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Pecuária brasileira pode agregar valor à carne bovina conforme perfil nutricional

Nesta sexta, dia 1º, em episódio da série Embrapa em Ação gravada na unidade Pecuária Sul, a pesquisadora Élen Silveira Nalério, médica veterinária, mestre e doutora em ciência e tecnologia agroindustrial, falou sobre a mudança do perfil nutricional e da palatabilidade da carne bovina conforme o sistema de terminação dos animais.

De acordo com a especialista, a experiência do consumidor é alterada conforme as variações na engorda do gado. “Investigamos diferentes sistemas de terminação do produtor, seja bioma Pampa ou até mesmo porção de cima estado, na Mata Atlântica, os diferentes sistemas terminação, como campo nativo, campo nativo melhorado, pastagem cultivada, pastagem suplementada e confinamento”, confirmou Élen.

Os animais utilizados nas pesquisas foram bovinos puros da raça Angus. Ou seja, a mesma genética na mesma propriedade, variando somente o sistema de produção. Nos animais engordados em pastagem nativa, a gordura intramuscular obtida foi 1,8%, ao passo que nos animais confinados, o outro extremo da pesquisa, o indicador marcou 2,8%. Além da quantidade, o tipo de gordura também se mostrou diferente.

“Para o animal que pasteja, quanto mais verde é o pasto, maior o conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados. Tem muita gente que toma as cápsulas de ômega-3, por exemplo. Isso também tem na carne bovina. Então além disso, tem maior teor de vitamina E, que é um antioxidante natural. Então o que a gente observou? Que o conjunto de ácidos graxos saturados foram uniformes, não houve diferenças significativas entre o animal do campo nativo até o confinado. Ao mesmo tempo, o que começou a mudar? Exatamente a gordura boa, que é o poliinsaturado. O animal de pasto passava a ter o dobro (de gordura boa) do que o confinado”, analisou a médica veterinária.

De acordo com a pesquisadora, a descoberta evidencia uma oportunidade para o Brasil, cuja produção pecuária é baseada na engorda a pasto, comercializar carnes com diversos perfis nutricionais e agregar valor ao produto.

Fonte: Giro do Boi.

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