Em Roma, países das Américas defenderão sustentabilidade de sua produção
26 de julho de 2021
Organização da cadeia produtiva é tema de reunião na Câmara Setorial da Pecuária de Corte
26 de julho de 2021

Receita com embarques do agro cresceu 21% no primeiro semestre, diz Ipea

A receita das exportações do agronegócio brasileiro cresceu 20,9% no primeiro semestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De janeiro a junho, o setor exportou US$ 61,5 bilhões, acima dos US$ 50,9 bilhões dos seis primeiros meses de 2020.

O documento mostra boas perspectivas para o setor produtivo nacional, mas alerta para os baixos estoques mundiais de commodities como soja e milho. “Os exportadores brasileiros começaram a sentir, em junho, a recuperação parcial dos preços médios das exportações da maior parte dos produtos do agronegócio, com destaque para a carne bovina, a soja e o milho”, avaliou Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea e uma das autoras do estudo, em nota. De acordo com o relatório, “o preço médio das commodities analisadas em junho ainda estava abaixo das máximas históricas, registradas no início da década passada”. 

Segundo o Ipea, os preços médios de quase todas as commodities agrícolas recuaram nos dois últimos anos, mas houve forte aumento no mercado internacional a partir do segundo semestre de 2020. O movimento de recuperação nos preços ainda não tinha sido “percebido” pelos exportadores brasileiros. “A partir do segundo trimestre deste ano, as remunerações em dólar das exportações brasileiras começaram a refletir parte da escalada desta alta dos preços, culminando, em junho, com máximas recentes na maioria dos principais produtos exportados”, diz a nota. 

O estudo alerta, ainda, que o aumento da demanda por soja e milho contribui para o crescimento da produção, principalmente no Brasil, mas que os estoques das duas commodities estão cada vez mais baixos. “Boa parte desses estoques se encontra em território chinês”, enfatiza Ana Kreter. 

No caso da soja, o estoque e a produção chinesas não atendem à demanda doméstica, o que sinaliza uma boa perspectiva para o produtor rural brasileiro no planejamento da safra 2021/22. As perspectivas para as vendas de proteínas animais para o país asiático também são positivas. 

Apesar de o agronegócio ser um setor tradicionalmente exportador, as importações avançaram 20,2% no primeiro semestre de 2021, passando de US$ 6,2 bilhões para US$ 7,5 bilhões. O principal produto importado pelo Brasil foi o trigo, diz o Ipea, com avanço de 16% na receita, mas queda de 5,1% nos volumes. Na sequência estão os peixes, produtos hortícolas, papel e óleos de dendê ou palma. 

No primeiro semestre, a China seguiu como o principal destino dos embarques do agronegócio brasileiro, com 39% das exportações em valor, seguida pela União Europeia (14,5%) e Estados Unidos (6,4%). Os destinos, juntos, representam quase 60% do total exportado pelo Brasil. Na comparação com o mesmo período de 2020, a China aumentou as importações em 20,1%. União Europeia e EUA ampliaram em 16,5% e 30,2%, respectivamente.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress