Produtores argentinos planejam novo boicote

A demora do governo argentino em dar uma resposta às reivindicações dos produtores rurais pode acabar com a trégua entre as partes envolvidas. Os setores mais duros do agronegócio vão analisar nesta semana a possibilidade de realizar uma nova suspensão.

Entre as medidas esperadas pelo setor produtivo estão o refinanciamento das dívidas que mantém com o Banco Nación; a liberação do mercado de Liniers (onde são negociados o gado em pé), sob intervenção oficial; incentivos para a produção e subsídios para os criadores de suínos.

“O campo está sendo profundamente afetado pela suspensão das exportações porque estamos diante do plantio da nova safra (trigo), mas sem nenhuma previsibilidade de horizonte”, reclamou o presidente da Federação Agrária (FAA), Eduardo Buzzi.

Segundo reportagem do Estadão/Agronegócios, a FAA já tem propostas para um novo locaute, mas Buzzi disse que ainda vai tentar obter uma resposta positiva do governo antes de votar pela medida de força. A Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (Carbap) levará para a assembléia de Confederações Rurais Argentinas (CRA) a proposta de retomar o boicote na próxima quarta-feira.

Cerca de 8 mil pequenos e médios produtores do país estão endividados com o Banco Nación e muitos estão perdendo as terras dadas em garantia nos financiamentos. Por isso, a prioridade número um das negociações para a FAA é o refinanciamento das dívidas.

Com relação aos produtores de gado, a situação também é complicada, já que os preços estão sob intervenção oficial há cinco meses. Com os preços congelados, o mercado negro ganhou terreno, deixando o mercado de Liniers jogado às moscas, correndo risco de extinção.