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Pesquisas incluem até a criação de ‘bife de ar’

Os produtos à base de plantas são os principais protagonistas do movimento de proteínas alternativas, mas também há apostas na fermentação e na manipulação de proteínas a partir de células em laboratório. O avanço dessas alternativas pode reduzir ainda mais a dependência da indústria de alimentos da agropecuária.

O relatório da RethinkX defende que essas alternativas teriam implicações inclusive geopolíticas: a produção de carne deixaria de depender de algumas regiões do planeta e poderia ocorrer em qualquer canto do mundo, inclusive em laboratórios que ficam perto de grandes cidades.

É a fermentação, por exemplo, que está por trás das primeiras carnes “de ar” do mundo. Startups como AirProtein e SolarFoods estão desenvolvendo produtos proteicos a partir da fermentação de gás carbônico e nitrogênio em culturas microbianas. A inspiração da AirProtein – que em 2020 recebeu US$ 32 milhões de ADM Ventures, Barclays e GV – é um programa da NASA da década de 1970 que, via fermentação, transformava em proteínas o gás carbônico exalado pelos astronautas. 

Outras matérias-primas, menos “etéreas”, também podem ser usadas. A Amyris, por exemplo, que aposta na fermentação de derivados da cana-de-açúcar com suas leveduras transgênicas, concluiu em dezembro passado a criação de uma joint venture com a Minerva que promete lançar produtos ainda neste ano. A Impossible Foods, por sua vez, isola a hemoproteína da soja de suas leveduras para produzir o ingrediente de sua carne. 

A carne de células também está em fase de desenvolvimento. A técnica – que utiliza biorreatores para produzir em laboratório, a partir de uma única célula, proteínas de animais – enfrentou alguns desafios, como garantir a diferenciação celular entre tecidos gordurosos e musculares e repetir em laboratório o ritmo de crescimento dos tecidos que se vê no corpo dos animais.

No Brasil, JBS e BRF anunciaram aportes nessas tecnologias. Ambas compraram startups que já pesquisam cultivo de proteínas em laboratório e prometem lançar produtos até 2024

Fonte: Valor Econômico.

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