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Pinguelli: Brasil leva vantagem na redução de emissões

"Está claro que mudanças climáticas demoram muito tempo para acontecer. Assim o grande problema é que as medidas para conter o aquecimento demoram muito tempo para apresentar resultados que acontecerão só no longo prazo". "Nos estudos do IPCC existem erros, mas isso não é motivo para não agir contra as mudanças climáticas", disse Pinguelli.

Luiz Pinguelli Rosa, diretor da COPPE – UFRJ, foi o terceiro palestrante do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (FEED 2010) e iniciou sua apresentação sobre o efeito antropogênico no aquecimento dizendo que “o IPCC usa trabalhos científicos publicados, mas nesses estudos existem erros”, se referindo ao escândalo do Climategate. “Isso é normal, pois a ciência lida com erros o tempo todo. Assim os relatórios do IPCC não estão totalmente errados, mas têm inconsistências”. “O debate faz parte da ciência. O problema é que se criou um consenso de que o CO2 é o principal causador do aquecimento”, completa Pinguelli.

“Está claro que mudanças climáticas demoram muito tempo para acontecer. Assim o grande problema é que as medidas para conter o aquecimento demoram muito tempo para apresentar resultados que acontecerão só no longo prazo”. “Nos estudos do IPCC existem erros, mas isso não é motivo para não agir contra as mudanças climáticas”, disse Pinguelli.

“Outro ponto é que ninguém irá abdicar do desenvolvimento econômico em função da redução das emissões e esse foi principal motivo do fracasso da COP15”. Pinguelli continua avaliando que as metas de redução precisam ser diferentes em cada país. “Enquanto China luta para reduzir o uso de carvão, o Brasil precisa diminuir o desmatamento”.

Segundo ele, neste ponto o Brasil leva vantagem por ter em sua matriz energética com grande participação de energias renováveis, e sai na frente com o aumento no uso de energias alternativas. “Isso é bom, mas as universidades precisam trabalhar mais em soluções para reduzir a geração de gases de efeito estufa (GEE)”. Ele citou alguns exemplos de estudos que estão sendo feitos na UFRJ, como o desenvolvimento de concreto ecológico, melhores controles em aterros sanitários, medições e controles de gases em hidrelétricas, novas formas de combustíveis, motores movidos a hidrogênio, usinas para geração de energia utilizando a força das ondas do mar, entre outros. “É preciso inovar para conter o problema”.

Pinguelli concorda com Michaels, palestrante anterior, que é totalmente errado comparar as emissões da pecuária às do setor de transporte. “É preciso levar em conta a contribuição dos gases no aumento da temperatura e não apenas a quantidade de gases”, diz Pinguelli. Outro ponto citado por eles é que a comida (carne) é indispensável para a sobrevivência das pessoas, diferente do uso de carros, assim as pressões atuais não têm muita lógica.

André Camargo, Equipe BeefPoint

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