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Proposta da UE de redistribuir a cota de carne sem hormônios pode criar tensão

A Comissão Europeia tentou sanar uma disputa de longa data com os Estados Unidos, solicitando autorização de ministros da União Europeia (UE) para abrir negociações sobre a redistribuição de cotas para carne bovina livre de hormônios importada em países europeus.

Em conversa com o GlobalMeatNews, o secretário-geral do Sindicato Europeu de Pecuária e Carnes (UECBV), Jean-Luc Mériaux disse que apoia as tarefas e cria “um consenso para consolidar os fluxos de comércio”.

O que está em jogo é o futuro acesso aos mercados de carne bovina da UE – um memorando de entendimento de dez anos atrás entre Bruxelas e Washington levou a UE a abrir uma cota de importação de 45 mil toneladas de carne livre de hormônios proveniente de fornecedores qualificados.

Mas o comércio de carne bovina vem se desenvolvendo desde então, com outros países interessados em fornecer à Europa. E como a TRQ (cota sujeita à tarifa) era de fato aberta a qualquer fornecedor de carne bovina de qualquer país que estivesse em conformidade com os requisitos de importação e padrões de qualidade da UE, “outros países aumentaram sua participação no uso da cota às custas do EUA ”, lembrou Mériaux.

De fato, no ano passado (2017), pouco mais de 16.000 toneladas de carne bovina in natura foram importadas de fornecedores americanos para países da UE, no valor de quase 182 milhões de euros (US$ 212,62 milhões), segundo estatísticas da agência Eurostat. O maior importador foi a Holanda, para a qual os EUA exportaram carne bovina no valor de quase 131 milhões de euros (US$ 153 milhões) naquele ano.

Os EUA têm pressionado contra o que consideram acesso restrito e, portanto, as negociações estão sendo realizadas. E embora a Comissão tenha destacado que qualquer acordo cumprirá as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), grandes fornecedores de carne bovina, como Austrália, Argentina e Uruguai, disseram à UE que estão preocupados com o resultado das negociações.

O secretário-geral da UECBV espera opiniões preliminares negativas de outros exportadores. Ele disse: “Esses países entenderão quais serão as opções e seus interesses comerciais: ou manter um fluxo de comércio em um nível mais baixo comparado com os anos anteriores, mas ainda maior em comparação à situação anterior ao MoU, ou perder totalmente o fluxo comercial.”

No âmbito do atual plano elaborado pela Comissão, as cotas sujeitas a tarifas aplicáveis à carne bovina sem hormônios não seriam aumentadas, mas sim divididas em duas – tendo uma inteiramente atribuída aos EUA e outra a todos os outros países fornecedores. Por enquanto, as quantidades das sub-cotas permanecem obscuras e serão acordadas no processo de negociação, explicou o chefe da UECBV.

A revisão da cota de carne livre de hormônios, no entanto, não vai influenciar as relações comerciais de outros produtos entre a UE e os EUA, ressaltou a Comissão, notadamente a carne bovina tratada com hormônios, que continua proibida na UE.

“A referida cota continuará a abranger apenas produtos que cumpram as normas europeias de segurança alimentar e saúde, neste caso apenas a carne não tratada com hormônios”, afirmou o Comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural da UE, Phil Hogan, ao solicitar o mandato de negociação no início deste mês (3 Setembro).

Fonte: GlobalMeatNews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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