Hoje nossos vaqueiros não saberiam ou aceitariam trabalhar de outra forma, que não fosse utilizando o manejo racional – Arnaldo Eijsink [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]
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Quem ainda não adota práticas de manejo racional não contabiliza o que perde – Lizie Buss [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]

BeefPoint realizará um grande evento – BeefSummit Bem-estar Animal -,  no dia 8 de maio de 2014, no Centro de Convenções do Ribeirão Shopping, na cidade de Ribeirão Preto/SP.

O evento terá a participação especial de Temple Grandin – pesquisadora que é referência mundial em bem-estar animal. Além de palestras inovadoras, com o Prof. Mateus Paranhos da Costa e pecuaristas que são referência nas práticas de bem-estar animal no Brasil.

Estes profissionais irão compartilhar casos de sucesso e aprendizados nesta área que cresce, a cada dia, dentro da cadeia produtiva da carne. E para fechar o dia com chave de ouro realizaremos a entrega do Prêmio BeefPoint 2014 – Edição Bem-estar Animal, que irá homenagear pecuaristas, profissionais, vaqueiros e pesquisadores que são referência em bem-estar no Brasil.

O público escolherá por meio de votação online, o vencedor de cada categoria. Assim, para você – leitor BeefPoint -, conhecer melhor os indicados, nós preparamos uma entrevista com cada um deles!

Conheça Lizie Pereira Buss, finalista na categoria Profissional Referência em Bem-estar Animal.

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Lizie Pereira Buss, reside em Brasília/DF, é médica veterinária e atua no mercado como fiscal federal agropecuário. Seus hobbies são: treinamento de cães e cavalos, além de uma lista extensa de livros favoritos. Como gosta muito de ler sobre comportamento e treinamento, amou os seguintes livros: The Culture Clash, Don´t Shoot The Dog e Cão Senso.

BeefPoint: O que você implementou de diferente no trabalho de difusão dos conceitos em bem-estar animal – de forma técnica?

Lizie Buss: Venho me dedicando, dentro do serviço público, ao bem-estar animal desde 2011, ou seja, tenho muito o que contribuir ainda! Sinto que fiz muito pouco para merecer tanto destaque – mas estou bastante lisonjeada com a indicação ao prêmio.

Entendo que a implementação das boas práticas para o bem-estar animal farão toda a diferença na cadeia produtiva brasileira e trará muitos avanços para nós, como sociedade, pois baseia-se numa mudança muito positiva de atitude frente aos demais seres vivos. Fundamenta-se em respeito, paciência e compreensão, ou seja, tudo o que nós precisamos.

Assim, busco sempre divulgar os esforços da comissão de bem-estar animal do Mapa, fornecendo apoio, buscando parceiros, etc. Acredito também que melhoramos significativamente a nossa página dentro do site  do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.

Enfim, adoro este tema, fico muito empolgada com as possibilidades de parceria que estão surgindo, e acredito que a comissão, neste curto período de existência conseguiu concretizar trabalhos importantes e criar uma cultura para o bem-estar animal dentro da instituição, junto aos seus servidores.

BeefPoint: Qual a aceitabilidade dos pecuaristas quanto a adoção de novas técnicas de manejo em suas propriedades, principalmente as focadas no manejo racional?

Lizie Buss: Acredito que quem ainda não adota práticas de manejo racional não contabiliza o que perde.

Nós, como comissão de bem-estar animal do Mapa temos dificuldade de acesso aos produtores rurais no âmbito nacional, por isto que parcerias são tão importantes, assim como são importantes as divulgações do tema em sites como o BeefPoint e a própria página do mapa.

É preciso modificar atitudes e sabemos que esta mudança é gradual. Para isso, trabalhamos focados na capacitação, fomento e regulação, ou seja, a questão da educação é fundamental. Afinal, um manejo adequado não é mais questão de escolha, é obrigação.

BeefPoint: Quais as técnicas e argumentos você utiliza para convencer  o seu cliente que o bem-estar animal é algo que faz a diferença em todo o ciclo da cadeia produtiva da carne?

Lizie Buss: Como trabalhamos sempre em parcerias, dispomos de grandes pesquisadores e profissionais do setor que nos “municiam” com dados e argumentos de cunho econômico, além que também utilizamos as demandas nacionais e internacionais a respeito da necessidade de proteção dos animais para a imagem do país frente aos consumidores.

Muitos ainda argumentam que o consumidor não se importa com o tratamento dispensado aos animais e esta é uma afirmação equivocada, pois quando as pessoas possuem acesso a informação de como os procedimentos são executados, elas se importam sim, e demandam por maior proteção dos animais, afinal, tratamento ético para com os seres “sencientes” está intimamente vinculado aos nossos códigos morais.

BeefPoint: Como você descreveria sua linha de trabalho? Como o bem-estar se integra nisso? O que vem lhe trazendo mais resultados?

Lizie Buss: Sempre tive uma afinidade enorme com animais e antes mesmo de escolher a medicina veterinária como profissão, eu questionava atitudes e procedimentos.

Assim, após entrar no serviço público e trabalhar em indústrias frigoríficas eu me dei conta de como é importante (economicamente e moralmente) bons padrões de bem-estar animal.

Ao chegar em Brasília acabei em contato com a colega Andrea Parrilla (na época da missão da DG Sanco – específica para bem-estar animal), que estava a frente da comissão, e logo me apaixonei pelo tema, “me metendo” inclusive em assuntos que não eram de competência ao departamento que eu representava (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – Dipoa) e deu no que deu!

A Andrea me indicou para continuar o seu trabalho, trabalho que foi muito bem executado e fundamentado, resultando no reconhecimento de todos os membros da comissão e parcerias e projetos formidáveis.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Lizie Buss: Acho que muitas coisas que comecei não foram pra frente – o que gera desperdício de tempo e energia -, tais como: erros de planejamento, não saber o momento para apresentar propostas, etc.

Assim, acredito que errei muito com as burocracias internas do Mapa, por desconhecimento ou mesmo impaciência, o que geraram atrasos desnecessários. Acredito também que eu ainda tenho muito o que mudar quanto a minha atitude – muito direta, incisiva, talvez -, o que pode gerar antipatia e fragilizar o vínculo para execução de trabalhos.

Resultado: “Tenho que aprender muito ainda!”

BeefPoint: Qual inovação e/ou novidade no setor você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando inovar?

Lizie Buss: Estou muito empolgada com o apoio que temos recebido do setor privado para a atualização da Instrução Normativa nº 3 de 2000 que trata de abate humanitário.

Penso que ela trará grandes avanços, simplificando os procedimentos nos estabelecimentos, incorporando os novos conhecimentos científicos e fortalecendo a necessidade de capacitação. Aliás capacitação é a palavra de ordem da World Organisation for Animal Health – OIE, e por isto o Brasil está bem alinhado neste sentido, pois a comissão busca sempre fomentar a capacitação, que é imprescindível para a mudança de atitude que comentei acima.

BeefPoint: Quais seus planos em 2014?

Lizie Buss: Queremos fazer um Better Training for Safer Food – BTSF aqui no Brasil, apoiar o Dipoa na conclusão da instrução normativa de abate humanitário em atualização, assim como apresentar a proposta de regulamentação para transporte rodoviário de cargas vivas.

Gostaria muito que novas parcerias para realização de dias de campo fossem concretizadas, para aproximação maior com o produtor rural, e que o consumidor de produtos de origem animal também entrasse nesta discussão, conhecendo mais sobre nossos sistemas produtivos e ajudando a identificar para onde devemos ir.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária brasileira hoje?

Lizie Buss: A mudança de atitude – não é só do setor pecuário, é de toda a sociedade brasileira. Todos temos responsabilidade na proteção dos animais.

BeefPoint: Qual o exemplo de profissional dessa área você mais admira?

Lizie Buss: Temos tantos exemplos e se eu esquecer de alguém, por favor não me culpem, pois o Brasil possui excelentes profissionais na área e temos tudo para tornar este país um exemplo para o mundo! Assim, cito: o Dr. Mateus Paranhos, Dra. Dalla Costa, Dra. Moleto, minha colega Andrea Parrilla, o José Ciocca, a Charli Ludtke e muitos outros colegas!

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Lizie Buss: Boas práticas para o bem-estar animal não é modismo! É ciência! O tema é sério e está sendo tratado com profissionalismo. Além do mais, são exigências que terão cada vez mais impacto nas comercializações.

E o melhor: aplicar as boas práticas para o bem-estar animal reduz custos, facilita o trabalho, e a capacitação é facilmente compensada com a redução de perdas na cadeia produtiva.

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Confira outras fotos enviadas por Lizie Buss:

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