRODUTOR. É melhor o frigorífico ter um excesso de oferta e não pagar nada do que ter oferta reduzida e ter que pagar.
    O Cenário atual não é igual ao de 2008, o mercado é DINÂMICO, fica claro no texto que nossos “representantes” estão preocupados só com o valor numérico das exportações e não com o valor numérico agregado ao produtor, vantagens. Se querem volume, o mercado deve demandar, depois o frigorifico deve remunerar e consequentemente terão a oferta adequada e o número da exportação adequada.
    Os passos acima serão ideais para todos os elos, mas os “representantes” não estão preocupados com os produtores e sim com SEUS números que devem prestar contas e com os FRIGORÍFICOS que a cada dia se AGIGANTAM.

    Desburocratização a que custo??? Quem vai ganhar com a desburocratização???

    Não estão desburocratizando, estão criando um NOVO que TRARÁ PREJUIZO a TODOS e efetivamente TODOS os produtores. O POR QUE é muito simples, se o programa for de tamanha simplicidade e visa atender inclusive MERCADO INTERNO, deixemos de lado a segurança, PODEREMOS ter (produtores já estão cançados e o sistema em descrédito por tantas mudanças) um EXCESSO de animais rastreados e a CONSEQUENCIA será o DESÁGIO no valor do boi “O NÃO PAGAMENTO DE PREMIO”. Voltaremos aquela época onde o frigorifico só comprava se fosse rastreado. Ou seja, o produtor tinha que rastrear para vender pelo mesmo preço e o que não rastreava perdia, fácil raciocinio TODOS PRODUTORES perdem, SÓ OS FRIGORÍCOS GANHAM, foi a época em que mais ganharam dinheiro.

    Vamos concluir então se a DESBUROCRATIZAÇÃO (palavra bonita não é, mas a que CUSTO) será vantajosa para quais elos da cadeia.

    O BOI EUROPA em 2009 e 2010 seguiu o seguinte raciocínio:
    Primeiro semestre – preços a mais por @ de R$5,00 a R$7,00 reais.
    Segundo semestre – preços a mais por @ de R$2,00 a R$3,00 reais. OBSERVAÇÕES PERTINENTES E IMPORTANTES, no ano de 2010 esta diferença para baixo veio mais cedo, sendo o motivo saida de animais confinados e rastreados. Alguns produtores neste período com boi europa não tiveram diferencial, O MOTIVO É O SEGUINTE: Naquele dia que o frigorifico te disse que não estava pagando nada a mais pelo BOI EUROPA, com CERTEZA estava, com certeza tinha BOI EUROPA morrendo NAQUELE DIA com diferencial, o DETALHE é que os animais DAQUELE DIA foram negociados a alguns meses atrás, tendo preços da @ e do diferencial do BOI EUROPA travados. OU SEJA, o frigorifico já tinha o BOI DELE EM SEU PROPRIO CONFINAMENTO ou já HAVIA negociado um grande volume de um ou mais grandes produtores e assim conseguiu fechar a escala de alguns dias, semanas, meses para o produto “BOI EUROPA”.

    Amigo produtor este assunto eles não discutem e nem se preocupam em fazer como nos EUA, onde os frigorificos não podem ter animais para REGULAR MERCADO.

  5. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Aparecem com desburocratização (dá ibope né) mas não aparecem com nada com relação a cada ano que se passa os frigoríficos baixarem o diferencial do boi europa. não queremos desburocratização, inclusive fomos reauditados, estamos a quase dois anos na lista e já nos acostumamos.

    queremos diferencial a mais na @ que já nos pagaram até r$20,00 a mais na @ em 2008, eles podem nos pagar.

    outro detalhe, se desburocratizar e muitos produtores entrar, e o preço do inicio do ano e do final do ano sumir, quero ver se “representantes” dos produtores que estão propondo isto vão aparecer para dar explicação a seguinte pergunta:
    ganhamos até 20,00 a mais na @ em 2008, em 2010 ganhamos de 2,00 a 7,00 a mais na @ e com esta desburocratização tivemos o diferencial de fato sumiu, voces fizeram isto para beneficiar quem??? quem vai pagar os investimentos????quem vai pagar meu investimento???
    no final das contas haverá novo des-estimulo dos produtores já cançados de tantas mudanças e tantas políticas que os prejudicam, que quando estao ganhando alguma coisa, seus representantes tiram através de desburrocratização.

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