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12 de abril de 2002

Pratini libera recursos para fiscalização na fronteira com Paraguai

Para combater o contrabando de gado na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, que trouxe de volta a ameaça da febre aftosa, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) contará com R$ 5 milhões, quantia a ser liberada hoje em Campo Grande pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

O contrabando envolve a falsificação de documento de origem de gado, com pagamento de propinas, como admitiu em relatório um servidor público do próprio Iagro. Após a apreensão de 130 vacas contrabandeadas do Paraguai no início do mês em Jardim, os técnicos estão agora no encalço de mais de 456 animais no município de Mundo Novo. O lote já vem sendo monitorado.

O diretor-presidente do Iagro, Loacir Silva, participou de uma reunião entre o ministro da Agricultura e o governador José Orcírio Miranda dos Santos na última terça-feira. Pratini de Moraes confirmou, segundo Silva, presença na abertura da 64a Expogrande e prometeu assinar, durante o evento, convênio para liberar a quantia, que chegará com um ano e meio de atraso.

Atuação

O gerente da Divisão de Defesa Sanitária Animal do Iagro, Osvaldo Dias, disse que a verba será usada em uma operação mais intensa de combate ao contrabando entre os municípios de Paranhos e Sete Quedas, no extremo sul do Estado, divisa com o Paraguai. O Iagro abriu uma sindicância para apurar a falsificação de documentos que comprovam a origem de animais.

Um funcionário da própria agência admitiu que ganhou dinheiro de pecuaristas para facilitar o contrabando, pois cabeças de gado vindas do Paraguai eram acrescentadas na nota fiscal como se fossem de origem brasileira. O esquema, segundo Dias, envolve também a agência fazendária de Mundo Novo. A Secretaria de Receita e Controle ainda será informada sobre o caso e deve abrir sindicância.

Na manhã de hoje, o Iagro divulga resultado do exame das 130 vagas apreendidas. Havia suspeita de que os animais estavam com febre aftosa, mas eles foram vacinados e não estão doentes, o que evita riscos de contaminação do rebanho sul-mato-grossense.

Dias explica que o tamanho da fronteira, com 1,1 mil quilômetros de extensão, dificulta a fiscalização contra o contrabando. Além disso, o preço do gado é 30% mais barato do lado paraguaio, o que estimula a ação ilegal. Desde janeiro, com a liberação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da importação de gado do Paraguai, o problema começou a se intensificar. A principal ameaça é que existe suspeita de foco de aftosa no gado paraguaio, o que assusta muito os técnicos do Iagro.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Hudson Corrêa), adaptado por Equipe BeefPoint

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