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Preços seguram pecuaristas e a intenção de confinar se mantém estável

Bois em fazenda de confinamento de gado bovino Vera Cruz Agropecuária, na cidade de Goianésia, Goiás. Imagem produzida para a matéria sobre fazendas de confinamento de gado bovino. Goianésia - Brasil - 12/06/2008. Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo.

Cautela e planejamento marcam o desempenho da pecuária este ano. O primeiro levantamento do Instituo Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre a intenção de confinamento em 2018 indica pequena alta de 1,95% com relação ao número de animais confinados em 2017. De acordo com estudo solicitado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), os produtores pretendem confinar 707.680 este ano.

A pesquisa, realizada no último mês de abril, registrou um volume 0,83% maior que o levantamento realizado em abril de 2017, quando foi apurada a intenção de confinar 701.850 animais. Este valor, porém, não se concretizou e o ano fechou com total de 694.145 animais confinados.

Para o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, os pecuaristas estão calculando os custos e a analisando o comportamento do preço da arroba na hora de tomar a decisão. “O confinamento é atividade que mais exige planejamento para que seja rentável dentro da pecuária. Com alta dos insumos e instabilidade no preço da arroba, os produtores não devem investir na ampliação do plantel confinado”, afirma Vacari.

O planejamento inclui o cálculo de custo, do preço no mercado futuro e a aquisição dos insumos antecipadamente. Este ano, 67,9% dos animais que serão confinados já foram comprados pelos produtores, o representa mais de 480 mil cabeças. Outro insumo importante é o chamado proteinados utilizado na alimentação. O milho e o farelo de soja estão mais caros, enquanto a torta de algodão está 52% mais barata. Outra alternativa este ano será o DDG (derivado no milho processado na fabricação de etanol). Assim, quem já comprou a ração no período da safra passada economizou.

Mas o fator que mais tem pesado na tomada de decisão é o preço da arroba do boi. De janeiro para cá houve uma desvalorização de 1,4% e se comparar com a cotação do mercado futuro a queda é de 3%. Em abril de 2017, a arroba do boi para outubro era cotada em R$ 153. Este ano, a arroba do boi para outubro está em R$ 148,75 no mercado futuro (B3) e descontando o diferencial de base, o preço é de R$ 131,5 em Mato Grosso.

Esta baixa no preço da arroba desestimulou o produtor a antecipar as vendas. De acordo com o levantamento, somente 3,6% dos bovinos a serem confinados já foram comercializados, o menor índice da história. Ano passado, 8% dos animais confinados foram vendidos antecipadamente e em 2016 a participação foi de 42%, variando entre mercado futuro e boi a termo, quando a negociação é feita diretamente com a indústria.

“Considerando a queda no preço da arroba, aumento de custo do insumo, temos no mercado de confinamento aqueles que se planejaram e anteciparam as compras. Em julho teremos uma melhor perspectiva de como será a atividade este ano”, afirma Vacari.

Confira os principais números:

Fonte: Assessoria Acrimat.

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