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Pesquisa americana mostra que consumidores não entendem todos os rótulos de carnes

Uma pesquisa com 1000 americanos, feita pelo Consumer Reports National Research Center, mostrou que muitos consumidores não sabem o que significam vários termos que são apresentados em rótulos de carnes. Veja abaixo o que os consumidores pensam que significam os principais termos e seus verdadeiros significados:

Alimentado com pasto (Grass Fed):

grass fed

O que os consumidores acham: Cerca de dois terços das pessoas da pesquisas acreditam corretamente que isso significa que o animal foi exclusivamente criado a pasto – sem grãos – durante toda a sua vida. Cinquenta e oito por cento acreditam que os animais criados a pasto não recebem antibióticos ou hormônios. Seis em cada 10 consumidores acham que os produtores de carne devem ter permissão de afirmar que o animal foi parcialmente criado a pasto se a dieta do mesmo tiver menos que 100% pasto.

O que realmente significa: O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) tem a seguinte definição para carne grass fed: o produto precisa vir de animais que nunca receberam grãos e tiveram acesso ao pasto durante a estação de pastagem, apesar de as fazendas não precisarem ser inspecionadas pela agência. De acordo com as regras do FSIS, o animal ainda pode receber hormônios ou antibióticos.

Afirmações sobre criações parciais a pasto, como 85% criado a pasto, na carne bovina, são permitiras, mas são menos significativas. Todos os animais gastam a primeira parte de sua vida comendo pasto ou feno; alguns são alimentados com grãos para engordar mais rápido e mais antes do abate. Entoa, há pouca diferença entre o animal parcialmente criado a pasto e o animal convencional nos Estados Unidos. Além disso, esses animais podem não ter acesso contínuo ao pasto e gastar parte de suas vidas confinados.

Os selos da American Grassfed Association (AGA) e da Animal Welfare Approved Grassfed têm padrões mais rígidos do que a definição “grass fed” do USDA. Esses selos indicam que o animal recebeu somente pasto ou forragem, do desmame ao abate, foi criado a pasto, não foram confinados e não recebem drogas rotineiramente, incluindo antibióticos e hormônios (o AGA também requer que o animal seja nascido e criado nos Estados Unidos). Os padrões do AGA são inspecionados por terceiros.

Criados humanamente

AWA

O que os consumidores acham: Mais de 80% dos participantes da pesquisa disseram que acreditam que a carne com esse rótulo vem de fazendas que são inspecionadas para verificar a afirmação e muitos acham que isso significa que os animais têm espaço adequado (77%), têm acesso ao ar livre (68%) e foram abatidos humanamente (71%).

O que realmente significa: Esse termo não tem uma definição oficial e não é verificado, nem pelo USDA nem por nenhuma organização independente. Para ter certeza de que a carne que se compra vem de animais que são tratados de forma humana, deve-se buscar o selo Animal Welfare Approved, o selo GAP 1-5+ ou o selo Certified Humane. O selo USDA Organic tem alguns padrões de bem-estar animal, como espaço adequado, mas não no mesmo grau de outros rótulos de bem-estar animal.

Sem hormônios de crescimento/sem adição de hormônios/sem adição de hormônios ou esteroides

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O que os consumidores acham: A maioria dos consumidores acredita que os animais não receberam hormônios ou nenhuma droga promotora de crescimento.

O que realmente isso significa: Esse rótulo é verdadeiro, mas pode ser enganoso. Os animais podem ser criados com hormônios, de forma que um rótulo de sem hormônios na carne bovina é significativo, mas o USDA não permite hormônios ou esteroides em carne suína ou de aves. No entanto, em qualquer tipo de animal, “sem hormônios” não significa que o animal não recebeu antibióticos.

Sem adição de nitratos ou nitritos

O que os consumidores acham: Quase dois terços dos consumidores em nossa pesquisa acreditam que isso significa que não há nenhum nitrato, natural ou artificial.

O que isso realmente significa: A carne pode não ter siso curada com nitratos ou nitritos sintéticos, mas provavelmente foi curada usando nitratos concentrados de vegetais, como aipo ou cebola. A química do processo de cura é a mesma, não importa de onde vem o nitrato. A Organização Mundial de Saúde classifica nitratos e nitritos como “provavelmente carcinogênicos para humanos”. Embora o USDA limite o quanto de nitratos/nitritos sintéticos um alimento pode conter, não há restrições para os de fonte natural.

Orgânico

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O que os consumidores acham: Mais consumidores disseram que compram alimentos naturais (73%) versus orgânicos (58%). Mais de dois terços acham que os alimentos orgânicos são mais caros do que os naturais. Em uma pesquisa anterior do Consumir Reports, cerca de dois terços das pessoas achavam que o rótulo de natural na carne vermelha e branca significa que não foram adicionados ingredientes ou corantes naturais nem foram usados hormônios de crescimento artificiais. Mais da metade pensa erroneamente que isso significa que não há ingredientes artificiais na alimentação do animal, bem como não há organismos geneticamente modificados (OGMs), ou antibióticos e drogas. Cerca de 60% dos consumidores acreditavam que os alimentos orgânicos tinham esses atributos.

O que isso realmente significa: Orgânico é um termo em que os consumidores podem confiar. Natural, não. Nos rótulos de carnes, o selo de orgânico do USDA indica que o animal recebeu somente alimentos orgânicos. Os animais não podem receber antibióticos ou hormônios de crescimento. Mesmo animais doentes tratados com antibióticos não podem ser rotulados como orgânico.

Os rótulos de carne natural não significam que nenhum ingrediente artificial foi adicional ao corte da carne e que a carne é minimamente processada, mas carnes naturais podem ser criadas com antibióticos e carne bovina natural pode ser criada com hormônios sintéticos.

Criado sem antibióticos/sem administração de antibióticos

O que os consumidores acham: Metade das pessoas da pesquisa recente disse que essa afirmação significa que o animal não recebeu nenhum antibiótico. Um quarto deles disse que isso significa que não foram usados antibióticos ou outras drogas.

O que isso realmente significa: O uso de antibióticos em animais de produção saudáveis, seja para promover o crescimento, seja para prevenir doenças, é alto e está contribuindo para o desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos. É mais difícil tratar alguém com uma infecção causada por bactérias resistentes a antibióticos, porque a bactéria se torna imune a drogas normalmente usadas para combatê-las.

Uma afirmação de “sem antibiótico” deve ser confiável, mas a verificação não é requerida. O produtor de carne pode enviar um depoimento ao USDA, mas a agência não inspeciona as fazendas. Entretanto, esse rótulo não significa que hormônios ou outras drogas não foram usados.

Entretanto, se você vê a afirmação “sem antibióticos promotores de crescimento”, é uma tentativa de enganar o consumidor. O FDA pediu que as companhias de drogas mudem os rótulos sobre antibióticos usados em animais para indicar que eles não são para promoção de crescimento, mas podem ainda ser usados para “garantir a saúde do animal” ou para prevenir e controlar doenças. Isso significa que a prática de dar aos animais doses baixas de antibióticos durante suas vidas pode continuar, ajudando pouco (ou nada) a controlar o desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos.

Embora possa ser verdadeiro que não foram usados antibióticos para promoção do crescimento, essas drogas podem ter sido usadas para prevenção de doenças.

Fonte: Consumer Reports, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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