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Pesquisa gaúcha confirma que carne vermelha não faz mal à saúde cardíaca

Os resultados dos recentes trabalhos científicos coincidem com a posição do médico norte-americano Kevin Croce, da Universidade de Harvard, que participou no evento tratando sobre verdades e mitos relacionados à carne vermelha.

Uma pesquisa realizada no Instituto de Cardiologia do Estado traz boas notícias para os gaúchos que comemoram nesta terça-feira o 20 de setembro e não abrem mão de um bom churrasco. Ela comprovou que a carne vermelha não altera os níveis de colesterol e da pressão arterial. O estudo coordenado pelo médico Iran Castro confirma levantamentos já realizados na Ásia, Europa e EUA e foi apresentado neste fim de semana no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, na Capital.

Os resultados dos recentes trabalhos científicos coincidem com a posição do médico norte-americano Kevin Croce, professor da Universidade de Harvard, que participou de uma conferência no evento tratando sobre verdades e mitos relacionados à carne vermelha. As novas constatações devem levar a um reposicionamento dos cardiologistas em relação à recomendação sobre o consumo do alimento.

Até então, os especialistas costumavam indicar aos pacientes uma redução drástica da carne e a sua substituição por carnes brancas e peixe. Contudo, apesar das novas constatações, ainda há um alerta: a carne vermelha realmente traz benefícios ao organismo – sendo fonte de proteína, de ômega 3, vitamina B12, niacina, zinco e ferro -, mas é necessário cuidar com o excesso de gordura que o alimento pode conter.

“O que sabemos agora é que a carne magra, isto é, aquela da qual se retira a gordura visível, as tirinhas brancas (como o contrafilé, por exemplo) não aumenta o risco cardíaco”, explica Iran Castro.

Segundo o cardiologista, não é preciso limitar o consumo do filé, da picanha ou mesmo do lombo de porco, porém, em compensação, fica praticamente vedado o consumo dos embutidos, salsichas, linguiças e mortadela que, em razão do excesso de sal como conservante, aumentam sensivelmente a hipertensão a qual, a longo prazo, leva ao infarto e ao derrame, o AVC.

Além disso, as carnes mais gordurosas, como cupim e costela, continuam contra-indicadas, assim como a carne magra frita.

Boa notícia

A pesquisa apresentada no congresso foi realizada com 70 voluntários divididos em dois grupos. Um deles comeu diariamente 125 gramas de carne vermelha de gado criado em pasto e o outro grupo comeu a mesma quantidade de carne de gado confinado, isto é, engordado mais rapidamente em estábulos fechados e alimentado com ração. Em um segundo momento, houve inversão dos voluntários, os que vinham comendo carne de gado estabulado passaram a ingerir carne de gado criado no pasto e vice-versa.

Os resultados indicam que o colesterol total de nenhum dos grupos se elevou até o nível de 200, considerado aceitável para pessoas sem maior risco cardíaco. O HDL, conhecido como colesterol bom, melhorou um pouco, o LDL (colesterol ruim) não sofreu alteração significativa, como também não mudou de forma estatisticamente importante o nível de triglicérides, nem a pressão arterial, nem o nível de sódio. Além disso, os dois tipos de carne levaram a resultados semelhantes nos voluntários.

Estudos internacionais

De acordo com Castro, desde 2005, as sociedades de Cardiologia dos Estados Unidos recomendam a redução do consumo de carne vermelha em prol do colesterol. No entanto, recentemente um estudo asiático revelou outro quadro.

“O estudo asiático que reviu 54 pesquisas, mostrou que a carne magra, com baixa concentração de gordura saturada, não aumenta o colesterol”, diz.

Ainda segundo o médico, a carne brasileira é mais saudável neste sentido porque a gordura fica fora do bife, ao seu lado, e pode ser facilmente eliminada, enquanto o gado americano produz uma carne marmorizada, na qual os filetes de gordura permeiam todo o alimento, o que o torna mais rico em gordura saturada.

Fonte: Jornal Zero Hora (RS), adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Paulo Rodrigo Ramos Xavier Pereira disse:

    Nós já sabiamos. As análises divergentes sempre foram tendenciosas.

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