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Preços altos do milho mudarão mercado mundial de carnes

Desde 2006, os preços do milho no mercado mundial se encontram em níveis muito acima da média histórica que corresponde a cerca de US$ 6,66 por saca de 60 quilos. Atualmente, o preço da saca de milho no mercado internacional é da ordem de US$ 16,70, sendo que a média no período de 2006 a 2011 é de US$ 10,19, tendo atingido o pico (US$ 18,59) em junho deste ano.

José Vicente Ferraz, diretor técnico da FNP, acredita que os preços altos do milho mudarão cenário do mercado mundial de carnes. Em artigo no jornal Folha de SP, defende que carne suína e de aves terão problemas de competitividade, pois os preços do milho estão num patamar muito acima do histórico.

Mais e mais analistas acreditam que os preços do milho, embora evidentemente sujeitos a oscilações, mudaram definitivamente para um nível médio muito maior do que o histórico.

“O motivo dessa alta estaria em razões estruturais ligadas essencialmente à incapacidade de elevar a oferta sem aumentar substancialmente os custos de produção, na proporção em que cresce a demanda”, afirma Ferraz.

É provável que as carnes de ruminantes venham a desfrutar de alguma vantagem competitiva em relação à de monogástricos dada a maior flexibilidade na alimentação dos primeiros e que países com maior potencial de alimentação a pasto ganhem vantagem comparativa em relação a outros países mais dependentes dos grãos para a alimentação animal”, diz Vicente.

Para o Brasil, o balanço de ganhos e perdas desse cenário não é muito claro. “Por um lado, pode-se vislumbrar algum ganho relativo, notadamente para a bovinocultura (largamente ainda predominante a pasto) e para o setor sucroenergético baseado em cana-de-açúcar, mas os prejuízos para nossas importantíssimas avicultura e suinocultura, bem como para outras culturas animais, podem perfeitamente transformar o saldo final em negativo”, completa Vicente Ferraz.

Artigo foi publicado no jornal Folha de SP, aqui resumido pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Um tema bastante polêmico, mas que precisa ser mais debatido, é o uso crescente de terras férteis para produzir combustíveis. Seja alcool oriundo de cana de açucar ou milho, sejam leguminosas como soja ou outras para produção de bio-diesel. A destinação destas terras a esta finalidade impacta sim e muito a produção de alimentos. O argumento que há terra suficiente para ambos os fins, sem maiores consequências, é falso. E o que causa grande parte das distorções econômicas são os pesados subsídios públicos destinados a produção de combustíveis. Me parece que para mitigar as consequências do excesso de consumo de combustíveis fósseis, especialmente o efeito estufa, os subsídios acabam gerando distorções indesejadas em outros mercados.

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