As diferenças nos percentuais de dressing voltam a assustar os pecuaristas uruguaios. A Federação Rural reiterou ao presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Federico Stanham, que o decreto que regulamenta o dressing máximo – adotado em 2016 e em plena vigência – não está dando o resultado esperado pelos produtores e analisa pedir para que se instalem câmeras nos frigoríficos, nos pontos onde se pratica o corte da carcaça, durante o toalete da carcaça (conhecido como dressing).
Jorge Riani, presidente da Federação Rural disse que “voltou a ocorrer diferenças grandes entre as percentagens de dressing aplicadas pelos frigoríficos” e disse que a Federação “continua a recebendo queixas dos produtores sobre os rendimentos do gado enviado para abate e as percentagens de dressing.”
Apesar do “aumento substancial que está tendo o preço do gado gordo, baixaram os rendimentos e subiram as percentagens de dressing.”
“Nunca renunciamos ao pedido e reafirmamos que a indústria frigorífica deveria pagar o gado gordo na terceira balança – antes da operação de dressing na carcaça – além de buscar incentivos para reconhecer a qualidade através da aplicação de métodos mais objetivos.”
O pagamento do gado na terceiro balança voltou a ser discutido na semana passada, quando o Conselho Diretor da Federação Rural se reuniu com o presidente da Associação Rural do Uruguai, Pablo Zerbino, com o objetivo de buscar uma estratégia comum sobre vários temas que afetam o setor agropecuário.
“O pagamento na terceira balança é o método mais transparente”, reiterou Riani.
O presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Federico Stanham que na próxima semana apresentará aos membros da Junta Diretiva o resultado de um relatório que faz o balanço dos resultados da aplicação do decreto regulador do dressing.
Stanham recordou que “quando se cumpriram seis meses da implementação do decreto, dissemos que estávamos satisfeitos com o resultado. A porcentagem de dresing tinha baixado em média em um ponto e meio, de acordo com o momento, e se veem oscilações sazonais relacionadas com a sanidade do gado.”
A implementação do decreto exige que os técnicos do INAC estejam presentes nos frigoríficos assessorando e fazendo observações, mas para o presidente do INAC, “não tem sentido ter um inspetor durante as 8 horas de duração dos abates. Não é a maneira que hoje em dia se fazem os controles no mundo.”
Ele explicou que “a informação é analisada, as observações são feitas e nós com o controle que estamos fazendo, pensamos que tem sido feito um grande trabalho. Há sempre algum ajuste a fazer, mas o trabalho tem sido muito bom.”
Não só pelo resultado da dressing, mas também para analisar algumas questões internas, a Federação Rural convocou uma reunião dos presidentes de suas Entidades Federadas para o próximo dia 21 de agosto.
Não parar a vacinação contra a febre aftosa
O Uruguai reafirmará na reunião desta semana da Federação das Associações Rurais do Mercosul (FARM), que será realizada no Paraguai, a posição de que a América do Sul não está preparada para parar de vacinar contra a febre aftosa em 2020.
“Estamos muito preocupados com a aftosa após o início de foco na Colômbia e diante da insistência do Brasil para parar de vacinar em alguns estados”, disse Riani. “Vamos com o argumento de que a América do Sul não tem as condições sanitárias para parar de vacinar, devendo seguir o caminho de ser um país livre de aftosa com a vacinação. Essa posição será reavaliada em Palermo.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.