Programa de Integridade do Mapa é atualizado
28 de maio de 2019
Carteira do crédito rural cresceu 5,7% ao ano em 11 anos, diz Ipea
29 de maio de 2019

PIB da agropecuária crescerá 0,6%, diz Ipea

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário do país deverá crescer 0,6% em 2019, conforme estimativa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em fevereiro, o Ipea projetou aumento de 0,4%.

Conforme o instituto, o crescimento deverá ser puxado pela pecuária (3%), para a qual se espera avanço para todos os itens da produção animal, com destaque para a produção de bovinos, suínos e leite. Para PIB da agricultura, o Ipea estima alta de apenas 0,1%, em decorrência da queda das colheitas como as de soja e de café – e apesar do incremento das produções de milho, algodão e laranja, por exemplo.

O Ipea também divulgou ontem que o saldo acumulado das carteiras de crédito rural dos bancos cresceu, em média, 5,7% ao ano no país entre 2007 a 2018. Esse resultado foi garantido por um aumento médio de 9,9% ao ano de 2007 a 2014, já que depois disso houve retração de 1,4% ao ano, em média.

Segundo Fábio Servo, especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ipea, o setor agropecuário tem registrado um desempenho acima da economia e, historicamente, sempre “muito dependente” do crédito.

Os cálculos do Ipea também confirmaram que o perfil do financiamento ao setor tem mudado nos últimos anos, com o avanço da participação das fontes de recursos com juros livres como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), por exemplo, e a diminuição da fatia de fontes tradicionais como depósitos à vista e poupança rural. Enquanto a participação das fontes com taxas controladas no volume de contratações de refiro rural recuou de 92,6%, na safra 2014/15, para 71,6% neste ciclo 2018/19 (até março), a fatia dos recursos com juros livres subiu de 7,4% para 28,4% na comparação.

“A tendência é que os recursos livres continuem ganhando participação”, disse Servo ao Valor. “No Plano Safra 2019/20, teremos uma transição, numa tentativa de preservar os recursos, que terão taxas de juros mais próximas da realidade de mercado e algum subsídio ainda, mais focado em médios e pequenos produtores”, afirmou.

Segundo o economista do Ipea, esse cenário de crédito rural menos dependente de fontes públicas também está associado ao fato de o governo não conseguir mais suportar o mesmo impacto fiscal de anos atrás. E ele lembra que os juros da economia brasileira estão em um patamar mais baixo, o que permite o crescimento dos financiamentos a taxas de mercado.

“A gente vê que o papel dos bancos públicos tem decrescido e o das cooperativas e dos privados, aumentado”, encerrou Servo.

As informações são do Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress