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30 de setembro de 2011
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30 de setembro de 2011

PR: exportação de carne bovina cai a zero

A suspensão das vendas externas acontece por causa do fechamento do frigorífico que o JBS mantinha em Maringá, única planta exportadora no estado. O declínio da atividade, no entanto, é atribuído à falta de investimento no rebanho de 9,4 milhões de cabeças.

O Paraná terá suas exportações de carne bovina reduzidas a zero em outubro. A previsão foi confirmada por representantes dos pecuaristas, dos frigoríficos e do governo.

A suspensão das vendas externas acontece por causa do fechamento do frigorífico que a JBS Friboi mantinha em Maringá, única planta exportadora no estado. O declínio da atividade, no entanto, é atribuído à falta de investimento no rebanho de 9,4 milhões de cabeças.

“Não há carne com qualidade e padrão em boa quantidade”, afirma o presidente do sindicato dos frigoríficos (Sindicarne), Péricles Salazar. A JBS confirmou ontem o encerramento total das atividades em Maringá, anunciado há um mês.

Sem animais para abater na região, a empresa tinha de pagar 12% de imposto (ICMS) por trazer bovinos de Mato Grosso do Sul, para onde foram transferidos os abates. O governo do Paraná “está aberto a negociações fiscais”, disse ontem o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara. O estado espera que a JBS reveja o fechamento do abatedouro.

O Sindicarne sugere que o governo do estado fomente a criação de gado, com incentivos ao melhoramento genético e ao aperfeiçoamento do manejo. Ortigara afirma que um programa nesse sentido já está sendo formulado. “Não temos rebanho para oferecer quantidade e padrão. Esse é o defeito da pecuária”, admitiu.

A expectativa é que, depois de zerar as exportações, o estado reaja, afirma o veterinário Fabrício Monteiro, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Ele acrescenta que menos de 5% do rebanho tem rastreamento, o que dificulta as exportações.

Mesmo com a interrupção dos embarques de carne bovina, a aftosa continua representando ameaça sanitária e econômica ao Paraná. O status de área livre da doença com vacinação é considerado essencial para sustentação dos preços da pecuária leiteira, da avicultura e da suinocultura. Apesar da má fama da carne bovina, nesses outros setores o estado é referência de qualidade.

Os preços da carne bovina pagos ao produtor estão 11% acima dos praticados um ano atrás. Na última semana, a cotação média da arroba caiu 2% no estado. Ontem, valia entre R$ 90 e R$ 97. “Estamos no final da entressafra. Tem mais carne chegando”, disse o professor Paulo Rossi, do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná. Ele descarta influência da crise de aftosa do Paraguai, onde os preços estão em queda.

Fonte: Gazeta do Povo (PR), adaptada pela Equipe BeefPoint.

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