Boi gordo registra valorização, mas relação de troca recua
10 de maio de 2011
Atacado – 10/05/11
10 de maio de 2011

Pressão dos custos na terminação de bovinos no Brasil

No primeiro quadrimestre de 2011, a manutenção da valorização da carne bovina foi companhada pela pressão dos custos de produção e do preço de reposição dos bovinos. Fato que, por si só, retraem o crescimento do número de animais para a terminação. Mesmo sendo remoto, o aumento de oferta de animais prontos para abate não pode ser desconsiderado. O mais prudente é diminuir a intensificação produtiva, pois a oferta deve suprir a demanda no período de safra.

No primeiro quadrimestre de 2011, a manutenção da valorização da carne bovina foi companhada pela pressão dos custos de produção e do preço de reposição dos bovinos. Fato que, por si só, retraem o crescimento do número de animais para a terminação. Mesmo sendo remoto, o aumento de oferta de animais prontos para abate não pode ser desconsiderado. O mais prudente é diminuir a intensificação produtiva, pois a oferta deve suprir a demanda no período de safra.

As pastagens, com baixa pressão de pastoreio no período chuvoso, por conta da menor reposição, propiciarão forragem para terminação de bois no início da entressafra.

Se quinhentos mil produtores engordarem, em média, vinte e quatro animais a pasto, no período de julho-agosto, poderão fornecer doze milhões de cabeças para atender a demanda. Este quantitativo, acrescido da terminação no cocho, será mais do que suficiente para atender o mercado. Parece que a equação para gerenciar a oferta não está difícil, pois pode ser resolvida sem abarrotar o mercado de bois e assim absorver lentamente a pressão dos custos de produção.

O momento também oportuniza para o criador o melhoramento genético do rebanho, através do aumento do cruzamento industrial e o avanço nos processos reprodutivos, mais do que exacerbar no aumento das matrizes. A idéia ambientalista de desmerecer a criação de bovinos se dissipa diante da importância alimentar da carne, como se constata pela valorização externa do produto, mesmo diante da crise. Os países temem o desabastecimento e não poupam esforços na aquisição, esquecendo por ora as restrições artificiais ao produto, diante da qualidade da carne bovina brasileira.

Chegou o momento para recuperar o tempo perdido, somando ao preço de venda, não só o custo de produção, mas acrescentando a remuneração do trabalho, desde o ganho genético até o produto final. É tempo de reagir às ameaças internas e externas à produção, pela adoção de uma política de produção bovina que atenda a demanda econômica, sem gerar excesso e depreciar em termos de valor.

Existe pressão de toda ordem para intensificar a bovinocultura. No caso da pecuária extensiva, por exemplo, se o planejado for usar concentrado em regime semi-extensivo, durante setenta dias de terminação (descontado o imposto de renda sobre o acréscimo de receita) não haverá margem econômica para atender a reposição de estoque e/ou outros custos, inviabilizando totalmente quem faz apenas terminação.

Para sair do sistema exclusivo a pasto, o novo sistema precisa ser muito bem avaliado. Nesse caso, é melhor diminuir o plantel e a pressão de pastejo para permitir a recomposição natural dos pastos, adubando ciclicamente o solo sob pastagem, para que a reciclagem dos nutrientes ocorra e se perenize.

Outra forma para diminuir o plantel brasileiro é via arrendamento de áreas de pastagem para agricultura anuais, desde que não seja por longo período, mesmo sabendo que renovar o pasto direto é uma boa opção técnica. A produção de bovinos na integração agropecuária, isto é, com gramíneas na entressafra de grãos de verão, aumenta a utilização da área e complementa a renda da propriedade. Dessa forma, no momento, as áreas agrícolas são passiveis de intensificação, o que não acontece com a pecuária extensiva diante da atual pressão dos custos da produção bovina.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress