Novo status para aftosa desafia fiscalização
28 de maio de 2021
59% da terra do Brasil é área florestal
28 de maio de 2021

Reconhecimento da OIE pode abrir novos mercados à carne do Brasil

Com o reconhecimento das novas zonas livres de febre aftosa sem vacinação, o Ministério da Agricultura diz que vai começar imediatamente a negociar a abertura de novos mercados para as carnes bovina e suína brasileiras e também a inclusão de mais produtos nas compras dos atuais importadores. O reconhecimento deve ampliar o volume e a receita com os embarques, mas o ministério ainda não tem uma projeção de quanto pode ser o aumento.

O setor privado indicará as prioridades. Na lista de mercados preferenciais estão Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que exigem o status que Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes de Amazonas e Mato Grosso receberam da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) nesta quinta-feira. 

Para a carne suína, a intenção é incluir novos itens, como carne com osso e miúdos, para parceiros como a China. Os Estados também pretendem iniciar embarques para destinos que antes só compravam de Santa Catarina, que já tem o certificado desde 2007. Entre esses mercados está o Chile. 

“Já temos uma parte documental. Vamos abrir negociação com cada país. Com aqueles aos quais ainda não temos acesso, como Japão e Coreia do Sul, já existia negociação, mas agora vamos apresentar esse relatório e toda documentação que foi entregue à OIE e encaminhar para pedir a análise e reconhecimento”, afirmou José Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária da Pasta. 

Segundo ele, o setor privado tem demonstrado grande interesse em levar a carne bovina ao mercado japonês. “Não temos projeção de imediato, mas sabemos que essas regiões vão conseguir maior valorização. Santa Catarina se tornou um potência e muito se deve a ter conquistado status sanitário diferenciado. Teremos crescimento parecido nas novas regiões”, pontuou. 

O reconhecimento e as autorizações para novos embarques não são automáticos. Cada país segue um trâmite. Alguns devem receber as documentações e enviar auditorias para verificar o sistema veterinário nacional. Outros, que já têm equivalência de sistemas, como o Canadá, podem certificar a partir da checagem dos documentos do novo status. 

“Para a carne suína, existem mercados já abertos, que já compram de Santa Catarina. Vamos apresentar os demais Estados, na mesma condição e pedir aprovação de certificado nessa situação”, destacou Leal. 

O status tende a estimular a produção de proteína animal. Segundo o secretário, isso que deve ampliar a demanda por milho e soja para a alimentação de bovinos, suínos e até aves, que não têm relação com a aftosa, mas se beneficiam do novo enquadramento anunciado pela OIE. “As projeções apontam para a garantia da manutenção do abastecimento interno e também para o crescimento de exportações”, afirmou. 

Em 2006, um ano antes da certificação internacional, Santa Catarina exportava 184 mil toneladas de carne suína, faturando US$ 310 milhões. Em 2020, o Estado embarcou 523,4 mil toneladas, vendas que renderam US$ 1,17 bilhão – nesse intervalo, volume e receita cresceram 184,4% e 277,4%, respectivamente. 

Também houve aumento expressivo nas exportações de carne de frango, hoje o principal item da pauta de exportações catarinense, com faturamento de mais de US$ 1,5 bilhão em 2020 e volume de 965 mil toneladas. Com o reconhecimento da OIE, o Estado teve acesso a grandes compradores de carnes como China, Hong Kong, Estados Unidos e Coreia do Sul, informou o governo catarinense em nota. 

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress