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PF deflagra 2ª fase da Operação Porteira Aberta, que investiga pagamento da JBS a fiscais

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) realizam nesta terça-feira a segunda fase da Operação Porteira Aberta em Mato Grosso, Goiás, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Os policiais federais devem cumprir 15 mandados de busca e apreensão. Não há mandado de prisão.

De acordo com a PF, a operação investiga um esquema de pagamento de propinas a 15 servidores públicos que faziam a fiscalização sanitária na empresa JBS Friboi. Alguns deles emitiam certificados sanitários sem terem, de fato, fiscalizado ou inspecionado o abate de animais na empresa. O pagamento de propina a fiscais agropecuários constou na delação de Wesley Batista, um dos irmãos controladores da empresa.

“Com base na documentação apreendida durante a primeira fase da operação “Porteira Aberta” e com informações e material arrecadados por meio de acordo de colaboração premiada, foi possível reforçar a linha investigativa do inquérito policial e, também, ampliar a área de atuação a outros focos investigativos, nas quais a prática do crime de corrupção ocorreu por meio de pagamentos a fiscais agropecuários, revelando conexão com o caso em questão”, diz o texto.

Segundo as investigações, os agentes públicos envolvidos recebiam propinas que variavam de R$ 5 mil a R$ 25 mil mensais, que perduraram até o início de 2017, cessando com a deflagração da Operação Carne Fraca.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, que também determinou o sequestro de bens e valores pertencentes a quatro fiscais federais, totalizando R$ 5 milhões.

O pagamento de propina ocorria nas unidades da empresa situadas nos municípios de Anápolis/GO, Campo Grande/MS, Cassilândia/MS, Barra do Garças/MT, Confresa/MT, Cuiabá/MT, Diamantino/MT, Pedra Preta/MT, Vila Rica/MT, São José dos Quatro Marcos/MT, Água Boa/MT, Matupá/MT e Ponta Porã/MS.

Ainda conforme a PF, a segunda fase é resultado da análise dos dados bancários dos investigados, dos documentos contábeis apreendidos durante a deflagração da primeira fase, em junho de 2018.

Os colaboradores afirmaram que houve o pagamento de, no mínimo, R$ 6 milhões em propinas aos agentes públicos envolvidos.

Os investigados responderão por corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa, podendo pegar até 20 anos de prisão.

Em nota, a holding J&F, controladora da JBS, informou que a companhia “não é alvo da ação, ao contrário. A J&F contribui para o avanço das investigações. A operação deflagrada hoje pela Polícia Federal tem como base informações prestadas pelos colaboradores do grupo às autoridades”.

Fonte: Valor Econômico.

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