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Preços mais altos do boi podem ter ficado para trás, diz Itaú BBA

Em meio à crise provocada pelo coronavírus, os pecuaristas devem ter dificuldade para recuperar os “excelentes” preços do boi gordo que eram registrados até fevereiro deste ano. Essa é a avaliação da equipe de analistas da diretoria de agronegócios do Itaú BBA.

No momento, as cotações do animal ainda estão em patamares elevadas. No acumulado de março, o preço médio do boi gordo no Estado de São Paulo — referência para o restante do país, está em R$ 200,09 por arroba, conforme o indicador Cepea/B3. Trata-se de uma alta de 1,5% na comparação com a média de fevereiro, que foi de R$ 197,05 por arroba. No mercado futuro, porém, o sinal já é de preços menores. Na B3, os contratos com vencimento em maio (os mais negociados) são cotados a R$ 190 por arroba.

Vale lembrar que, antes do ‘lockdown’ de várias cidades do país ser implementado, os frigoríficos que atuam no mercado doméstico já enfrentavam uma situação difícil devido ao custo elevado para a compra de gado. Por causa das chuvas abundantes no início do ano, as pastagens ganharam qualidade, e o pecuarista segurou a venda de boi.

Nesse cenário, grandes frigoríficos anunciaram em meados do mês a parada temporária de diversos abatedouros. A JBS, por exemplo, deu férias coletivas aos funcionários de cinco plantas. A Minerva adotou uma postura semelhante, parando quatro abatedouros.

Na indústria de carne bovina, a avaliação é que abril será particularmente difícil, com queda no consumo de carne. O primeiro momento, de corrida dos consumidores aos supermercados para fazer estoque, já passou, disse um dono de frigorífico ao Valor. Nesse cenário, o preço do boi gordo poderia começar a cair de forma mais importante.

Em relatório, os analistas do Itaú BBA destacaram que a oferta de boi gordo no Brasil, mais escassa, até deve sustentar o preço do gado “mais para frente”. No entanto, a demanda é uma grande incerteza no mercado doméstico e também no mercado externo.

O Itaú BBA lembrou que, a despeito do início de recuperação das exportações de carne bovina à China — o país precisa de mais carne importada para lidar com a escassez provocada pela peste suína africana —, a economia chinesa deve crescer menos que o previsto por causa do coronavírus.

O banco reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China de 5,3% para 3,3% em 2020. O risco é que a economia mais fraca afete o fluxo das exportações de carne, o que teria impacto no preço do boi.

Diante dos problemas de demanda, o banco recomendou cautela. O alerta do Itaú BBA também vale para os pecuaristas que engordam gado em confinamento — sistema intensivo com dieta baseada em grãos utilizado na entressafra brasileira, a partir de maio.

“O quadro agora enseja mais atenção no planejamento do primeiro giro dos confinamentos já que a demanda ganhou contornos de incerteza e os custos de ração subiram ainda mais”, apontou o Itaú BBA, em boletim divulgado nesta sexta-feira.

Fonte: Valor Econômico.

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