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Produtores do Reino Unido pedem que UE não amplie cota argentina de carnes

Os líderes da união de produtores rurais do Reino Unido solicitaram, nesta segunda-feira, ao ministro da Agricultura da União Européia (UE), Franz Fischler, que desistisse dos planos de permitir que a Argentina amplie suas exportações de carne bovina para o bloco europeu. Segundo a União Nacional dos Produtores Rurais (NFU), o mercado de carne bovina da Europa está muito frágil para enfrentar mais importações.

A Argentina, que passa por uma recessão profunda, enfrenta problemas em relação ao pagamento de sua dívida e desvalorização da moeda, tinha solicitado à UE o aumento das cotas de importação de carne bovina argentina, na tentativa de obter mais receitas com suas exportações. A proposta feita foi a de adicionar à cota atual Argentina – de 28 mil toneladas de carne bovina – mais 10 mil toneladas, para as importações anuais, iniciando-se em julho.

O líder da NFU, Ben Gill, disse que, apesar de apreciar o desejo da Comissão Européia de auxiliar a Argentina, o uso do mercado de carne bovina para isso poderá causar um sério impacto para os produtores rurais britânicos e europeus.

“Nós ficamos surpresos e preocupados ao ouvir essa proposta. Eles estarão fazendo pressão em um mercado que não está forte o suficiente para isso”. As últimas estimativas feitas pela Comissão de Carne e Animais Domésticos do Reino Unido, mostraram que o consumo total de carne bovina na UE caiu cerca de 10% entre 2000 e 2001, para 6,5 milhões de toneladas. Essa queda ocorreu principalmente devido ao declínio ocorrido na Alemanha, causado pelo temor gerado pelo aparecimento de casos da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da ‘vaca louca’.

Preocupação com febre aftosa

Gill disse também que os produtores de carne britânicos, que estão lutando para reconstruir seus rebanhos depois da doença da ‘vaca louca’ e da crise, ocorrida no ano passado, devido à febre aftosa, estão preocupados com eventuais riscos que a carne argentina poderia trazer, devido aos casos de aftosa ocorridos no país.

As exportações de carne bovina da Argentina – com rebanhos criados a pasto – caíram cerca de 60% no ano passado, para US$ 220 milhões, devido à febre aftosa no país. No Reino Unido, a epidemia da doença custou mais de US$ 2,85 bilhões e provocou o sacrifício de milhões de animais.

“Enquanto nós tentamos desesperadamente reconstruir nossa indústria, no Reino Unido, continuamos preocupados com a eficácia da inspeção da carne, bem como dos controles de exportação de países como a Argentina, que apresentou casos recentes da doença. A Comissão precisa se lembrar do impacto que essa sugestão terá sobre os produtores rurais do país, que sofrem uma grande pressão, e desistir desta proposta”.

A proposta feita por Fischler precisa ser aprovada pela Comissão Européia e pelos ministros dos estados membros do bloco.

Fonte: Reuters, adaptado por Equipe BeefPoint

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