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Produtores canadenses pedem por compensação por animais de descarte

Os produtores de bovinos do Canadá estão sendo forçados a praticamente doarem seus animais de descarte cujo valor desmoronou desde o medo surgido por causa do surgimento de um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) – conhecida como doença da “vaca louca” – no país, e pedirão por um programa nacional de compensação durante uma reunião com os ministros da Agricultura federal e das províncias.

“Nós achamos que há a necessidade de se ter uma medida nacional para isso”, disse o representante da Alberta Beef Producers, Arno Doerksen. Seu grupo é um dos vários que deverão estar presentes na reunião em Ottawa que provavelmente ocorrerá nesta semana.

Todo outono os pecuaristas do Canadá normalmente selecionavam os animais mais velhos de seus rebanhos para substituí-los com animais mais jovens. Estes animais selecionados normalmente significavam cerca de 10% do rebanho total do produtor. Eles eram normalmente enviados a abatedouros e valiam entre Cdn$ 700 (US$ 519,78) e Cdn$ 1000 (US$ 742,55). A média nacional para este tipo de animal estava em torno de Cdn$ 800 (US$ 594,04) antes da descoberta de um único caso de EEB em Alberta em 20 de maio, disse a representante da Associação Canadense de Criadores de Bovinos, Cindy McCreath.

A descoberta resultou na barreira de 34 países à carne bovina canadense. Os EUA reabriram parcialmente sua fronteira para cortes sem osso de animais de menos de 30 meses de idade, mas ainda não estão permitindo carne destes animais mais velhos.

“O valor destes animais caiu mais do que o valor dos animais terminados ou dos animais de engorda que são mandados aos estabelecimentos de engorda. Isso tem causado mais dificuldades para os produtores provavelmente do que qualquer outra classe de bovinos”, disse McCreath.

Estes animais mais velhos hoje estão com um valor de cerca de Cdn$ 200 (US$ 148,51) se o produtor conseguir encontrar um mercado, segundo ela. Há relatos de animais desta categoria valendo somente Cdn$ 50 (US$ 37,12). Há uma certa relutância por parte dos produtores canadenses de doar estes animais sem receber nada em troca devido justamente aos custos que eles têm para se desfazer dos animais (ex.: transporte).

Os programas de compensação anteriores pagavam aos produtores a diferença entre o preço de antes da EEB e o preço atual do gado no mercado. O ministro da Agricultura de Saskatchewan, Clay Serby, disse que espera que o governo possa ter algumas respostas aos produtores. “Espero que o governo federal tenha uma posição sobre o que estão fazendo com relação à EEB”.

Um porta-voz do ministro da Agricultura canadense, Lyle Vanclief, Donald Boulanger, disse que o ministro acredita que há dinheiro suficiente em uma série de programas de auxílio rural existente chamada Política de Estruturação Agrícola (Agricultural Policy Framework – APF) para lidar com a crise.

Os produtores canadenses também aguardam que os oficiais do comércio do país terminassem a documentação que permitiria que a carne bovina canadense cruzasse a fronteira dos EUA até o México. Os certificados de exportação deverão incluir tanto cortes sem osso, que já são permitidos nos EUA, como cortes com osso e miúdos, que poderiam dobrar as exportações de carne bovina canadense ao México, disse o representante da Federação de Exportação de Carne Bovina do Canadá, Ted Haney. Os certificados, que possuem documentos informando como a carne bovina seria transportada e mantida em segurança através dos EUA, deverão ser aprovados por oficiais norte-americanos, disse Haney.

Fonte: The Globe and Mail, adaptado por Equipe BeefPoint

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