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Preço da arroba influencia valor do sal mineral

Nem sempre o produtor está disposto a gastar com sal mineral, seja pela falta de conhecimento sobre a importância desse tipo de suplemento ou pelo fato de querer reduzir custos. O sal mineral representou, em junho, 24,5% do Custo Operacional Efetivo (COE) e 19,9% do Custo Operacional Total (COT).

A adequada suplementação mineral na alimentação é essencial para garantir o bom desempenho e a saúde do rebanho. A quantidade e a freqüência da suplementação dependem da categoria do animal e da fertilidade do solo. Em todo o mundo, as regiões tropicais estão sujeitas a deficiência de minerais, condição que pode ser aguda ou amena, de difícil diagnóstico.

No Brasil, é mais freqüente a deficiência conjunta de P, Ca, Na, Zn, Co, Cu, I e Se. De acordo com Underwood (1996), “…em todo o mundo, a deficiência de fósforo (P) é a carência mineral mais difundida e mais importante economicamente na criação de bovinos a pasto”.

Nem sempre o produtor está disposto a gastar com sal mineral, seja pela falta de conhecimento sobre a importância desse tipo de suplemento ou pelo fato de querer reduzir custos. O sal mineral representou, em junho, 24,5% do Custo Operacional Efetivo (COE) e 19,9% do Custo Operacional Total (COT).

Diversos fatores influenciam o valor do sal mineral: o frete e os preços da matéria-prima (fosfato bicálcico e ácido fosfórico). Por meio do coeficiente de correlação, é possível constatar interferência entre as variáveis. Considerando os preços médios mensais da arroba do boi gordo em São Paulo e os preços do sal mineral (com 90 gramas de fósforo – P, saco de 25 quilos e a média Brasil), verifica-se uma forte relação entre os valores (0,78).

Quando o preço da arroba não é satisfatório ou os preços do sal mineral estão elevados, a primeira decisão do produtor é comprar menor quantidade do insumo, apesar dessa estratégia não ser recomendada do ponto de vista técnico. Podemos citar a relação entre a variação dos preços da arroba e do sal mineral entre julho de 2007 e junho de 2008, antes, portanto, da crise econômica mundial.

No período, o preço médio da arroba em São Paulo subiu 51% e o preço do sal, 115%. É preciso ressaltar que a matéria-prima também estava em alta, influenciando o preço do sal. Outro período que deve ser analisado é o de outubro de 2010, quando o valor da arroba superou R$ 110. No acumulado dos quatro meses seguintes, o preço do sal mineral subiu 18,5%.

De acordo com informantes do Cepea, o crescimento da demanda e, conseqüentemente, dos preços do sal, foi em função do aumento do preço do boi, pois o produtor que estava ganhando mais optou por investir na atividade. Mas o preço do sal não é influenciado somente pela demanda, mas especialmente pela matéria-prima.

Para entender a interferência do preço da matéria-prima no produto, calculou-se, ainda, a correlação dos preços trimestrais do fosfato bicálcico com o sal branco, sal mineral com 90 gramas de P, do sal mineral com 130 gramas de P, todos por quilo, e os sais na média Brasil. Os resultados podem ser observados nos Gráficos 2, 3 e 4.

Comprova-se que quanto maior a quantidade de fósforo presente no sal, maior é a correlação entre os preços do fosfato bicálcico e do suplemento mineral. O índice de correlação entre os preços do fosfato bicálcico e o sal mineral de 160 gramas de P, 90 gramas de P e comum foram 0,90, 0,87 e 0,07, respectivamente, comprovando que quanto maior a quantidade de fósforo no produto, maior a interferência da matéria-prima no preço do insumo.

É importante avaliar a questão dos custos, pois certas decisões econômicas, como a redução do uso do sal mineral, podem não ser as melhores escolhas. A economia gerada a partir da redução do uso do insumo pode ocasionar perdas de rendimento do rebanho que resultarão em prejuízos quando o preço da arroba voltar a subir.

É fundamental evitar o desperdício dos insumos. Uma estrutura coberta e bem cuidada do cocho onde é ofertado o sal mineral representa maior eficiência no uso do insumo e melhorias em termos de retorno econômico.

COT e COE permanecem praticamente estáveis em junho/11

Em junho, o COT (Custo Operacional Total) e o COE (Custo Operacional Efetivo) permaneceram praticamente estáveis, variando 0,08% e 0,11%, respectivamente. Embora o preço da maioria dos insumos tenha subido no mês, as quedas dos preços dos grupos construção civil, sementes forrageiras e animais de reposição fizeram com que os custos se mantivessem estáveis.

No mercado de reposição, as negociações seguiram lentas durante todo o mês de junho, e a média mensal do Indicador de preço do bezerro ESALQ/BM&FBovespa, referente ao Estado do Mato Grosso do Sul, fechou com queda de 2,36%, seguindo tendência registrada em maio. Porém, no acumulado de janeiro a junho, os animais de reposição acumulam alta de 9,62%.

Entre os 10 estados estudados, os que tiveram aumentos mais expressivos no COE foram Tocantins, de 4,17%, e Rondônia, de 2,04%. Esses aumentos são decorrentes das elevações nos preços de alguns insumos, com destaque para adubos e corretivos, de 3,42%, e suplementação mineral, de 2,58%.

Estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul tiveram queda no COE de 3,44%, 1,67% e 1,56%, respectivamente, puxados pela queda nos preços do bezerro.

O sal mineral, contrariando a forte alta acompanhada nos primeiros meses do ano, diminuiu o ritmo de alta dos preços e, no mês de junho, teve alta de 1,44%, na média Brasil, variação inferior à registrada no mês anterior, de 4%

Baixa oferta de vacina de Brucelose eleva preços

A baixa oferta de vacinas de brucelose, fenômeno observado desde os primeiros meses do ano nas casas agrícolas consultadas pelo Cepea, tem preocupado o pecuarista. De acordo com os colaboradores, a falta do produto foi a principal causa do aumento nos preços deste insumo.

A ausência do produto nas prateleiras ocorreu em função da reprovação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de lotes, após inspeções realizadas nos últimos meses. Dessa forma, o mercado está desabastecido e os poucos comerciantes que possuem estoques chegam a cobrar valores quatro vezes maiores pelas doses.

Alguns pecuaristas deixaram de comprar as doses em função dessa elevação, e estão esperando que o aumento da oferta reduza os preços para adquirir novamente o produto.

Nos levantamentos de preços, constatou-se que estavam disponíveis apenas três marcas de vacinas para atender a uma parte da demanda. Isso porque algumas empresas tiveram seus lotes reprovados pelo MAPA.

No mês de junho e na média Brasil, houve alta de 1,26% no grupo vacinas, que compreende todos os tipos de vacinas e não apenas a de brucelose. Os Estados de Goiás e Pará tiveram as altas mais expressivas, de 6,37% e 5,45%, respectivamente.

Os efeitos da diminuição da oferta de vacinas de brucelose no mercado nacional podem ser avaliados a partir dos dados da Tabela 1. No Rio Grande do Sul, comparando os preços de janeiro e junho de 2011, a alta foi de 137%, e em São Paulo, de 215%. Neste Estado observou-se grande ausência do produto.

Na tabela 1, observa-se a variação nos preços de vacina de brucelose nos estados acompanhados pelo Cepea nos meses de janeiro e junho. Em São Paulo, a dose chegou a R$ 1,67 no mês de junho, período em que a vacina esteve mais escassa, de acordo com os colaboradores.

Fonte: Boletim Ativos da pecuária de corte CNA, elaborado pela CNA e Cepea (Esalq/USP), adaptado pela Equipe BeefPoint.

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