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Proteína animal e saúde se destacam em 2019

O aumento da liquidez na bolsa de valores, com mais investidores locais buscando a renda variável, beneficiou praticamente todos os setores dentro do Ibovespa ao longo de 2019. As companhias de proteína animal, as construtoras e as empresas expostas diretamente ao setor de saúde, entretanto, foram as que mais colheram valorização entre todas as demais do índice no acumulado do ano até o momento.

Levantamento feito pelo Valor mostra que o valor de mercado conjunto de JBS, BRF e Marfrig praticamente dobrou em 2019, saindo de R$ 52,8 bilhões no fim do ano passado para R$ 106,6 bilhões agora. Já no setor de construção, MRV e Cyrela valem juntas, hoje, R$ 18,2 bilhões na B3, contra R$ 11,7 bilhões no fim do ano passado – um ganho de 56%. A alta do Ibovespa em 2019 é de 20,4% até agora; ontem, o índice caiu 0,38%, aos 105.864 pontos.

Empresas expostas ao setor de saúde, como operadoras de planos e fabricantes de medicamentos, também foram destaques dentro do índice. A perspectiva não só para a atividade brasileira como a necessidade de busca por alternativas com o envelhecimento da população explicam a disparada de 61,8% do valor de mercado conjunto de Qualicorp, Intermédica e Hypera no ano até agora, para R$ 62,7 bilhões.

Grande aposta para 2019, com a promessa de retomada da economia brasileira, o setor de varejo entregou um bom ganho de valor de mercado, embora abaixo dos outros: 27,8% no acumulado do ano, saindo de R$ 449,9 bilhões no fim de 2018 para R$ 575,1 bilhões agora. Nesse caso, estão incluídas todas as empresas diretamente ligadas ao ciclo de economia doméstica: B2W, CVC, Lojas Americanas, Lojas Renner, Magazine Luiza, Natura, Localiza, Pão de Açúcar, Via Varejo, Raia Drogasil e Ambev.

Quem ficou mais para trás em termos de rentabilidade no ano foram os setores bancário e de commodities (petróleo, minério e celulose). Os bancos do Ibovespa – Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e BTG Pactual – valem hoje R$ 937,7 bilhões na bolsa, o que representa ganho de 7% em 2019. Já Petrobras, Vale, Gerdau, Usiminas e CSN se valorizaram 10,4% em 2019, avaliadas em R$ 699,4 bilhões hoje. Suzano e Klabin colheram uma alta de 17,4% no ano, valendo juntas R$ 71 bilhões.

No setor de proteína animal, a peste suína africana na China, que fez aumentar a demanda no país pela morte de diversos animais, explica boa parte dos ganhos. Fator adicional no caso da BRF é o melhor ciclo da produção de carne de frango do Brasil, já que a empresa dona da Sadia e da Perdigão é líder nas exportações mundiais nesse segmento. Já a exposição ao mercado de carne bovina nos EUA coloca a JBS em boa posição, uma vez que o mercado americano já é, hoje, o grande foco da empresa.

Já no caso das companhias de construção, o grande motivador foi a confiança dos investidores com a melhora da economia brasileira – uma aposta que começou mais forte no início de 2019 e deu lugar a certa frustração com o passar do tempo. Agora, mesmo com a perspectiva majoritária do mercado de retomada a partir de 2020, não é uníssono no mercado a rentabilidade adicional das empresas desse setor.

“Construtoras devem registrar bom crescimento com a atividade melhorando no ano que vem, mas teríamos que apostar numa economia ainda mais forte além de 2021, e não temos essa visibilidade ainda. A perspectiva é muito boa para construtoras, mas o preço das ações já parece adequado ao que os indicadores mostram até agora”, afirma Gilberto Nagai, responsável por renda variável da BNP Paribas Asset Management.

As informações são do Valor Econômico.

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