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Produção de bezerros: análise da eficiência e eficiência da análise

Na região do extremo oeste do estado de Dakota do Norte, Estados Unidos, alguns produtores de bezerros de corte conseguem resultados espantosos de 93% de taxa de prenhez, após uma estação de monta de 80 dias e um intervalo entre partos de 12 meses, utilizando apenas monta natural. Mas não existe nenhuma vaca milagrosa naquela região, esse resultado até então espetacular perde o seu valor quando se recebe a informação de que a taxa de lotação é de 0,2 UA/ha. Artigo de Renan Augusto Pinheiro Maciel.

Por Renan Augusto Pinheiro Maciel

Nos sistemas de produção de bezerros existem inúmeros pontos críticos de controle que ainda passam despercebidos pelos olhos dos pecuaristas e técnicos. Falhas na compilação de dados valiosos como determinação do intervalo entre partos, taxa de prenhez, taxa de desmame, taxa de descarte de vacas, taxa de reposição, idade ao primeiro parto, peso médio do bezerro desmamado, relação touro/vaca, animais/ha, UA/ha, vida-útil dos animais, duração da estação de monta e custo de produção do bezerro desmamado impossibilitam a obtenção de informações sobre o sistema produtivo. Sem dados não há informação e, se os dados são imprecisos, a informação perde o seu valor.

A IATF, Inseminação Artificial em Tempo Fixo, biotecnologia que está em franca expansão pelas fazendas no Brasil, traz uma série de benefícios para os pecuaristas, entretanto, há ainda certo receio por parte dos produtores para a introdução desta biotécnia. Muitos dizem que é caro e outros afirmam que a técnica é muito trabalhosa. Mas onde estão especificados todos os benefícios proporcionados ao sistema de produção? Ou melhor, o pecuarista sabe realmente quais são as vantagens de se introduzir um protocolo de inseminação artificial em tempo fixo?

Nos artigos sobre este assunto há muita informação técnica e valiosas discussões sobre os resultados de pesquisas, mas faltam algumas informações mais próximas da realidade prática do pecuarista. Os resultados obtidos com a IATF mais o repasse variam entre 80% a 90% de taxa prenhez, sendo que essa variância é consequência de uma série de fatores como por exemplo: escore de condição corporal (ECC) das vacas, protocolo utilizado, categoria das matrizes, qualidade do sêmen, eficiência do repasse com o touro/inseminação, desempenho do técnico responsável pelas aplicações dos hormônios e inseminações, pontualidade dos manejos, estresse das vacas, entre outros.

Para o pecuarista, o aumento da taxa de prenhez pode significar pouco benefício, principalmente nos casos em que ele próprio não sabe com precisão qual é a taxa de prenhez de suas matrizes. É valido esclarecer inicialmente que uma taxa de prenhez de 95% pode ser ruim se esse resultado for atingido com um intervalo entre partos médio de 16 meses, pois se corrigida para um ano, essa taxa representaria 71,25% de prenhez. Antes de buscar informações sobre novas tecnologias é necessário que o pecuarista conheça muito bem os índices produtivos de sua fazenda, antes disso não haverá base para comparações.

Além do aumento na taxa de prenhez, a IATF pode beneficiar não apenas os índices reprodutivos, mas também os índices produtivos da fazenda. O principal benefício da sincronização do estro é a retomada precoce da atividade ovariana no pós-parto, o aumento da taxa de prenhez vem como conseqüência disso. A grande maioria das vacas submetidas ao tratamento hormonal não apresenta anestro pós-parto; livre do anestro, a vaca tem mais chances de emprenhar durante a estação de monta. No 84º dia da estação de monta uma vaca submetida ao tratamento hormonal 50 dias após o parto terá 5 chances para emprenhar, enquanto uma vaca não tratada terá apenas 2 chances se esta fêmea apresentar-se acíclica no 102º dia pós-parto.

No estudo de LUCY et al., 2001, 851 vacas de corte lactentes distribuídas em 6 regiões dos Estados Unidos foram submetidas a dosagem de progesterona no período pós-parto. Os resultados apontaram que 53% das vacas encontravam-se em anestro aos 56 dias pós-parto. No presente estudo as vacas eram predominantemente de origem européia, com idade média de 5 anos e o ECC médio 5 (escala de 1 a 9). Em dois estudos (BARUSELLI et al., 2002; MARQUES et al., 2003) foi verificado baixo percentual de vacas de corte lactantes ciclando entre 60 a 70 dias pós parto [24,3% (52/214 vacas Nelore) e 14,0% (7/50 vacas Nelore/Angus), respectivamente].

FIGURA 1: Influência a longo prazo do anestro pós-parto sobre produtividade de vacas da puberdade até o décimo ano de atividade reprodutiva. FONTE: Elaboração própria

*Desconsideram-se nesta análise a taxa de abortamento e a taxa de mortalidade dos bezerros até o desmame.

OBS.: Considerou-se um anestro de curta duração (35 dias), pois o objetivo do presente artigo é mostrar que um pequeno aumento no período de serviço pode representar um grande impacto na produtividade. Estima-se que o período de serviço das vacas de corte no Brasil é de cerca de 8 meses (BARUSELLI et al., 2006), nesta condição uma vaca produz 6 bezerros em 10 anos.

FIGURA 2: Chances de prenhez da vaca submetida ao protocolo hormonal da IATF em comparação com a vaca em anestro não tratada. FONTE: Elaboração própria

Deriva-se da inseminação artificial em tempo fixo uma série de vantagens que não podem ficar fora de uma análise. Há o benefício proporcionado pelo melhoramento genético do rebanho que pode ser traduzido por um aumento do preço de venda dos bezerros desmamados ou redução do tempo de engorda para as fazendas que adotam o ciclo completo. Além disso, a inseminação artificial possibilita a realização do cruzamento industrial com raças que não se adaptam ao clima tropical.

A utilização dos protocolos de sincronização do estro torna cada vez mais viável a utilização do sêmen sexado. Avaliando-se a necessidade da fazenda e a comercialização dos animais produzidos, é possível escolher com 90% de acerto o sexo da próxima geração de bezerros. Os machos podem ser mais interessantes para fazendas que comercializam a desmama, já o sêmen sexado para fêmeas é recomendado para a produção da futura linhagem de matrizes. De acordo com NEVES, 2010 a taxa de concepção com sêmen sexado situa-se entre 70 a 80% da taxa obtida com sêmen convencional quando utilizado em novilhas ao primeiro serviço.

Através da IATF consegue-se também uma redução na taxa de reposição, uma vez que o pecuarista que opta por criar suas novilhas para reposição tem de reduzir a quantidade de vacas, pois as novilhas recriadas representam considerável impacto na taxa de lotação da fazenda. Por outro lado, o pecuarista que prefere comprar novilhas para repor as vacas descartadas será beneficiado, pois necessitará de menor número de novilhas. Nesse último caso, o produtor pode ter dificuldades para encontrar esta categoria no mercado, pode encontrar novilhas de baixa qualidade ou ainda terá de desembolsar muito dinheiro para adquirir estes animais.

Deve-se considerar o impacto benéfico da IATF nas fazendas que recriam parte das bezerras. Nesse caso é possível aumentar o número total de matrizes uma vez que o número de novilhas para reposição será reduzido por conta da maior eficiência reprodutiva, ou seja, conseguindo-se menor taxa de descarte de vacas vazias, necessitar-se-á um menor número de novilhas para reposição. Além disso, a utilização de touros provados e indicados para produção de matrizes pode reduzir a idade ao primeiro parto das novilhas se estas forem criadas em um ambiente que proporcione a expressão da precocidade.

O custo de produção do bezerro torna-se menor quando a eficiência reprodutiva do rebanho é aumentada. A redução do intervalo entre partos e o consequente aumento da taxa de prenhez possibilita que mais bezerros sejam produzidos utilizando-se a mesma estrutura da fazenda, há, portanto, uma diluição dos custos de produção e otimização do uso da mão-de-obra e das instalações. Uma análise econômica aprofundada aponta que após a introdução da IATF, a renda anual da fazenda aumenta, mas o resultado é ainda mais significativo quando se analisa a lucratividade real obtida:

LUCRO = RECEITA BRUTA – (CUSTOS OPERACIONAIS + CUSTOS DE OPORTUNIDADE)

Para finalizar é valido considerar outra variável que costuma ficar fora das análises de produtividade das fazendas de cria, mas que pode invalidar muitas conclusões descuidadas. Essa variável consiste na taxa de lotação em Unidades Animais por hectare (UA/ha). Para se ter uma ideia da magnitude disso segue um exemplo real: Na região do extremo oeste do estado de Dakota do Norte, Estados Unidos, alguns produtores de bezerros de corte conseguem resultados espantosos de 93% de taxa de prenhez, após uma estação de monta de 80 dias e um intervalo entre partos de 12 meses, utilizando apenas monta natural. Mas não existe nenhuma vaca milagrosa naquela região, esse resultado até então espetacular perde o seu valor quando se recebe a informação de que a taxa de lotação é de 0,2 UA/ha. Como é possível viabilizar a produção de um bezerro por ano necessitando-se de 5 hectares para se manter uma vaca? Quanto custará o bezerro produzido nesta condição se forem considerados os custos de oportunidade da terra e do capital investido?

 

Artigo de Renan Augusto Pinheiro Maciel, graduando do 4º ano da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP

 

 

 

 

Referências bibliográficas:

AMARAL, T. B.; CORRÊA, E. S.; COSTA, F. P. Avaliação econômica de diferentes tecnologias adotadas na reprodução de bovinos de corte. In: Amaral, T.B.; Sereno, J. R. B.; Pellegrin, A. O. (Ed.) Fertilidade, Funcionalidade e Genética dos Touros Zebuínos. Corumbá: Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal, Embrapa Cerrados, 2009. p 160-181.

BARUSELLI, P. S.; AYRES, H.; SOUZA, A. H.; MARTINS, C. M.; GIMENES, L. U.; TORRES-JÚNIOR, J. R. S. Impacto da IATF na eficiência reprodutiva em bovinos de corte. In: Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada, 2, 2006, Londrina, PR. Anais do 2º Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2006. v.1, p.113-132.

BARUSELLI, P. S.; MARQUES, M. O.; CARVALHO, N. A. T.; MADUREIRA, E. H.; CAMPOS FILHO, E. P. Efeito de diferentes protocolos de inseminação artificial em tempo fixo na eficiência reprodutiva de vacas de corte lactantes Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 26, n. 3, p. 218-221, 2002.

CREPALDI, G. A. Eficácia de diferentes protocolos de indução da ovulação e de intervalos de inseminação em vacas de corte submetidas a IATF. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2009. 87 p. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2009.

Curso Boviplan Intensificação da Pecuária de Corte no Brasil / Editado por Boviplan Consultoria Agropecuária. 165 p. Piracicaba, 2002

LUCY, M. C.; BILLINGS, H. J.; BUTLER, W. R.; EHNIS, L. R,; FIELDS, M. J.; KESLER, D. J.; KINDER, J. E.; MATTOS, R. C.; SHORT, R. E.; THATCHER, W. W.; WETTMANN, R. P.; YELICH, J. V.; HAFS, H. D.; Efficacy of an intravaginal progesterone insert and an injection of PGF2α for synchronizing estrus and shortening the interval to pregnancy in postpartum beef cows, peripubertal beef heifers and dairy heifers. J. Anim. Sci., V. 19, v. 982-995, 2001.

NEVES, K. A. L.; Efeito do intervalo entre a inseminação e a ovulação na taxa de concepção de vacas Nelore inseminadas em tempo fixo com sêmen sexado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010. 89 p. Dissertação (mestrado). Faculdade de Medicina Veterinária e zootecnia, 2010.

PIRES, A. V. Bovinocultura de Corte/Alexandre Vaz Pires. V. I, 760 p. Piracicaba: FEALQ, 2010

 

14 Comments

  1. Julio Cesar Silva disse:

    Muito bem estruturada sua materia. Parabens.

  2. Leonardo Bacco disse:

    Prezado Julio,

    Entendo que a reposição de matrizes apresenta, ainda, duas vantagens:
    a) maior progresso genético pela redução do intervalo entre gerações, com a incorporação de melhor material genético no plantel (se a novilha for de produção própria, fruto de acasalamento bem planejado)
    b) aumento da receita com o descarte de vacas de 15@, colocando uma novilha de 10@ no lugar.

  3. roque demer disse:

    parabéns renan,além de prenhes temos que ter boa produtividade por ha,

  4. Carlos Magno disse:

    Ótimas sua colocações…Renan!

    Sucessos!!!

  5. sidney uvo disse:

    Caro Renan
    Excelente anáilise tecnico economica . È disto que o Brasil necessita na pecuária : verdades .

    Sidney Uvo
    Turma 49 FMVZ / fabrica do embrião Serv vet (FIV)

  6. Renan A. P. Maciel disse:

    Muito obrigado pelos comentários.

    Acredito que este é um tema fundamental e a base das discussões para o avanço da pecuária brasileira. O preço do bom bezerro tende a ser cada vez melhor, pois a qualidade é cada vez mais reconhecida pelos compradores. Mesmo assim, muitos produtores de bezerros estão deixando a atividade porque não acompanham a tendência de modernização da cadeia. Além do abate cíclico de matizes ao longo dos ciclos pecuários, temos de considerar que muitos produtores de bezerros também estão deixando a atividade de produção de bezerros. Os preços da desmama já refletem esta situação!
    Mas a cria é viável se as tecnologias e o bom gerenciamento forem associados.

    Abraço

  7. Cezar Calovi disse:

    Excelente dissertação.Tenho na prática observado.Parabéns.

  8. Noemy Lúcia disse:

    Muito interessantes as considerações. Qualquer bom investidor e administrador precisa ter clareza nos dados. As informações precisam ser consistentes e baseadas em estudos que considerem todas as variáveis. Daí a importância no investimento em pesquisas e na avaliação de métodos para a melhoria da relação custo/benefício.
    Renan, parabéns! Sucesso !

  9. juniorbarras disse:

    Ótimo conteudo, parabens.

  10. Eder W. Machado disse:

    Bom trabalho Renan,
    Considero ainda que nós, como profissionais da área, temos muito a expandir com a produção de bezerros e principalmente com a análise de dados da propriedade. Uma vez que a realidade esta forçando os criadores a intensificar cada vez mais a produção através da aplicação de tecnologias.
    Abraço

  11. Renan A. P. Maciel disse:

    Agradeço novamete todos os comentários.

    Além de nos preocuparmos com os índices reprodutivos da cria, devemos extrapolar nossas preocupações para produtividade por área e valor de venda dos bezerros obtidos através da inseminação artificial. Sugiro aos leitores uma reflexão muito interessante que foi abordada durante o IX SIMPROPIRA na FMVZ-USP neste último fim de semana: Como comparar a eficiência produtiva de matrizes cruzadas 1/2 Angus X 1/2 Nelore em relação à produtividade de matrizes Nelore? Não se esqueçam de considerar a taxa de lotação que se consegue com uma e com outra composição racial (UA significa 450 de PV). Leve em consideração as diferentes exigências nutricionais, fertilidade e precocidade, além de todos os outros pontos críticos de controle discutidos neste artigo. Mas saiba que para alguns pecuaristas a fêmea cruzada pode ser uma excelente alternativa, para outros não. Boas contas!

    Gostaria de entrar em contato com o Sr. Sidney Uvo, meu e-mail é: renanapm@hotmail.com

    Sucesso para todos.

  12. Antônio Manoel disse:

    Algum de vocês tem planilha para disponibilizar para calcularmos em nossa propriedade o custo de produção para recria de bezerros?

  13. Sergio Mourao disse:

    Em relacao a questao das matrizes cruzadas, 1/2 sangue angus e 1/2 nelore, evidentemente ha uma melhora na carcaca e na precocidade dos animais, mas por outro lado vejo falta de padronizacao racial e de caracteristicas como pigmentacao, resistencia a ectoparasitas, etc. ( na verdade nao ha mais raca!); perde-se a possibilidade de selecao genetica de uma so raca e de evolucao da mesma. Do jeito que esta indo o cruzamento daqui a pouco vai nascer gato em vez de bezerros nas fazendas. Sou pecuarista por hobby e me lembro no tempo de infancia das fazendas de gir. Apos a introducao do holandes e dos bons resultados do meio sangue, o gir quase desapareceu. Perdeu-se anos de selecao e o Gir poderia estar muito melhor do que hoje nao fosse os cruzamentos sucessivos e indiscriminados.

  14. Renan A. P. Maciel disse:

    Caro Sérgio Mourão,

    Eu já estive em algumas fazendas que produzem bezerros ½ sangue Nelore X ½ sangue Angus, ou Rubia Gallega ou Limousin. Em todas estas fazendas notei grande contentamento dos fazendeiros com os resultados. O bezerro fruto do cruzamento industrial tem qualidades infinitamente superiores às do Nelore. A pecuária moderna busca lucratividade e eficiência de produção. Foi-se o tempo dos colecionadores de gado, que buscavam pigmentações específicas, orelhas com formato A ou B, chifres virados para a esquerda ou para a direita. A palavra hoje é produtividade. Isso logicamente gera algumas consequências para o manejo e reflete em impactos no custo de produção. Não se cria um bezerro ½ Sangue Nelore X ½ Sangue Angus da mesma forma que se cria um bezerro Nelore filho de touro de boiada. Um bezerro com alto potencial produtivo carece de maiores cuidados do que um boi que vai para o abate aos 4 ou 5 anos. O cruzamento industrial não é para qualquer pecuarista, é apenas para o pecuarista profissional. Um cruzado é certamente menos resistente aos endo e ectoparasitas se comparado ao Nelore, requer um manejo nutricional melhor e, certamente, tem um custo de produção maior. Na pecuária profissional isso não é um entrave, pois este animal tem valor agregado maior, tem um ciclo produtivo muito menor e responde mais a todo e qualquer investimento realizado no sistema de produção.
    Eu certamente não utilizaria o termo padronização racial para um animal mestiço, pois o cruzamento das duas raças, nesse caso, não tem a finalidade de criar outra raça, mas sim utilizar os benefícios do vigor do híbrido (ou choque de sangue). Ainda assim, é possível manipular a padronização do animal cruzado através da utilização de matrizes Nelore devidamente selecionadas e Touros efetivamente provados. Portanto, para a obtenção do bezerro cruzado, é altamente recomendado o emprego de inseminação artificial (IATF).
    Em relação à seleção da Raça Gir, eu confesso não dominar profundamente esse assunto. Mas raciocinando brevemente sobre a sua colocação, eu acredito que muitos criadores da raça tem realizado bons avanços no que se refere à produtividade e persistência da produção das vacas Gir. E isso é fácil de ser comprovado, pois a Raça Girolando avançou muito nos últimos tempos e é fato que não existe Girolando sem a participação de Gir. Conclui-se então que o rebanho Gir melhorou bastante, certamente tem muito a melhorar ainda, mas contribui para o aprimoramento da Raça Girolando.
    Como o senhor mesmo disse, os bons resultados do meio sangue atrairam a atenção dos produtores de leite. Isso não me causa nenhuma estranheza, afinal os produtores devem buscar mais produtividade e felizmente buscam isso cada vez mais.

    Atenciosamente,

    Renan A. P. Maciel

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