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Pesquisa mostra economia de água na produção de carne de boi com mudança na ração

Uma pesquisa feita pela Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) de Pirassununga (SP) mostrou que o reaproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar e outros alimentos na composição da ração do boi pode economizar em até 33 litros de água para cada quilo de carne produzido.

Os pesquisadores concluíram que, além de ser nutricionalmente favorável à criação dos bovinos, o uso do material utilizado pelas usinas no lugar de grãos nobres, como milho e soja, pode trazer economia e benefício ambiental.

Confinamento

De acordo com o pesquisador da Embrapa Júlio Palhares, os testes foram feitos com base no período de confinamento dos bois – uma prática comum usada na criação de gado nos períodos de seca – em que o pasto mais seco não é suficiente para alimentar os animais.

Neste período, o gado confinado recebe uma ração que tem na fórmula o bagaço de cana, geralmente usado por pecuaristas para baixar o custo.

“O bagaço tem um valor nutricional, principalmente para os animais chamados de ruminantes, como os bovinos. A gente adiciona isso na dieta, tanto no sentido de dar o que o animal precisa nutricionalmente, mas no sentido econômico, para você reduzir o custo mantendo o desempenho do animal”, explicou.

Resultado

Para estudar as influências da dieta do animal na produção de carne, 44 bois da raça nelore, de 2 anos de idade, foram confinados. Durante os testes, a ração foi reformulada com mais bagaço e cascas e menos grãos.

Dessa forma, segundo o pesquisador, o melhor reaproveitamento do que seria descartado acaba representando menos água usada no processo de produção da carne, que inclui a que seria usada para irrigar os grãos e a manutenção dos animais.

“A pegada hídrica é uma relação de eficiência, litros de água por quilos de carne, e ela não se refere somente à água que o animal bebe, se refere a toda a água consumida ao longo do ciclo de produção”, explicou.

Benefício ambiental

Para o pesquisador, o ineditismo da pesquisa foi o olhar hídrico para o processo e a preocupação em mostrar que ambientalmente essa mudança na composição da ração também é vantajosa.

“A sociedade quer consumir a carne, mas também quer que o produto tenha um valor ambiental, então nós estamos agregando isso ao produto. Mais água disponível, menos disputa pela água e, certamente, o planeta agradece”, disse.

Segundo Palhares, a redução do uso de alimentos nobres para alimentar o gado e o aproveitamento do bagaço que seria descartado tem ainda a vantagem de diminuir as áreas destinadas à produção agrícolas, criando um impacto positivo sobre o meio ambiente.

Fonte: G1.

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