EUA: consumidores estão dispostos a pagar mais pela carne com a marca Certified Angus Beef
27 de janeiro de 2014
Custos de produção de suínos e frangos de corte recuam em 2013
27 de janeiro de 2014

Preços firmes do boi gordo em 2014 – entenda a visão de 3 analistas sobre o tema

Apesar da expectativa otimista dos frigoríficos para a oferta de gado em 2014, o preço do boi gordo mostra resistência neste início de ano, em plena safra. Ainda que analistas do setor tenham divergências sobre uma efetiva restrição de oferta, é consenso que as cotações do gado bovino ficarão mais altas ao longo deste ano.

Nesse contexto, os frigoríficos terão que apostar na demanda externa e no câmbio, para manter as margens elevadas registradas nos últimos dois anos, e que beneficiaram as operações de empresas como JBS, Marfrig e Minerva.

No acumulado do ano até ontem, o preço médio do boi gordo em São Paulo foi de R$ 116,75 por arroba, valorização de 16,9% ante os R$ 99,79 por arroba do mesmo período do ano passado, conforme o indicador Esalq/BM&FBovespa.

arte24agr-201-boi-b14

“A oferta de gado está bastante restrita para esta época”, diz a analista da consultoria FCStone, Lygia Pimentel. Segundo ela, a escala dos frigoríficos paulistas é, em média, de quatro a cinco dias, ou seja, os animais já adquiridos seriam suficientes para abastecer até cinco dias de abate. “Essa é uma escala de entressafra”, afirma ela, sobre o padrão registrado entre maio e novembro, o período da entressafra, quando as pastagens perdem qualidade e o número de bovinos prontos para o abate diminui. De acordo com a analista, a escala de abate durante a safra vai de oito a 13 dias.

Nem todos consideram que a oferta é restrita. “Não é porque o preço está firme que está faltando gado. A oferta é razoável”, diz o analista da MBAgro, César de Castro Alves. Segundo ele, a demanda é o fator que dá suporte aos preços. Estimativas preliminares da consultoria apontam um aumento de 4% nos abates de bovinos nas duas primeiras semanas de janeiro. “A primeira coisa que pode estar dando sustentação é a exportação”.

De fato, os embarques de carne bovina in natura permanecem em ritmo forte. Nas primeiras três semanas de janeiro, foram exportados, em média, 4,6 mil toneladas de carne bovina por dia, incremento de 12,3% na comparação com a média diária de janeiro de 2013.

De acordo com diversos analistas, a demanda externa deve favorecer as margens dos frigoríficos. “Acredito que vamos ter uma média de preços do gado mais alta neste ano e oferta mais restrita, mas a margem dos frigoríficos não deve ser ruim. Elas podem até melhorar”, afirma o analista da consultoria Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. Segundo ele, as exportações, que bateram recorde em receita em 2013, podem avançar mais neste ano, uma vez que concorrentes do Brasil, como os EUA, enfrentam grandes restrições de oferta de boi.

Diante da melhor rentabilidade das exportações, sobretudo com o dólar mais valorizado, a fatia das exportações em relação à produção pode aumentar neste ano, afirma Lygia, da FCStone. “Se o dólar permanecer firme, pode ser que a participação das exportações aumente de 20% para 25%”, diz. Com isso, os frigoríficos preservam suas margens, que atingiram dois dígitos em 2013.

Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress