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“Precisamos contar a história a nossos consumidores”, diz diretor de frigorífico uruguaio

O diretor do frigorífico uruguaio, Zambrano e Cía, Alejandro Zambrano Zerbino disse que “o Uruguai é um país com credibilidade, mas precisamos dizer isso ao mundo”, no marco da conferência dos 100 anos do El País, na Expo Melilla.

Zerbino traçou um paralelo entre a realidade europeia e uruguaia, em um formato de comunicação inovador.

Ele mencionou que a convite da Nuffield, entidade dedicada à promoção das práticas dos produtores do primeiro mundo, esteve na Holanda por 10 dias e descobriu que “eles estão focados em como contam a história, como lidam com o relacionamento com o público, com seus consumidores, com as pessoas”. Este é o desafio, assegurou ele.

E tem que estar relacionado à família, instituições e empresas ligadas ao agronegócio. Mas também alcançar os ambientalistas e ONGs que os perseguem. “Eles vão mais longe, não esperam que os ambientalistas saiam antes”. E ele se perguntou o que se espera aqui.

Uma questão que preocupa o mundo é o crescimento populacional, que em 2050 atingirá 10 bilhões de pessoas e o desafio é como alimentar todas essas pessoas.

A questão é a disponibilidade de recursos. “Dos anos 60 aos dias de hoje, o hectare produtivo por pessoa no mundo caiu pela metade: de 1,74 para 0,74, dado o crescimento demográfico e a erosão, de forma que há cada vez menos área para alimentar uma pessoa.”

Então, diante da questão de para onde a comida está indo, Zambrano disse que o crescimento demográfico também gerará crescimento no consumo de carne. “E a América do Sul tem que aproveitar essa importante demanda por comida que virá.”

Zambrano disse que enquanto na Holanda há um esforço dos agricultores para contar uma história, um tipo de produção orgânica, verde “no Uruguai eu não vejo isso no momento.”

E, embora tenha destacado o trabalho do Instituto Nacional de Carne do Uruguai (INAC), ele disse que há muito mais a ser feito. “70% da carne é exportada, o que significa que os consumidores estão fora, não aqui.”

Para Zambrano, não há dúvida de que o Uruguai é sustentável em si. “Temos o que muitas pessoas querem alcançar. E sem esforço, é como produzimos. No mundo, isso é valorizado. E se acrescentarmos que tem credibilidade, a produção de alimentos, instituições, indústrias, certificação, que cuida de seus recursos, que tem as vacas ao ar livre o ano todo, haverá uma oportunidade muito importante.”

É por isso que ele insistiu que o segredo está em contar a história. “Comece a pensar em como posicionar o Uruguai nos mercados mais exigentes e nos consumidores mais exigentes. A nova geração demanda cuidados ambientais, aplica práticas sustentáveis e consome itens provenientes de produções que cuidam do meio ambiente, produtos naturais, carne a pasto. E nós temos isso.”

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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