A Minerva Foods, terceira maior indústria de carne bovina do país, reportou ontem um prejuízo líquido de R$ 31,4 milhões no primeiro trimestre. A perda diminuiu 72,6% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, quando a companhia amargou um prejuízo líquido de quase R$ 115 milhões.
Em entrevista ao Valor, o diretor financeiro e de relações com investidores da Minerva, Edison Ticle, argumentou que a empresa teria fechado o trimestre no azul, desconsiderando o impacto negativo de itens não recorrentes. O lucro teria sido de R$ 22,1 milhões, afirmou.
Na área operacional, as exportações ajudaram a aumentar as vendas, afirmou Ticle. Entre janeiro e março, a receita líquida da Minerva totalizou R$ 3,7 bilhões, aumento de 5,6% na comparação anual.
Na mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Minerva aumentou 15,4%, para R$ 328,8 milhões. A margem Ebitda aumentou 0,7 ponto percentual, para 8,8%.
De acordo com Ticle, o desempenho operacional positivo fez a Minerva gerar caixa livre e, com isso, pagar dívidas. Devido à geração de caixa, a Minerva conseguiu reduzir o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) mesmo com a alta do dólar, que eleva o valor em reais do passivo em moeda estrangeira, afirmou Ticle. No fim de março, o índice de endividamento da Minerva estava em 3,8 vezes, ante 3,9 vezes em dezembro.
Em busca de reduzir as dívidas, a Minerva mantém viva a intenção de fazer a oferta pública inicial de ações (IPO) da subsidiária Athena Foods na bolsa de Santiago (Chile). A empresa adiou a oferta na segunda-feira, mas pode retomá-la a “qualquer momento”, de acordo com Ticle.
Pelas regras chilenas, a Athena tem até um ano, contado a partir da concessão do certificado de companhia aberta, para fazer o IPO. Esse prazo se encerra em abril de 2020.
“O processo é mais fácil do que no Brasil. Assim que o mercado acalmar, podemos colocar a operação na rua”, afirmou Ticle, acrescentando que a precificação do IPO foi prejudicada pela apreensão dos investidores com a guerra comercial entre China e EUA. Inicialmente, o adiamento da oferta foi mal-recebido pelos investidores. As ações da Minerva chegaram a cair mais de 6% ontem, mas a queda foi revertida e os papéis fecharam com valorização de 4,52% na B3.
Fonte: Valor Econômico.