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Previsões climáticas reforçam riscos para a produção de milho

A previsão de chuvas abundantes nas regiões produtoras de soja do Centro-Oeste nas próximas semanas acendeu o alerta para os riscos à safrinha de milho, que é cultivada assim que a oleaginosa é retirada do campo. Se as chuvas retardarem ainda mais a colheita de soja, a produção de milho de inverno pode ficar mais exposta aos riscos climáticos.

Para as agroindústrias de aves e suínos, um eventual problema na safrinha tornaria ainda mais difícil a estratégia de suprimento de milho, principal insumo da ração. Para este começo de ano, grande parte da indústria já está abastecida de milho, mas o setor conta com a chegada da safrinha, que começa a ser colhida em maio, para conseguir um alívio nos custos de produção.

Desde agosto do ano passado, o preço do milho vem subindo no mercado doméstico – em parte devido à forte demanda externa pelo grão brasileiro -, o que obrigou companhias como a JBS a importar milho de países do Mercosul. Em Mato Grosso, maior Estado produtor de milho do país, o preço está próximo do recorde nominal.

Ao Valor, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, ressaltou ter recomendado que as indústrias associadas antecipassem a compra de milho para evitar problemas de abastecimento.

“A preocupação no momento é como a colheita da soja vai evoluir diante dessa perspectiva de chuvas”, afirmou a analista da MBAgro, Ana Laura Menegatti. Para ela, no momento, há condições para o plantio de milho em um período aceitável, ainda que numa janela mais curta, devido ao atraso no plantio da soja.

Na avaliação de Alaide Ziemmer, da consultoria AgRural, o grande problema é se as chuvas forem constantes. “Caso elas cheguem sem intervalos, poderá ter impacto para o milho”, disse. Até 16 de janeiro, 1,8% da área de soja havia sido colhida, abaixo dos 6% registrados no mesmo período do ano passado, de acordo com a consultoria.

Para o agrometeorologista Marco Antonio Santos, da Rural Clima, ainda é prematuro dizer que as chuvas podem provocar um atraso ainda maior no plantio. “A capacidade dos produtores de recuperar as interrupções nos trabalhos no campo é alta”, afirmou. A janela ideal de plantio da safrinha é até 22 de fevereiro.

Nesse cenário de incertezas em relação à safrinha, as indústrias de aves e suínos e também das de etanol de milho vêm acompanhando a situação junto ao governo. Na última terça-feira, representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de associações de produtores e indústrias se reuniram para discutir o abastecimento do grão. A reunião fez parte do grupo de monitoramento da oferta da commodity.

No caso das carnes – cujos preços estão começando a arrefecer neste início de ano, após um pico estimulado pela demanda chinesa no fim do ano passado – a avaliação é que a alta do milho terá de ser repassada em alguma medida ao atacado e ao varejo, dando suporte aos preços, afirmou o analista Gustavo Rezende Machado, da consultoria Agrifatto.

Fonte: Valor Econômico.

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