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Rastreabilidade avança com demanda por ESG

Processos de rastreabilidade apoiam a qualidade e a conformidade de processos ao longo da cadeia do agronegócio. Por trás dessa tendência está a demanda por governança social, ambiental e corporativa (ESG), que exige cada vez mais o controle de fluxos de informação, segundo o CEO da LDC, Murilo Parada. Isso inclui do monitoramento via satélite a inteligência de dados, blockchain e marcação de DNA.

Consumidores holandeses têm transparência total dos sucos da marca (Louis Dreyfus Company), já que as plantas de processamento e o terminal portuário no Brasil, bem como o terminal belga, têm certificação Rainforest Alliance, e o sistema blockchain conecta até a cadeia varejista. Aqui, a LDC criou certificação própria de agricultura sustentável que, este ano, alcançou 70% de rastreamento de compras diretas até o nível de fazenda.

A Marfrig investirá R$ 500 milhões até 2030 para garantir cadeia de produção sustentável e livre de desmatamento. O desafio da pecuária é a complexidade. O país tem 214 milhões de cabeças de gado e 2,5 milhões de propriedades em diferentes modelos de cria, recria e engorda. O programa Verde+ visa apoiar produtores desde regularização de propriedades até assistência técnica e modelagem financeira junto a bancos, explica o diretor de sustentabilidade, Paulo Pianez.

A empresa rastreia por geomonitoramento 16 mil produtores diretos em 30 milhões de hectares na Amazônia, e desenvolve mapa de indiretos com consultoria da Agroicone e tecnologia de inteligência artificial (IA). Tem parceiros como CPQD e Safe Trace, para blockchain, e Visipec, ferramenta de monitoramento baseada em dados públicos. Em 2021 a iniciativa chegará ao Cerrado.

A Minerva monitora por georreferenciamento mais de 9 mil fornecedores em 9 milhões de hectares na Amazônia. O frigorífico também está testando a Visipec desde agosto.

A Frigol emprega IA para cruzar dados de georreferenciamento, cadastro rural e produtividade para evitar originação em áreas problemáticas. A próxima fase é a inserção de QR code em embalagens. “A pressão vem de fornecedores de capital e clientes com condicionantes ambientais”, diz o CEO Marco Câmara.

A empresa tem apoio da Niceplanet para rastreabilidade de produtores e da Ecotrace nas etapas seguintes. A primeira, sediada em Redenção (PA), fornece monitoramento socioambiental para mais de 30 empresas, com análise de 40 mil fazendas por dados públicos e geotecnologia. A Ecotrace emprega IA na classificação de carcaça para o produtor acompanhar o destino de seus animais. Além disso, fornece tecnologia para aplicação de QR Code em português e mandarim, para clientes como Seara e tem projeto piloto com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para levar garantia de origem a camisetas nas lojas, conta o CEO Flávio Redi.

Agtechs se destacam na área. A Bovcontrol fornece chips para rebanhos bovinos e ferramenta de gestão com base em dados. Hoje está em 47 países e 68 mil fazendas, 35% no Brasil, avançou na cadeia com empresas como a Nestlé, com rastreabilidade total do leite no Brasil, e aposta na digitalização do negócio de ponta a ponta. Sua plataforma une informações de sensores a balanças, leitores de RFID e satélites e subsidiar até sequestro de carbono para bigtechs globais. A empresa cobre 11% da pecuária mundial minimamente digitalizada. A meta é chegar a 20% este ano, diz o CEO Danilo Leão.

Fonte: Valor Econômico.

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