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Produção: exemplo de alta tecnologia e gestão para garantir boas margens

A fazenda funciona como uma empresa, sendo dividida em segmentos, cujos gestores reúnem-se mensalmente para avaliar o desenvolvimento do sistema produtivo e adaptar os sistemas produtivos de forma a atender a meta de abate, cumprida majoritariamente pelos animais mantidos em confinamento, tanto na própria fazenda como em áreas arrendadas.

Principal fornecedor do JBS e um dos três maiores confinadores do país, a Fazenda Conforto aposta em alta tecnologia e técnicas de gestão empresarial para elevar produtividade e garantir margens em meio ao aumento dos custos de produção e preços mais baixos da arroba do boi neste ano, apontou executivo do grupo durante visita da equipe do Rally da Pecuária.

A expedição técnica esteve em Nova Crixás, oeste de Goiás, onde visitou a Fazenda Conforto e encontrou uma propriedade rural que trabalha com alto nível de tecnologia no manejo das pastagens, que são adubadas e irrigadas para garantir vigor nutricional, e no processo de confinamento dos animais, que após a engorda seguem para o abate.

“O custo está alto e a receita está abaixando. É um funilzinho o que o pecuarista brasileiro está passando hoje. O mercado (futuro) está colocando menos de 90 reais por arroba, abaixo de nossa expectativa”, disse Vicente de Paula, coordenador de gestão da Fazenda Conforto.

Tal situação fez a fazenda elevar a meta de abate neste ano em cerca de 3 mil cabeças, para 75 mil animais, na tentativa de garantir margens melhores neste ano. O grupo adota um modelo de gestão semelhante ao de grandes empresas, com metas de produtividade e redução de custos.

“Isto mudou a cara da fazenda… Melhorou muito a qualidade dos controles”, acrescentou o coordenador da Fazenda Conforto, que faz parte da holding Conforto, do empresário Alexandre Negrão.

A fazenda funciona como uma empresa, sendo dividida em segmentos, como a cria e confinamento entre outros, cujos gestores reúnem-se mensalmente para avaliar o desenvolvimento do sistema produtivo e adaptar os sistemas produtivos de forma a atender a meta de abate, cumprida majoritariamente pelos animais mantidos em confinamento, tanto na própria fazenda como em áreas arrendadas.

No sistema produtivo, o grupo utiliza tecnologia de precisão agrícola, com mapeamento e diagnóstico e adubação do solo. E com o sistema de irrigação, os pastos da fazenda seguem verdes a despeito da estiagem típica desta época do ano. O grupo tem seu próprio sistema para produzir ração e conta com 100 por cento de sua produção rastreada, atendendo aos rígidos controles do mercado europeu.

De fato, o segundo dia do Rally da Pecuária, expedição que a Reuters acompanha pelo oeste de Goiás, representa uma amostra do que as equipes devem encontrar durante a viagem que percorrerá nove Estados brasileiros.

“Visitamos pastos em condições muito boas ao longo deste trajeto, mas também passamos por outros mais degradados. O que percebemos é que o ´range´ (a diferença) entre o pecuarista tecnificado e o não-tecnificado é muito maior que na agricultura, da soja, por exemplo”, disse o analista André Debastiani, da Agroconsult, uma das consultorias que realiza o Rally da Pecuária.

Na primeira visita realizada no dia, a equipe do Rally esteve em uma fazenda em Cocalinho, em Mato Grosso, na divisa com Goiás. Ali o cenário é bem diferente daquele observado na Fazenda Conforto.

Na fazenda em Cocalinho, o sistema de produção é calcado sobretudo nas pastagens. Até 2004, a propriedade era voltada para a produção de soja em cerca de 5 mil hectares. Contudo, com uma severa quebra de safra naquele período e o endividamento subsequente, as lavouras foram trocadas por pastagens e receberam um plantel inicial de 4.000 vacas. Atualmente, a área comporta cerca de 10 mil animais, em quase 8.000 hectares.
“A lotação de mais de um animal por hectare (da fazenda em Cocalinho) é boa, já que a média nacional é de 0,8. É um indicativo de que houve bom manejo do pasto, mas é um cenário bem diferente se comparado ao da Fazenda Conforto, que comporta até mais de quatro animais”, ponderou Alan Malinski, analista da Agroconsult que também faz parte da expedição.

Fonte: jornais Folha de SP e Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. LEANDRO RODRIGUES DE OLIVEIRA disse:

    trabalho,trabalho trabalho,so falta uma coisinha simples que o nosso GOVERNO conheça a realidade da pecuária da porteira pra dentro.

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