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Produtor rural tem que se manter distante da pauta ideológica no comércio internacional, diz CNA

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu hoje que o produtor rural se mantenha longe da pauta ideológica no comércio internacional.

Questionado em coletiva de imprensa da entidade sobre a relação com a China, principal parceiro do agronegócio brasileiro, e a interferência da guerra comercial do país com os Estados Unidos e das declarações polêmicas do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, Martins afirmou que nenhum país determina o que o Brasil vai produzir, nem para quem vai vender.

“Não devemos ter ideologia nem bandeira. Não são os EUA que vão determinar o que produzimos e para quem temos que vender”, destacou. “Devemos nos afastar de ideologia. Somos produtores rurais e precisamos exportar o que produzimos – é mercado, quem paga melhor”, continuou.

João Martins ressaltou, ainda, que a relação com a China é “muito boa”, bem como com os demais países asiáticos. “Hoje a China é o principal mercado consumidor lá fora, mas estamos trabalhando outros países. Indonésia, Tailândia, e até a África são mercados com potencial. Sempre vai existir esse jogo de mercado”, pontuou.

A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, também defendeu pragmatismo no comércio mundial. Sobre o governo de Joe Biden nos EUA, ela espera que as políticas continuem intensas com a China, mas disse que é preciso esperar para entender melhor como será a relação com os americanos. Ela destacou, porém, que a saída de Donald Trump deve culminar em participação maior dos EUA no mercado internacional e em um “ambiente mais estável” e propício à retomada de negociações bilaterais.

Em 2020, houve queda no comércio brasileiro com os EUA, mas existem diversas oportunidades, disse Dutra. “Comércio é pragmatismo. Podemos ter alinhamento em questões políticas, mas comércio precisa trabalhar mercado, conhecer o consumidor. Temos que conhecer mais o consumidor americano. Somos concorrentes do agro americano, mas existem oportunidades, como no café e frutas”, indicou.

Fonte: Valor Econômico.

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