Devido ao atraso do plantio de grãos nos Estados Unidos, a influência do clima sobre as cotações de soja e milho deve se estender ao longo do terceiro trimestre, avaliou a consultoria INTL FCStone, em um relatório que será divulgado hoje.
A falta de clareza com relação à oferta dos grãos na temporada 2019/20 se soma às incertezas sobre qual será a demanda da China por soja. O país asiático sofre com um surto de peste suína africana e deve reduzir drasticamente a produção de carne suína. Ontem, o Ministério da Agricultura da China informou que o rebanho suíno do país diminuiu 25% em junho, na comparação anual.
Diante desse cenário, a volatilidade deve marcar o mercado de soja. Segundo a FCStone, só será possível ter maior clareza sobre a trajetória dos preços em agosto, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgará relatório mais preciso sobre a área semeada no país e projeções para oferta e demanda mundial.
No último relatório sobre a área plantada, o USDA estimou que os agricultores americanos plantaram 32,4 milhões de hectares com soja, abaixo da perspectiva de analistas. Os trabalhos em campo, contudo, continuaram depois que a pesquisa foi realizada, com o agricultor esperando subsídios do governo. Perspectivas do mercado apontam que a área revisada pode chegar a 33,6 milhões de hectares.
No cenário de menor produção americana – os relatórios de agosto do USDA devem trazer redução de área e ajuste com relação à produção -, o Brasil tende ganhar espaço para exportações. “Apenas nos dez primeiros dias de junho, as exportações brasileiras em 2019 superaram o que foi exportado em todo julho de 2018”, afirmou Lucas Pereira, analista da FCStone.
Fonte: Valor Econômico.