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Pecuarista processa JBS e os irmãos Batista por queda do preço do boi

Gileno Alves Soares, pecuarista durante toda sua vida, está entrando com pedido de indenização na Justiça por danos financeiros e morais gerados pelo impacto das diversas ações e escândalos envolvendo a JBS, como a Operação Carne Fraca e a Delação de Joesley, e que repercutiram negativamente em seu ganha pão. Foi a maior queda no preço do gado em 20 anos.

No período de março de 2017, o produtor tinha um rebanho de gado contendo 283 cabeças em duas fazendas, todos com idade entre 24 e 36 meses e pesando cerca de 18 arrobas.

A programação financeira do pecuarista gira em torno dessa informação. Compromissos financeiros são assumidos para a data do abate, que é quando aquele produto realmente entra no mercado, passando de mercadoria a dinheiro. A agenda de abates também influencia na programação para a renovação o rebanho para uma próxima época de abate.

A atividade curva-se a uma linha do tempo, onde cada evento é planejado em função das programações de abate. Funcionários, equipamentos, tratamentos, alimentação do gado, tudo isso recebe a injeção monetária vinda do abate naquele período, sem contar a necessidade de liberação das dívidas adquiridas durante o cultivo.

Como produtor a vida toda, Soares assim o fez sempre. Isso deveria gerar a ele cerca de R$ 730.123,02. Porém, os crimes cometidos pelo JBS e seus controladores foram denunciados em grande escala noticiosa bem na época propícia ao abate, o que gerou uma queda absurda no valor do gado, tornando a atividade inadequada naquele momento.

“O crédito rural não altera seu vencimento. A programação financeira não espera ou se anula. O gado passou a ficar abaixo do custo de produção, sobretudo como consequência das ações de Joesley e Wesley, réus e controladores do JBS”, evidencia o advogado da vítima, Nacir Sales. Economias foram sangradas e empréstimos a juros astronômicos foram feitos.

A “Operação Carne Fraca” “estourou” bem no meio de março. E, em se tratando de algo que tange à saúde pública, houve uma repercussão absurda, tornando impossível que a carne voltasse a um valor razoável em tempo próximo.

“Para piorar a situação, a famosa delação que os réus realizaram logo em seguida, jogaram mais uma vez a economia lá embaixo, e dessa vez pior, em um abominável esquema de lucro em cima da própria delação”, lamenta o pecuarista.

O caos foi tanto que a arroba do boi deixou de ter o preço publicado na época. Os controladores faturaram centenas de milhões com a delação através da compra de dólares horas antes da delação, quando o preço da moeda disparou, chegando a R$ 3,43. Isso sem contar os mais de R$ 300 milhões em ações que eles venderam, antes que a delação fizesse os papéis da JBS despencar. Quem comprou amargou prejuízos.

O advogado de Soares entrou com uma ação para a reparação dos danos causados à pecuária.

“Toda ação tomada foi minimamente calculada pelos fraudadores a fim de maximizar seus lucros. O produtor rural brasileiro amargou prejuízos causados pelo impacto das práticas ilícitas do JBS e dos irmãos Batista, que derrubaram o preço do rebanho no mercado nacional”.

“Esta ação é inédita, mas não trata de um caso isolado. Cada pecuarista brasileiro tem o mesmo direito, afinal todo o setor foi prejudicado pela repercussão dos atos ilícitos praticados por este covil de irresponsáveis. Esta ação judicial transformará irresponsáveis em responsáveis, na medida em que os condenará a reparar os danos”, finaliza Sales.

Fonte: Assessoria de Imprensa, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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