Presidente do BNDES diz que prorrogou investigação sobre a JBS

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta terça-feira que aprovou, na semana passada, a continuidade de uma investigação interna sobre supostos empréstimos ilegais ao grupo empresarial J&F Investimentos, que controla o frigorífico JBS.

Segundo ele, a investigação já existe há um ano e meio e conta com a ajuda do escritório de advocacia americano Cleary Gottileb, cujo contrato com a instituição financeira foi renovado.

Montezano disse que o banco está investindo R$ 45 milhões na apuração de operações com o grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que fizeram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). A JBS foi uma das empresas eleitas como “campeãs nacionais” durante os governos do PT.

O presidente do BNDES participa de audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Deputados, que investiga eventuais irregularidades cometidas pelo banco de fomento.

Ele vem sendo cobrado pelos parlamentares a trazer dados mais detalhados sobre a suposta “caixa preta” do banco. Há pouco mais de 30 dias no cargo, contudo, disse que ainda não dispõe de mais informações.

Durante a audiência, Montezano defendeu que o BNDES pode emprestar dinheiro a grandes empresas que eventualmente ganhem concessões públicas. No caso específico das privatizações, entretanto, o banco não atuará como financiador direto, destacou.

Ele também comentou a venda de ativos da carteira da BNDESPar, braço de investimentos privados do banco, dizendo que o cenário externo é favorável.

“Os ventos são favoráveis, há liquidez no mercado internacional. Acho que [o BNDES] terá facilidade para vender essa carteira”, afirmou. Segundo Montezano, porém, deve haver cautela para analisar os desinvestimentos.

Fonte: Valor Econômico.