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Rabobank revê a redução na produção de carne suína no mundo para 8%, puxado pela Ásia

Enquanto a perspectiva de redução do suprimento global de carne suína em 2020 era de 5%, comparado a 2019 – isso no início deste ano -, o Rabobank agora projeta um declínio de 8%, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (22). As maiores quedas este ano são esperadas para a China (-17%), Filipinas (-9%), e Vietnam (entre -8% a -11%), mas outros grandes países produtores podem seguir a mesma tendência. 

A produção também deve diminuir no Brasil em -1,5% e na União Europeia (-0,5%), no comparativo com o ano passado. Apesar dos problemas enfrentados pelo setor, os Estados Unidos devem aumentar a produção em 1,3%.

Com várias disrupções na cadeia produtiva da carne suína, o Rabobank revisou para baixo as previsões da produção para 2020 na maioria dos países produtores. Diminuição de funcionários nas plantas processadoras, menor demanda pela proteína e a mudança de canal vai forçar a indústria a aumentar a automação, adotar digitalização, melhorar as condições de trabalho nas fábricas, fluxo de processamento e se integrar à cadeia de suprimentos para otimizar as operações e manter as margens seguras. O comércio global está sendo desafiado por mais incertezas, devido à tensões geopolíticas, negociações regionais instáveis e a questão da Covid-19. 

Segundo o banco, as disrupções nas plantas processadoras causadas pela Covid-19, principalmente nos Estados Unidos, União Europeia e no Brasil afetaram as perspectivas para a produção de carne suína em 2020. Isso adiciona pressão à cadeia de suprimentos global, que já está sendo afetada pela Peste Suína Africana, reduzindo principalmente a produção da proteína sunícola chinesa e do sudeste da Ásia.

Na China, enquanto o problema dos estoques foram parcialmente equalizados pela redução na demanda no primeiro semestre deste ano, o Rabobank espera que o consumo no país aumente gradualmente na segunda metade do ano, o que pode pressionar os preços, que devem permanecer altos pelo restante de 2020.

As restrições nas importações de carne suína feitas pela China, e que afetaram plantas processadoras de carne em todo o mundo, inclusive no Brasil, e o endurecimento nas inspeções da carga são outro ponto que deve ajudar a manter os preços elevados no país asiático. Isso pode reduzir o volume importado no terceiro trimestre e elevar os preços dos animais locais. 

Atualmente, dois frigoríficos de carne suína no Brasil foram desabilitados temporariamente para exportar para a China, e isso colocou o setor em alerta, já que há a possibilidade de haver mais embargos. A perspectiva de redução nas importações feitas pelo gigante asiático no terceiro trimestre do ano também pesam no mercado, já que o primeiro semestre foi de aumento nos volumes embarcados pelo Brasil e crescimento na receita com as vendas. 

No Brasil, o mercado doméstico continua encolhendo, e com estoques maiores do que a demanda local, o banco prevê que deve haver pressão para reduzir a produção. 

Os custos de alimentação para os animais continuam sendo um fator desafiador para os suinocultores porque a colheita da segunda safra de foi afetada em algumas regiões, além da expectativa de elevação nas exportações no final do ano, que pode diminuir a oferta doméstica do grão e aumentar os preços.

Fonte: Notícias Agrícolas + Rabobank.

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