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Por que a carne neutra em carbono é um objetivo realista e que vale a pena

Novas pesquisas sugerem que a indústria de carne bovina australiana está no caminho certo para atingir sua meta de se tornar neutra em carbono se adotar práticas de manejo aprimoradas, incluindo suplementação alimentar.

O professor associado Luciano Gonzalez, da Universidade de Sydney, disse que as primeiras pesquisas conduzidas em conjunto com a empresa de nutrição animal, 4 Season, mostraram que as emissões de metano poderiam ser reduzidas pela metade, melhorando a digestão e gerenciando melhor as bactérias produtoras de metano encontradas no rúmen.

O metano é um subproduto das bactérias do rúmen que decompõem as fibras vegetais como parte do processo digestivo. O gás de efeito estufa geralmente escapa do rúmen quando o animal arrota.

No entanto, alimentos de maior qualidade minimizam a quantidade de metano produzida no processo digestivo, resultando em maior eficiência alimentar e aumento de produtividade, tudo dentro de um período de tempo mais curto.

Ruminantes que recebem rações de baixa qualidade normalmente produzem quantidades significativamente elevadas de metano em detrimento da produtividade.

Luciano Gonzalez e Augusto Imaz, da Universidade de Sydney, estão investigando como tornar o rebanho bovino da Austrália neutro em carbono.

Gonzalez disse que quando a digestão melhorada de alimentos foi combinada com melhorias na produtividade, com o carbono sendo sequestrado na vegetação e nos solos de sistemas de pastagem, e a oxidação de metano por bactérias do solo, o resultado foi uma indústria de carne bovina australiana neutra em carbono.

“As emissões de gases de efeito estufa provenientes de rebanhos de carne bovina continuam no centro das atenções para cadeias de fornecimento, consumidores, público e formuladores de políticas. Esse é um dos muitos desafios enfrentados pelos produtores de carne bovina, que precisam de soluções transformacionais para mudar a maneira como a indústria é percebida.”

“Nossa modelagem indica que a suplementação alimentar de um rebanho reprodutivo de 3.000 vacas no norte da Austrália poderia reduzir as emissões em 6954 toneladas de CO2e/ano, equivalente a uma redução de 42% na emissão de gases do efeito estufa (kg CO2e / kg de peso vivo produzido).”

A pesquisa reforça o esforço do diretor-gerente da Meat and Livestock Australia, Richard Norton, de tornar a indústria de carne vermelha neutra em carbono até 2030.

“Um status de neutralidade de carbono colocaria a Austrália acima de seus concorrentes, dando aos consumidores ainda mais confiança na qualidade e integridade da carne vermelha australiana e transformando as críticas ambientais sobre a indústria”, disse Norton.

“Com o compromisso da indústria, as políticas corretas e novos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e adoção, a indústria australiana de carne vermelha pode ser neutra em carbono até 2030”, disse Norton. “E podemos ser o primeiro país exportador de carne vermelha a fazer isso.”

O MLA iniciou um projeto com a CSIRO para identificar caminhos para a indústria de carnes vermelhas, incluindo processadores para se tornarem neutros em carbono. Essas opções incluem suplementos alimentares, manejo de alimentos e manejo de vegetação, o uso expandido de leguminosas e besouros de esterco em pastagens, e o manejo de fogo da savana no norte da Austrália. A seleção genética e uma vacina potencial para reduzir a produção de metano no rúmen são reconhecidas como outras oportunidades.

Fonte: Queensland Country Life, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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