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Quase nove anos depois, Abilio deixa a BRF – com perda

Depois de quase nove anos, Abilio Diniz não é mais acionista da BRF. O empresário também vendeu sua fatia de 3,8% à Marfrig, mas o acordo de R$ 898,9 milhões só veio a público esta semana, num documento enviado à SEC. 

A saída de Abilio encerra uma trajetória que começou promissora, mas acabou melancólica. Além dos problemas financeiros na BRF, o empresário perdeu dinheiro. 

Quando montou a posição na BRF, entre o fim de 2012 e o início de 2013, as ações da companhia valiam perto de R$ 40. Na época, os fundos da Península investiram mais de R$ 1 bilhão na dona da Sadia. A Marfrig pagou R$ 28,75 pelos papéis de Abilio. 

A venda das ações de Abilio para Marfrig foi acertada em 19 de maio, quando Marcos Molina deflagrou o movimento de compras que culminou com uma posição de 31,66% na BRF. A transação, no entanto, só se efetivou em agosto, após a aprovação do negócio no Cade – a SEC determina que negócios do gênero devem ser divulgados dentro de 30 dias, o que aconteceu agora. 

Abilio ainda pode amenizar as perdas com o investimento em BRF. No contrato entre Marfrig e Aspen – um dos fundos do empresário -, há previsão de um pagamento de earn-out. A informação chamou a atenção de Leandro Fontanesi, analista do Bradesco BBI que publicou um relatório sobre o assunto. 

Num sinal de que Abilio talvez aposte na fusão entre BRF e Marfrig no curto prazo – o que parece mais distante após as últimas declarações de Molina -, o contrato prevê que o empresário terá direito a 50% do que exceder o valor de R$ 28,75. Nesta quinta-feira, as ações da BRF fecharam a R$ 22,75. 

Curiosamente, o earn-out será calculado considerando a média das ações no período de 90 dias que circunda a próxima assembleia de acionistas da BRF, em abril – o prazo considera os 60 dias anteriores à AGO e os 30 dias posteriores. Um evento societário antes disso também precipitaria o exercício do pagamento adicional. 

Na assembleia, lembra o analista do Bradesco BBI, a BRF elegerá um novo conselho, o que poderia marcar a entrada de Molina ou de nomes próximos ao empresário no board. Depois desse prazo, o direito ao earn-out expira. 

Fonte: Valor Econômico.

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