Mercado Físico da Vaca – 06/05/10
6 de maio de 2010
Influência da qualidade da dieta nas funções do cérebro
10 de maio de 2010

Pressão diminui e arroba fecha a semana em alta

Após 3 semanas de baixa, a pressão exercida pelos frigoríficos diminuiu e a arroba do boi gordo voltou a se valorizar. No início de abril, os preços de São Paulo chegaram na casa dos R$ 84 - o valor mais alto do indicador BM&FBovespa a prazo em 2010 foi R$ 84,33 no dia 08 de abril -, a oferta aumentou e os compradores, com escalas mais confortáveis, passaram a forçar recuos. No momento, os produtores se mostram menos dispostos a vender nos preços atuais e o mercado segue mais firme.

Após 3 semanas de baixa, a pressão exercida pelos frigoríficos diminuiu e a arroba do boi gordo voltou a se valorizar.

No início de abril, os preços de São Paulo chegaram na casa dos R$ 84 – o valor mais alto do indicador BM&FBovespa a prazo em 2010 foi R$ 84,33 no dia 08 de abril -, a oferta aumentou e os compradores, com escalas mais confortáveis, passaram a forçar recuos.

No momento, os produtores se mostram menos dispostos a vender nos preços atuais e o mercado segue mais firme. Esta pressão parece ter se dissipado, mas conseguiu forçar um recuo de 3,03%.

Nesta quinta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado R$ 81,19/@, com valorização de 0,21% na semana. O indicador a prazo registrou alta de 0,31%, sendo cotado a R$ 82,21/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Segundo o InfoMoney, após chegar a subir mais de 5% durante a tarde, por conta das operações de stop loss dos investidores com posições vendidas no mercado cambial, o dólar comercial amenizou essa trajetória ao final das negociações. Mesmo assim, a moeda fechou esta quinta-feira (6) em alta, tendo avançado 5,96% na semana. O Dólar compra (PTAX) terminou o dia valendo R$ 1,8345.

As preocupações em torno da situação econômica na Europa tiveram forte peso no ritmo dos negócios. A acentuada valorização vista durante a tarde teve forte influência do acionamento do stop loss de investidores que operavam na ponta vendida do mercado cambial – ou seja, daqueles que apostavam na apreciação do real precisando cobrir suas posições de qualquer maneira, o que impulsionou o número de ordens de compra no mercado.

Repercutiu negativamente o relatório da Moody´s Investor, no qual a agência de classificação de risco manifestou temores de que a crise vivida pela Grécia provoque influentes ameaças a instituições bancárias de países como Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e Reino Unido.

A ameaça de contágio de outras economias pela crise fiscal grega ocasionou a trajetória vertiginosa dos mercados nesta quinta-feira, principalmente no meio da tarde, quando as bolsas de todo mundo despencaram – o Ibovespa, chegou a recuar mais de 6%. Contudo, essa trajetória foi amenizada nos momentos finais de pregão. Correm rumores nas bolsas norte-americanas que o forte rali vendedor foi engatilhado por erro no envio de ordens por uma grande corretora.

No front doméstico, olhares atentos à ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que resultou na elevação da Selic para 9,5% ao ano. No documento, os membros revelam que a decisão pela alta da taxa básica de juro foi norteada pela deterioração da dinâmica inflacionária da economia brasileira.

De acordo com notícia do Valor Econômico, ontem foi uma quinta-feira de pânico no mercado global, e os movimentos financeiros derivados das preocupações com a economia europeia e com as bolsas americanas provocaram a valorização do dólar e a retração das commodities em geral, sem poupar as agrícolas.

As turbulências na Europa também afetaram as ações das empresas de carnes. No Brasil a mais afetada foi o Minerva, cujos papéis recuaram 7,43%. Os da JBS caíram 3% e as ações da Marfrig, 1,36%. A Brasil Foods perdeu 1,43% no dia. Papéis das americanas Tyson e Smithfield despencaram. As quedas foram de 5,93% e 4,37%, respectivamente.

Os contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa também recuaram. O primeiro vencimento, maio/10, fechou a R$ 79,66/@ no pregão desta quinta-feira, acumulando variação negativa de R$ 0,68 na semana. Outubro/10 registrou retração de R$ 0,80 no mesmo período fechando a R$ 83,52/@.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 29/04/10 e 06/05/10

Segundo o Cepea, em meio à baixa liquidez e forte cautela de compradores e vendedores, o mercado pecuário esteve lento nos últimos dias. Com oferta de animais pouco significativa, a pressão exercida por frigoríficos para efetivação de negócios abaixo do mínimo vigente nas últimas semanas foi amenizada.

Na última terça-feira a Equipe BeefPoint participou do Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2010/2011, realizado ontem (04/05) pela BM&FBovespa. No evento o sentimento geral era de que o mercado do boi gordo ainda está bastante indefinido e a oferta deve aumentar nas próximas semanas, já que as chuvas cessaram nas principais regiões pecuárias do País e a menor disponibilidade de forragem deve um aumento nas vendas de boi gordo. Por outro lado, existem diversos fundamentos que podem sustentar os preços como retomada das exportações, mercado interno da carne segue demandado e preços altos da reposição.

Marcelo Costa, corretor de mercados agrícolas da Socopa, comentou que “em outubro do ano passado, quando o mercado ainda vinha sofrendo com a crise mundial, houve uma oferta adicional de animais confinados levando a arroba do boi gordo a testar os preços mínimos do ano. Depois disso a oferta foi diminuindo gradualmente e somada ao aquecimento da economia e a condição mais favorável das pastagens, fez com que o mercado pegasse uma tendência de alta no início de 2010. Agora a situação climática se alterou um pouco, os pastos começaram a secar e houve uma oferta adicional de animais para o abate fazendo os preços se estabilizarem. Como viemos de um processo de alta, é natural que o preço da arroba volte um pouco. Mas por hora acredito que o mercado está apenas se estabilizando, por conta de uma oferta maior de boi de pasto. Uma situação natural”.

“O mercado continua pressionado. Acredito que hoje o mercado está muito mais apavorado, que muito ofertado. Apesar dos pastos já estarem secando e naturalmente apareça mais boi no mercado, ainda não consigo enxergar uma oferta muito forte, até porque hoje estamos com uma relação de troca entre as piores desde 2002 e a reposição é um dos fatores que segura o mercado”, comentou a Zootecnista Renata Fernandes, que trabalha na Mesa de Derivativos Agropecuários da Indusval.

Para Fernando Rodrigues, da XP Investimentos estamos passando por um momento crucial na safra, com aumento da oferta e escalas alongando. “A tendência é que essa oferta continue aumentando, já que a previsão é que as chuvas comecem a cessar e que os pastos já comecem a secar. No curto prazo deve continuar existindo uma pressão dos frigoríficos, mas falar que o preço vai cair muito mais é chutar”.

Durante o evento de terça-feira, gravamos algumas entrevistas. Clique aqui e confira!

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 712,51/cabeça, com variação acumulada na semana de -1,74%. Apesar do recuo registrado, durante a semana o Cepea indicou o pico de preço de R$ 728,39/cabeça (segunda-feira), maior cotação desde 12 de setembro de 2008.

A relação de troca melhorou em relação à semana passada, ficando em 1:1,88, mas ainda está dificultando a vida de quem precisa fazer a reposição do rebanho, principalmente dos invernistas e confinadores.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne bovina segue estável e de forma geral vai se definindo com relação a preços. No tocante a procura, o mercado ainda é bastante especulativo e as negociações se mostram apenas regulares e abaixo das expectativas. Na carne desossada os preços seguem firmes com sustentação dos cortes nobres, as ofertas estão regulares e a procura mais ativa. A tendência é de estabilidade nos níveis atuiais de preços, visto que a oferta e a procura aparentam estar equilibradas.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,50, o dianteiro a R$ 4,00 e a ponta de agulha a R$ 4,00. O equivalente físico registrou alta de 0,35% durante a semana, sendo calculado em R$ 78,00/@. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 3,19/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Exportações

Em abril, os exportadores brasileiros de carne bovina in natura enviaram ao exterior 78.400 toneladas do produto, que foram responsáveis pela receita de US$ 300,2 milhões.

Em relação a março, apesar do volume embarcado no mês passado ter recuado 2,23%, a receita apurada foi 2,62% superior.

Na comparação com abril de 2009, o volume enviado ao exterior também foi menor, registrando um recuo de 7,91%. Porém a valorização do produto garantiu uma receita, em abril passado, 21,18% maior do que no mesmo período do ano passado.

Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Gráfico 4. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress