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Produtores encontram ganhos ao aliar gado de corte e grãos

Ao associar a produção de grãos à de gado de corte, no sistema de integração lavoura-pecuária, o produtor Ivonei Librelotto, 47 anos, tornou-se referência no modelo da atividade no Rio Grande do Sul. Há cinco anos, o administrador de Boa Vista das Missões abandonou a monocultura de soja e a simples engorda de animais para fazer com que a propriedade de 111 hectares gerasse renda praticamente o ano todo.

Ao incluir o cultivo de milho em metade da área destinada aos grãos (cerca de 90 hectares), o agricultor conseguiu fazer com que parte da lavoura de verão seja liberada antes para a pastagem de um rebanho variável entre 80 e 120 animais.

“Nossos problemas ficam debaixo da palha. Ao abrir espaço no campo, consigo engordar boi no período de entressafra da pecuária. Tenho um ganho de até R$ 0,50 a mais por quilo de animal”, explica Librelotto.

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Após a colheita do milho, concluída normalmente em fevereiro, a sobra da lavoura serve de pastagem para o gado. Os ganhos são alcançados também com o cultivo de trigo de duplo propósito, voltado tanto para a produção de grãos como para o pastejo dos animais.

“Com a integração lavoura-pecuária consigo utilizar mais de 90% da área durante o ano. No sistema antigo, ficava com 60% da área ociosa”, explica o produtor, acrescentando que a rentabilidade da propriedade se manteve estável nos últimos cinco anos, variando entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil por hectare.

O modelo adotado na propriedade é apresentado em dias de campo da Embrapa, e fez com que Boa Vista das Missões fosse um dos 10 municípios escolhidos por um projeto da Grã-Bretanha para receber investimentos a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por meio de convênio com a Embrapa e a Emater, cinco propriedades no município, incluindo a de Librelotto, receberão até US$ 24 mil para investir em áreas demonstrativas que serão usadas para formar 45 multiplicadores.

“A integração reduz o uso de inseticida nas lavouras com a diminuição de pragas e doenças. A rotação com o milho melhora o solo, fazendo com que se consiga em média 10 sacas a mais de soja na safra seguinte” – ressalta Luiz Carlos Taffarel, técnico da Emater em Boa Vista das Missões.

O que faz a diferença?

  • A rotação de cultura é um sistema conhecido do produtor, mas nem sempre efetuado da maneira correta.
  • Não basta apenas plantar soja no verão e trigo no inverno.
  • Os melhores resultados para a técnica estão nas combinações de gramíneas e leguminosas.
  • Na prática, a área que ganhará trigo neste ano vai ser coberta com ervilhaça no próximo inverno. No lugar da soja, entra o milho.
  • A utilização da técnica pode aumentar em até 10% a produtividade dos grãos.

Fonte: Jornal Zero Hora, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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