Mercados Futuros – 24/10/07
24 de outubro de 2007
Semana de alta no mercado do boi, valorização da arroba é alavancada pela pouca oferta
26 de outubro de 2007

Procurando entender as perspectivas da pecuária de corte brasileira

A principal mudança que a pecuária passou nos últimos anos foi o aumento da produção e aumento das exportações. O número de animais abatidos cresceu 52% de 2002 para 2006, com o abate de vacas crescendo 136% e o de bois 24%. A produção cresceu devido a adoção de novas técnicas, como confinamento, integração lavoura-pecuária e otimização da produção a pasto: melhor manejo, nutrição, sanidade e genética. A maior demanda por carne bovina e a ampliação do setor frigorífico requer mais gado gordo, que fortalece a demanda pelo produto do pecuarista e firma o preço do boi.

Nas últimas semanas, realizei uma série de palestras no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O tema dessas palestras realizadas desde o final de setembro era analisar o cenário atual da pecuária de corte brasileira, entender os recentes acontecimentos ligados a cadeia da carne e construir um cenário para os próximos anos, com desafios e oportunidades para os pecuaristas brasileiros. Foi muito interessante conhecer as percepções de pecuaristas de diversas regiões.

A principal mudança que a pecuária passou nos últimos anos foi o aumento da produção e aumento das exportações. O número de animais abatidos cresceu 52% de 2002 para 2006, com o abate de vacas crescendo 136% e o de bois 24%. A produção cresceu devido a adoção de novas técnicas, como confinamento, integração lavoura-pecuária e otimização da produção a pasto: melhor manejo, nutrição, sanidade e genética.

O abate de fêmeas também é um importante fator que elevou a produção total de carne bovina e que agora começa a mostrar sinais de reversão. Segundo dados do IBGE, no primeiro semestre de 2007 se abateu um percentual menor de vacas que em 2006 e 2005. O menor abate de fêmeas diminui a oferta atual de carne e mostra a busca por aumento futuro da produção de bezerros.

E a reposição? Já é possível encontrar produtores aumentando a produção de bezerros, devido aos maiores preços da reposição, aumento dos confinamentos e outras técnicas de aceleração da terminação. Esse aumento de produção acontece com retenção de matrizes e mais e melhores investimentos em tecnologia: IA e IATF, touros melhoradores, suplementação, etc.

No mesmo período (2002-06) as exportações cresceram ainda mais, com o Brasil exportando para um grande número de países, ocupando a posição de maior exportador mundial de carne bovina. As exportações seguem fortes, com grande crescimento no acumulado do ano (entre janeiro e setembro exportamos 17% mais em valor e 13% mais em volume).

O setor frigorífico se expande e se consolida, acreditando no aumento da demanda interna, apostando também na crescente demanda mundial por proteína animal. Devido ao aumento da população, crescimento da renda per capita mundial e maior percentual da população mundial vivendo nas cidades, nos próximos 10-15 anos, as carnes e os lácteos serão os produtos agrícolas que devem ter maior crescimento no consumo mundial.

Para atender esse mercado os frigoríficos estão ampliando, construindo e comprando novas plantas, expandindo sua capacidade de abate e produção. Essa maior capacidade de abate requer mais gado gordo, que fortalece a demanda pelo produto do pecuarista e firma o preço do boi.

É interessante notar que no momento atual, o mercado interno está remunerando melhor pela carne do que o mercado externo. Nos últimos meses, o preço da carne bovina no atacado (dianteiro, traseiro e ponta de agulha) tem estado bastante alto em relação ao preço do boi gordo, dando competitividade a todos os frigoríficos, em especial os menores e de mercado interno. Na exportação, a dor de cabeça atual é o dólar, que se desvaloriza dia-a-dia frente ao real.

Outro ponto importante a ser lembrado, frente a crescente importância do mercado externo no total produzido pelo Brasil é a segurança do alimento, que pode ser traduzido em sanidade, rastreabilidade e boas práticas agropecuárias. Esses três pontos devem crescer muito em importância. Precisamos estar atentos a efetiva implementação do “Novo Sisbov”. Na sanidade, o ponto crucial hoje é a erradicação da aftosa, que além de causar restrições a exportação para mercados como UE e Chile em diversos estados, também causa um prejuízo oculto. O fato de ainda não termos um controle efetivo dessa doença evita que o Brasil pleiteie e alcance acesso a mercados como EUA, Canadá, México, Japão e Coréia do Sul, alguns dos principais mercados mundiais de carne bovina, que pagam preços excelentes, bem acima dos praticados pela maioria dos atuais países compradores do Brasil. Vale lembrar que o investimento privado (produtores) na vacinação contra aftosa no Brasil é o maior do mundo.

Nesse cenário de aumento da demanda interna e externa por carne bovina, procuramos analisar as perspectivas para 2008 e em diante. A atual cotação do dólar não deve permitir que os preços ultrapassem em muito a barreira dos R$ 65,00@ a vista, como os contratos da BM&F têm mostrado no passado recente. No mercado de reposição, acreditamos em preços firmes e com possibilidade de alta em 2008, devido a busca por maior produção por parte de frigoríficos e terminadores, e também porque a velocidade de resposta do setor de cria é mais baixa do que desses dois primeiros elos da cadeia.

O cenário futuro é positivo para a pecuária brasileira, mas será preciso responder a questões como sanidade e rastreabilidade para garantir o aumento do mercado comprador do nosso produto.

Também será importante se preocupar cada vez mais com os altos e baixos do mercado. Grandes oscilações tendem a ser muito negativas para determinados elos da cadeia, que ficam sem capacidade e velocidade de resposta quando os tempos melhoram. O Rio Grande do Sul é um interessante exemplo para o Brasil. Lá, os baixos preços do gado no passado recente representam hoje baixa oferta de gado gordo, gerando ociosidade na indústria e baixa rentabilidade. O que acontece hoje: mesmo com o melhor status sanitário para exportação do Brasil (acesso a UE e Chile), o RS teve suas exportações diminuídas em 2007.

As grandes oscilações, com grandes perdedores e grandes vencedores em cada momento, tendem a ser negativas para a cadeia como um todo. Um pouco mais de coordenação vertical entre os elos será muito positivo para o setor.

0 Comments

  1. Silvio Koji Tateishi disse:

    Miguel,

    Parabéns pelo artigo. Nos orienta na tomada de decisão para futuros investimentos, e desenvolvimento de planejamento estratégico no curto prazo, para todos empresários da cadeia produtiva da carne bovina.

  2. Tércio Telles de Moraes disse:

    O crescimento/decrescimento desordenado da atividade produtora em função da busca por atividades de maior rentabilidade, tem sido o grande problema. Estamos sempre produzindo além ou aquém da demanda. Portanto fora do compasso!

    Isto é bom no curto prazo e mal no longo prazo para os elos seguintes da cadeia de produção. Precisamos organizar a informação (demanda) e ter credibilidade para que todos os produtores (via os canais de rádio e televisão) planejem a sua produção.

    Desta forma ajustaremos os passos da cadeia produtiva e os preços de mercado compatíveis com os custo atuais de produção. Caso contrário a cada baixa de preços conviveremos com a saída e exclusão de muitos da produção.

  3. Luis Felipe Godinho do Prado disse:

    Excelente artigo, no qual nos traz uma melhor avaliação da realidade da pecuária, mas mesmo com a recuperação dos preços do boi e da reposição. Ainda está a baixo dos custos de produção.

  4. Julio M. Tatsch disse:

    Amigo Miguel, meus cumprimentos pelo artigo e pela iniciativa de percorrer parte do Brasil, captando uma “sensação física do mercado”.

    Porém discordo na percepção de limite de preço da arroba do boi gordo de aproximados R$ 65 à vista. Acho que este limite está mais na vontade do pecuarista. Pela falta de produto que começa a se mostrar a nível de Brasil (vide tabela de abates-SIF de bovinos no site do Mapa. Obs.: Pasmem, na segunda coluna da referida tabela, onde o título diz avestruz, na realidade refere-se a n° de bovinos abatidos), creio que o preço será limitado principalmente no preço que o pecuarista se sentir “satisfeito” e passar a ofertar volume.

    Sendo o Brasil o maior exportador mundial, somos nós quem determinamos o preço base. Não existe pecuarista neste mundo que possa produzir abaixo de nossos custos ou que consiga produzir o nosso volume exportado, pelo menos no horizonte visível.

    Torço para que os pecuaristas passem a inserir em seus cálculos os custos fixos (depreciação, custo do capital, etc.). Pois uma parcela considerável dos colegas, ainda avalia seu resultado econômico baseado apenas nos custos de desembolso ou custos operacionais.

    Muitos colegas pensarão que a arrogância subiu a minha cabeça, mas afirmo em 22 anos de atividade, não me lembro de outra ocasião com um somatório tal de condições favoráveis a exigirmos preços que cubram nossos custos totais mais uma margem de lucro compensatória aos riscos assumidos por nós.

    A nível de RS, não estamos com preços maiores e atualmente até com pequenas baixas impostas, pela razão que o RS está importando aproximadamente metade do seu consumo mensal, baseado em informações do Sicadergs, quando comparado volume importado com o abate médio mensal no RS. Pergunto, a nível de Brasil, com a redução de oferta, os frigoríficos vão buscar bovinos para abate onde?

    Julio Tatsch – Agropecuarista no RS.

  5. Luiz Ribeiro Villela disse:

    Prezado Miguel;

    Creio que o mais importante neste momento é nós criadores não nos empolgarmos em demasia com esta pequena melhora nos preços. Trata-se de melhora sobre uma base de comparação extremamente baixa.

    Não podemos voltar a produzir bezerros e bois em quantidades muito superiores as que o mercado pode absorver e remunerar adequadamente. A sanidade da carne brasileira não é inferior a dos europeus. Apenas não estamos mostrando isto adequadamente e estamos permitindo que barreiras comerciais se apresentem como problemas sanitários.

    Vaca Louca é exclusividade deles e aftosa não é exclusividade nossa. Qual das duas é mais perigosa à saude?

  6. Louis Pascal de Geer disse:

    Olá Miguel,

    Parabéns pelo brilhante artigo com especial referência para os últimos dois parágrafos onde você coloca o dedo na ferida. Concordo plenamente que o jogo onde tem grandes perdedores e grandes ganhadores tende a ser negativo para a cadeia, imagine quando tem grandes perdedores e pequenos ganhadores. Para mim este último ainda se aplica para a cadeia da carne bovina.

    Fiquei feliz em constatar que pelo jeito você também acha que o Sisbov é uma coisa inescapável e que mais cedo ou tarde a cadeia inteira vai ter que aderir.

    Nosso futuro é brilhante e podemos voar tranqüilos fazendo, cada um, o seu dever da casa. A coordenação vertical entre os elos que você mencionou realmente é um ponto crucial porque é exatamente aqui que o calo está doendo.

    Um forte abraço,
    Louis.

  7. Liodeir Rodrigues Carvalho disse:

    Todas as informações e ensinamentos deste artigo são preciosos; o último parágrafo é valioso.

    Meus parabéns.

  8. Clandio Favarini Ruviaro disse:

    O texto do Miguel Cavalcanti “Procurando entender as perspectivas da pecuária de corte brasileira” retrata bem a evolução e oscilações da pecuária de corte nos últimos anos. No tocante ao futuro deste mercado, referente ao estado do Rio Grande do Sul, acredito que os pecuaristas gaúchos podem contribuir muito na oferta de gado com carne de qualidade, inclusive para atingir os mercados externos que melhor remuneram as exportações, refletindo também, no preço pago pelo kg de boi ao produtor.

    Mas para que isto ocorra, há necessidade de maior conscientização dos pecuaristas quanto a necessidade de um sério engajamento à rastreabilidade e de uma mudança cultural no sistema tecnológico empregado na criação bovina no estado.

    Não generalizo mas, na sua grande maioria, a pecuária do RS ainda está longe de ofertar volumes de carne compatíveis com seu real potencial de produção devido a este atraso no emprego de tecnologias disponíveis. Devido, principalmente, a resistência de nossos pecuaristas em deixar para trás uma tradição criatória já ultrapassada.

  9. Alexander de Oliveira Zanette disse:

    Ótimo texto, destaca bem a necessidade do pecuarista brasileiro se atualizar para não perder o momento certo de fechar negócios.

  10. Jorge Travassos disse:

    Obrigado pelo seu artigo. Tem relevância no delineamento da estratégia futura.

    Cumprimentos

    Jorge Travassos

  11. Deniz Ferreira Ribeiro disse:

    Cumprimento o articulista pela objetividade com a qual tratou o tema. Acredito que a maioria dos leitores concorda com a maior parte dos conceitos expostos. Não obstante, em minha modesta opinião, é contraditório considerar “en passant” a barreira de R$ 65/@, como normal, porque “os contratos da BMF o têm mostrado no passado recente” e “porque a atual cotação do dólar não deve permitir que os preços a ultrapassem”.

    Em primeiro lugar, em que pese o desejo de todos em verem nosso mercado futuro forte, amadurecido e capaz de cumprir seu papel na economia pecuária bovina, nas condições em que vem operando – nº de contratos em aberto representando quantidades insignificantes se comparadas ao mercado físico e n° exíguo de participantes -, está ainda muito longe de se constituir num referencial de preços válido numa análise de perspectivas de médio prazo. Além disto, a questão cambial, que sem dúvida é preocupante, também não autoriza sua utilização para justificar esse preço. Basta olhar para o Rio Grande do Sul, onde o câmbio é o mesmo, o preço é bem superior e a industria frigorifica local vai bem obrigado.

    De 2002 a 2006 o número de fêmeas abatidas cresceu bastante, revelando um nível inédito de abate de matrizes. Qual a lição a tirar? Além da redução futura da produção, isso revela a incapacidade dos mecanismos de formação de preços em garantir continuidade ao movimento histórico de crescimento da oferta. O abate de matrizes continuou em 2005 e 2006, e talvez tenha arrefecido seu ímpeto em 2007, não obstante o patamar dos R$ 60/@ ter sido alcançado e ultrapassado diversas vezes no período.

    Considerando um aumento de custos que apenas tenha acompanhado a inflação, o preço de R$ 65, no final de 2007, equivale, quando muito, a R$ 56 ou R$ 57 no final de 2004, o qual foi incapaz de deter o movimento de abate de matrizes. Porque o mesmo patamar de preços reais iria reverter essa tendência hoje?

    É bem verdade que a eficiência média do conjunto de produtores deve ter melhorado, mais pela saída dos menos eficientes, que abateram suas matrizes, e menos pela incorporação de mais tecnologia dos que ficaram; note-se que em 2006 as vendas de sêmen de gado de corte (estatísticas da ASBIA) caíram mais de 20% e a recuperação dessa queda ainda está por ser confirmada em 2007.

    Assim, ainda é incerto o futuro da produção para 2008. Os abatedores tem enfrentado dificuldades para trabalhar sem ociosidade neste segundo semestre, e esta corre risco de se arrastar por 2008 afora e talvez por mais tempo. Para propiciar reações mais positivas da oferta em 2009, seria necessário que a indústria deixasse o mercado flutuar, estabelecendo livremente os preços indicativos dessa escassez de oferta. Se assim agisse sinalizaria mudança radical em seu comportamento histórico, aumentos futuros de produção seriam mais viáveis e nosso possível futuro brilhante não se distanciaria no tempo.

    Adicionalmente não se pode esquecer da recente combinação de novos preços de cereais com novos preços de bezerros, que transforma os R$ 65/@ numa verdadeira pá de cal sobre a pecuária de corte brasileira.

  12. Yutaka Watanabe disse:

    Prezado Miguel e demais participantes,

    Saiu na Folha de São Paulo no dia 18.10.07, artigo assinado por Mauro Zafalon onde diz que “O consumo per capita de carne bovina caiu de 42,6 quilos em 1995 para 30,6 quilos neste ano”. Confere? O crescimento da exportação foi maior que o da produção total de 52% citado no seu artigo?

    Tenho a impressão que a oferta no mercado interno é superior a demanda e enquanto não houver equilíbrio ou através da exportação ou diminuição da produção, não teremos preço de boi satisfatório.

    Abraço

  13. Josmar Almeida Junior disse:

    “Tempos de muito, véspera de nada…”

    Recentemente li esta frase em um artigo de uma revista especializada do setor lácteo. Este artigo é de autoria de Arthur Chinelato (Embrapa), e comentava sobre a valorização atual do preço do leite frente ao comportamento do mercado.

    Acredito que esta mesma frase se aplique ao momento que a pecuária está vivendo. Como ressaltado pelo Miguel no final do artigo, as grandes oscilações são negativas ao setor, e costumo dizer que também são negativas a saúde nossos corações.

    Podemos reverter o cenário negativo que a frase prega, aprendendo com os erros ocorridos no passado. Como ressaltado pelo Miguel, os principais motivos da má fase da pecuária foram o excessivo abate de fêmeas e o aumento de produtividade.

    O primeiro passo já está sendo dado, que é a retenção de fêmeas, devido à uma melhor oportunidade de remuneração, entretanto não podemos tomar este comportamento como regra geral, pois novamente estaremos causando uma grande oscilação.

    Assim podemos levantar uma primeira diretriz:

    Quantas fêmeas devemos reter para não gerar aumento excessivo de oferta de bezerros?

    Em relação a segundo motivo, o de aumento de produtividade, acredito que devemos subdividi-la em dois aspectos:

    Produtividade individual: será irreversível, pois está atrelada a redução da idade de abate, e conseqüentemente a qualidade de carne, aspecto fundamental para todos os paladares, como também aos índices financeiros e econômicos da empresa.

    Produtividade por área: aspecto intrínseco a empresa, que no momento não cabe uma discussão.

    Desta forma podemos levantar mais uma diretriz:

    Qual a produtividade individual que devemos obter para atender os padrões da indústria, com lucratividade, e sem o aumento excessivo de oferta?

    O interessante desta diretriz é que ela pode ser extrapolada para a indústria também:

    Qual o animal que tenho que obter para atender os padrões dos consumidores de meus clientes?

    Esta resposta, sem dúvida, acredito que eles já obtêm, devido ao grande aumento em exportação e profissionalismo na diversificação de seus produtos.

    Então podemos elaborar outra:

    Qual deve ser a taxa de desfrute do rebanho da região de minha planta industrial, para não trabalharmos em ociosidade?

    Estas diretrizes infelizmente não possuo capacidade de responder de imediato, pois demanda de união de cabeças.

    Para responder perguntas iguais a esta devemos entender que o rebanho da cerca ao lado também faz parte do nosso, como também a indústria, ou seja, devemos nos unir, “coordenação vertical”, perfeitamente analisado pelo Miguel.

    Então, vamos responder a estas perguntas?

  14. Gustavo Juñen disse:

    Muy buen analisis de la realidad del sector pecuario brasilero. Aquì en Uruguay, seguimos con atenciòn todo lo que ocurre allì. La escasez de ganado gordo tambièn ocurriò aquì, elevando los precios durante el invierno. El desafìo para la regiòn es aumentar las tasas de procreo ante el crecimiento de la demanda, ademàs de que el Mercosur tenga un status sanitario comùn.

    Estamos llamados a ser los proveedores de alimento saludable para gran parte del planeta. Eso supone un desafìo formidable. En cuanto a la expansiòn de la industria frigorìfica brasilera, Uruguay lo esta viviendo ej.Marfrig. Por un lado son bienvenidas las inversiones, pero existe preocupaciòn tanto en el gobierno como en los productores por la extranjerizaciòn de la industria frigorìfica.

    El tema del precio del dòlar no solo està afectando nuestra competitividad:los costos de las empresas ganaderas se estàn incrementando, por ejemplo a travès del aumento en el costo de los fertilizantes y una relativa escasez de los mismos que puede complicar las siembras y refertilizaciones en el otoño.

    Felicitaciones por el artìculo y por toda la pàgina.

  15. Alexandre Scaff Raffi disse:

    Meu amigo Miguel, quem diria que em Novembro deste ano já estaríamos R$ 70,00 em SP (há negócios aqui em Campo Grande já na faixa de R$ 65,5 já descontado o Funrural), mesmo antes da liberação do estado para aftosa, como se confirmou esta semana. A visita da Comunidade Européia nem deu seu parecer ainda. Fico imaginando se eles passarem um aval positivo nos seus relatórios, acenando para a retomada da exportação no começo do ano que vem.

    Abraços e boa sorte

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