Governo da França promete ajuda aos pecuaristas do país
23 de julho de 2015
Perdas causadas por carrapatos em bovinos alcançam US$ 3,4 bi por ano
23 de julho de 2015

Produtividade é chave para expandir mercado de carne bovina: FNP

A produtividade da pecuária brasileira precisa aumentar para que o País atenda à crescente demanda global por carne bovina, diz o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. Ele afirma que produtores devem se preocupar menos com a cotação da arroba e mais com as estratégias que possam elevar a rentabilidade de suas fazendas. “O Brasil tem um potencial grande para se manter na liderança da produção mundial de carne bovina, mas precisa resolver o desafio da produtividade”.

O crescimento da demanda mundial de carne bovina deve ser puxado pelos países em desenvolvimento. Com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a China é tida como um dos mercados com maior potencial. O Rabobank estima que o país consumirá 10,2 milhões de toneladas do produto em 2025 – alta de 2,2% ante a projeção de 2015, que é de 8 milhões de toneladas. Sem a possibilidade de se tornar autossuficiente no médio prazo, a China estreita laços com o Brasil e a Austrália em busca de fornecedores. Segundo o banco, o país dependerá de exportadores para atender a 20% de sua demanda doméstica. Ante o avanço dos emergentes, é possível que a demanda global supere significativamente a oferta e eleve os preços da carne bovina, tornando-a um produto para um grupo mais seleto de consumidores. “Há o risco de termos uma grande elitização do consumo”, prevê Ferraz.

O diretor técnico da Informa afirma que, por ter um ciclo longo, a bovinocultura de corte demora a responder a estímulos de preços com um ajuste produtivo que equilibre oferta e demanda. Quando a disponibilidade de carne diminui compradores migram para proteínas mais baratas, como a de aves e suínos, e mudam hábitos alimentares.

“Quando o preço da carne bovina volta a cair, consumidores já aprenderam a comprar outros produtos. E, se antigamente comiam esta carne cinco vezes por semana, agora passam a comer em apenas três. Este é um problema muito difícil de se solucionar”, diz.

Ferraz cita ainda que as populações estão envelhecendo e as famílias estão menores em nações desenvolvidas, o que limita a demanda e leva consumidores a comprarem alimentos mais saudáveis. Parte dos cidadãos também opta pelo vegetarianismo por questões políticas ou ambientais. “Isto é uma ameaça real para o setor”, diz. Se os preços estiverem elevados, essa mudança de hábitos pode se intensificar. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimam que o consumo per capita de carne bovina cairá 2% em países desenvolvidos até 2024.

Diante da mudança conjuntural no mercado da carne bovina, o diretor afirma que pecuaristas brasileiros precisam apostar em produtividade. A estratégia ajudaria a minimizar o impacto da falta de mão de obra qualificada no campo, permitiria aumentar a lotação de animais em fazendas e garantir que a pecuária seja rentável, em comparação com outras atividades do agronegócio e investimentos imobiliários e financeiros.

Fonte: Agência Estado, adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress