Pessoa física desafiando o contrato de outubro?

A um tempo atrás coloquei esse gráfico abaixo. Ele mostra a variação dos preços do indicador Esalq/BVMF do boi gordo e a variação da posição líquida comprada da pessoa física na bolsa.

Pessoa física é um termo genério que a bolsa usa para identificar os participantes do mercado que não são frigoríficos, nem bancos, nem fundos de investimentos e nem investidores externos. Em sua grande maioria, as pessoas físicas são produtores rurais ou outros participantes individuais (como, por exemplo, dentistas e advogados) que querem aproveitar as oscilações dos preços na bolsa.

Deixe-me atualizar o gráfico. Vamos ver o que aconteceu desde fevereiro, da última vez que postei ele aqui?

Lá em fevereiro a posição comprada da pessoa física equivalia a 51% do total de contratos abertos. Hoje essa mesma relação diz que a pessoa física está com 56% dos contratos abertos.

Isso, meus caros, é uma posição recorde… pelo menos desde 2008.

Perguntei em fevereiro: “…poderia o mercado estar muito otimista agora [fevereiro], assim como estava lá no pico de 2008?” O tempo passou e a resposta para isso até agora foi: sim. O mercado estava muito otimista. A arroba não correspondeu ao esperado pela pessoa física e mais: caiu de lá para cá.

Mas eis que chegamos aos dias atuais. Não satisfeitos em estarem comprados em níveis recordes, agora as pessoas físicas estão aumentando ainda mais suas apostas — de 51% para 56% do total. Isso em pleno período de esfriamento (literalmente no sul do MS) nos preços da arroba do boi gordo.

Em outras palavras, poderia a pessoa física, além de estar otimista novamente agora como estava lá em fevereiro, poderia ela estar desafiando o mercado? É o que indica o movimento recente. Aumentar a posição comprada tendo em vista a queda atual da arroba está sendo uma atitude atípica em relação ao passado recente.

Daqui a dois meses a gente terá a resposta, sem dúvida.

Fonte: Carta Pecuária