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Produção de carne na América Latina deve crescer em 2020, diz Moody’s

A produção das principais proteínas de origem animal – bovina, suína e frango – deve crescer em 2020 na América Latina, impulsionada pelo aquecimento nas exportações, diz a Moody’s Investors Service em relatório divulgado nesta quarta-feira, 11.

“Uma escassez (de carnes) na China causada pelo surto de febre suína africana melhora a perspectiva (de venda) para todos os tipos de proteína”, afirma a vice-presidente sênior da Moody’s, Barbara Mattos. “A demanda da Ásia e do Oriente Médio oferece oportunidades de crescimento para carne bovina e de aves, com a redução das restrições comerciais aumentando o acesso a alguns mercados”, ressalta a análise.

Para a Moody’s, o rebanho brasileiro continuará a crescer, mantendo a disponibilidade de animais para atender a demanda exportadora, porém o nível desta demanda fará com que os preços do gado sigam relativamente elevados. Em paralelo, há perspectiva de recuperação no mercado interno, permitindo que os frigoríficos repassem custos a seus clientes.

Quanto às empresas do setor, a Minerva Foods deve contar com um “ambiente positivo, apoiado pela forte geração de fluxo de caixa das operações”, diz a Moody’s. A diversificação geográfica da companhia na América do Sul facilita o acesso a diferentes mercados – a unidade na Argentina pode embarcar proteína para os Estados Unidos, do Uruguai há habilitação para o Japão e do Brasil, para a Indonésia. A Moody’s considera a liquidez da companhia adequada, com um cronograma confortável de amortização de dívida, mas a alavancagem ainda é considerada alta.

A Marfrig deve ser beneficiada pelas operações norte-americanas, fortalecidas após o aumento da participação na National Beef, de 51% para 81,7%. “O ciclo positivo de gado no Brasil e nos Estados Unidos beneficiará as margens das exportações em 2020”, avalia. O aumento nos padrões de governança e os fundamentos positivos da indústria devem melhorar a qualidade de crédito da JBS.

Já para a BRF, a Moody’s destaca a estratégia de recuperação traçada pela empresa que tem levado à melhora de margem e do fluxo de caixa. “A expansão internacional através da presença local ou exportação para Arábia Saudita, Turquia e China” estão entre os pontos fortes para o ano que vem e, além disso, a alavancagem diminui significativamente com redução da dívida líquida e maior geração de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Fonte: Estadão.

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